Ia o debate (hoje, FCSH) em quase 3 horas (c. 3 h. e 04 min. na gravação, por causa do atraso técnico inicial de mais de 20 minutos), quando lá pude falar pela segunda vez, porque fui o primeiro a intervir e depois quase o último a comentar. E como então disse – a intervenção inicial foi mais estruturada e menos reactiva – estou cansado das mesmas pessoas dizerem uma coisa agora e outra depois ou se eximirem às próprias responsabilidades, assim como na altura disse que sobre a formação inicial de professores talvez fizesse sentido falarem em outro debate só os interessados, até por terem visões muito contraditórias da coisa. Em resumo, já em tom sarcástico, acerca das quotas na progressão de que quase todos evitaram falar em detalhe, era como se o “elefante tivesse saído da sala”, por ser incómodo.
Porque, no fundo, conclui-se que quem forma professores forma-os bem, quem estuda o assunto, estuda-o bem, que sindicaliza, sindicaliza bem, quem governa. governa bem, só que no fim parece que de tanta coisa bem feita sai escassa obra. Desculpem se acho que não é bem assim e que foram avisados a tempo dos erros, mas preferiram acusar os chatos se só olharem para o seu umbigo e não verem além do seu quintal (as piadas favoritas de falta de imaginação que ouvi durante uns bons anos).
Resumindo, no final, desejei que fosse possível deixar a uma nova geração de professores uma carreira melhor do que aquela em que transformaram a minha. E deve ser melhor do princípio ao fim, com a garantia de que não a estraçalham a meio. Pena que se tivesse falado tão pouco, em concreto (excepção ao V. Teodoro, mesmo com algumas discordâncias minhas em relação ao modelo apresentado), da carreira em si, preferindo alguma auto-justificação sobre a qualidade da formação inicial que é dada, mesmo se a um número insuficiente de candidatos à docência num futuro próximo.
(desculpem-me a gralhice, mas a semana foi longa, com a parte lectiva, menos uma horita a que faltei por razões que a lei 100/99 permite, ainda formação e agora debate ao fim de 6ª feira… não é por nada, mas já começo a estar “velho” para isto e ainda no outro dia tive de responder a um convite para uma outra coisa pela manhã, que sou professor a sério e não “especialista”, pelo que tenho mesmo de dar aulas e a disponibilidade é reduzida..)
Como sabe, assisti. A condescendência entre todos, o falarem para a paróquia, e cada um a esquivar-se ao que não lhes interessa: os professores e a carreira que cada vez menos têm. No final estavam com ar de terem cumprido a formalidade de serem heróis ao abordarem a formação de professores e todos são “xalentes” n0 que fazem. Estivesse eu presente, e teriam falado menos. A sua intervenção assertiva – não o conhecem zangado – foi o que nos valeu. Obrig.
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Exacto, não me conhecem zangado a sério 😀
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Porra! O Couvaneiro de um lado e o Nogueira do outro… Agonia? Pois é.
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Somos a geração que pôs este país no mapa durante o século XX e que o transformou no país moderno do século XXI. É que ele era desconhecido de todos, considerado atrasado, terceiro mundista…fomos a geração que ensinou as turmas sobrelotadas e indisciplinadas da massificação do ensino em Portugal. É que até aí o analfabetismo predominava…
No entanto somos considerados os párias, agredidos e explorados até à velhice, sacrificados diariamente com as ideias pedagomerdas daqueles que vivem à nossa custa. E, paralelamente, aqueles que nos representam ou nos tutelam, ao nosso lado por comparação, permanecem frescos que nem alfaces! Sem sobrepeso e bem conservados!
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Guinote, esses seres de que falas, nunca admitirão que falham ou que falharam.
É uma batalha perdida.
Estão habituados a não terem contraditório nas TVs e eternizam-se em TAchos políticos ou equivalentes. É esse o pão que os alimenta… Nunca sobrarão até que alguém os despeça dos seus “trabalhos” heróicos.
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Formação docente seria assunto para debater no meio universitário porque é o responsável pela tarefa; só um preletor falou na carreira profissional na atualidade, como seria expectável na sua condição de docente no ativo, enquanto os outros foi a formação, ignorando o que verdadeiramente é relevante para cada docente no ativo. O horário ao minuto, a anulação da aplicação do artº79 com manhas na distribuição do serviço, as vagas para os 5º e 7º escalões, a ADD com o único objetivo de poupar no salário e posterior pensão de reforma, um modelo pedagógico de flexibilidade para incrementar os registos burocráticos, etc.
Se os preletores que ignoraram a carreira profissional forem uma amostra da prioridade do novo governo, repetir o período 2005-2011 seria uma tortura a ser investigada pelo tribunal penal internacional…
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