Começa A Assustar-me

A procissão de tod@s @s que se começam a perfilar na sombra de Nóvoa ir para a Educação. Não por ele, mas pela pré-Corte em constituição. Demasiada fidalguia e beatice, pronta a lixar a plebe à primeira oportunidade, por muitas loas que agora se andem tecendo, que isto da diferenciação começa no berço ideológico.

Níveis De Stress

Deve ter sido por causa da terceira dose da vacina-chip que há uma per de semanas me deu para comprar um daqueles zingarelhos que nos dizem as horas, quanto oxigénio temos cá dentro, quantos passos demos desde que saímos da cama ou quantas vezes fomos à casa de banho. Claro que já sei que aminha privacidade mais privada está em devassa, mas havia algumas razões e uma certa curiosidade em ver como certas funções e fricções me flutuam ao longo do dia. Auto-coscuvilhice.

E não é que me tenho divertido?

Há uma função que alegadamente mede o stress a partir da conjugação de uma série de variáveis (eu acho que há umas quantas em falta, mas isto sou eu que sou míope), que tem dado uns resultados curiosos, mas consistentes. A saber, os meus níveis de stress são mais baixos nos seguintes momentos do dia:

  1. Ao acordar (tentei medir a dormir, mas tinha de ser sonâmbulo e não sou, embora acredite que há um qualquer atalho para monitorizar em permanência que nem tentei descobrir, por me causaria stress), porque o nascer de um novo dia, não sendo já as alvoradas radiosas de outros tempos, ainda me traz boa disposição e não tanto pensamentos negativos ou a vontade de chatear o próximo, por estranho que pareça.
  2. Após o jantar, à mesa, com a família nuclear (incluindo a gata). Porque a parte chata do dia já passou e se cumprem várias condições anti-stress.
  3. Em sala de aula com a minha DT, o que foi demonstrado mesmo em medição feita depois de uma desanda das boas por causa dos atrasos na entrega de trabalho (online, PADDE oblige). Um aluno que também tem um zingarelho semelhante achou que eu estava muito stressado (mas já aprendeu que nunca, mas nunca, se me deve dizer, “calma, setor/professor”), pelo que me desafiou a fazer a dita medição, mesmo depois de eu lhe dizer que já sabia que o resultado ia ser baixo.

A conduzir nem tento fazer a medição, para não passar dos 100%. Nas restantes situações, os valores são sempre mais altos do que nas situações identificadas, escusando-me a especificar muito os casos em que chego nas calmas aos 90%, porque não quero mal entendidos que me divertiriam, mas não a terceiros.

Parece-me Óbvio…

… que esperar de quem criou o problema, negou durante muito tempo que ele existisse ou que ainda justificou medidas que o agravaram, venha agora ajudar a solucioná-lo. Claro que tem conhecimento profundo da situação, mas parece-me imoral (e mesmo escassamente ético de quem o pretenda) que se venha apresentar como “parte da solução”, apenas para não perder a iluminação. Ora, entre nós, por exempo na formação de professores, os erros acumulados são muitos, desde a forma como a profissão e a sua carreira foram publicamente maltratadas, que como certa formação inicial foi concebida, em especial neste período bolonhês.

E depois é curioso como são rápidas as críticas aos professores do básico e secundário quando tentam ter alguma voz no processo (porque não conseguem ver além do seu “umbigo”, o que eu tive de ouvir tanta vez em piadas pouco imaginativas), mas se entrega a formação dos novos professores a gente que mal deu (ou nunca) aulas nos níveis de ensino sobre os quais acha ter competência para ensinar como se deve fazer. Sim eu li muita coisa em livros, mas daí a saber fazê-las, vai um belo passo. E depois há ainda aquele “argumento” do “já todos fomos alunos, por isso sabemos o que é uma sala de aula”. Eu andei de comboio muitos anos e não os sei fazer ou colocar em andamento. O mesmo com os aviões. Mesmo com os carros, lá por andar neles não me torno mecânico. Mas quando se trata de formar professores, anytrhing goes, desde quem lá está há décadas, em esclerosamento prolongado, a jovens discípul@s, cuja maior qualidade é acenarem que sim. Algo semelhante se passa com a formação contínua, apadrinhada pe@s maiores gurus da praça. Não é que a juventude não seja refrescante, mas ao menos, antes da rega da horta alheia, poderiam sujar as mãos na terra um par de anos?

Domingo

Com o avanço russo para Odessa, continuamos a assistir à destruição de um país, porque não se rendeu de imediato perante uma agressão. Como o bully que no pátio, perante o fracote da turma, decide continuar a esmurrá-lo e pontapeá-lo no chão, porque ele não se declara vencido e é preciso dar-lhe uma “lição” porque não baixou os olhos quando se cruzaram no corredor. Por favor, não me venham com as psicologices de que, no fundo, o agressor também é uma vítima e tem problemas de auto-estima. O agressor nestes termos não passa de uma besta feroz que só crescerá em fúria ao sentir que ninguém se lhe opõe. Que exista quem ainda insista nesta forma de relativizar a agressão não é de surpreender, porque há por aí tanta gente que acha que essa ainda é a posição moralmente superior.