A teoria não é nova,,,
Dia: 25 de Março, 2022
“Roadmap” Para A Revisão Das Habilitações Para A Docência?
Se o novo ministro acha que não interessam saberes “enciclopédicos”, talvez cheguem umas ideias gerais sobre os assuntos.
You Don’t Need to Meet Every Qualification to Apply for a Job
Aviso N.º 6331-A/2022
Já A Fugir Com O Lombo À Seringa Ou Com O Rabo À Ripada
Não gosto de transcrever ou colocar notícias inteiras aqui no blogue, por razões que julgo óbvias. O trabalho é alheio e deve ser respeitado. Mas como não tenho isto “monetarizado”, abro umas excepções, como esta da notícia da Isabel Leiria no Expresso que demonstra como o agora ministro Costa se prepara para alijar responsabilidades – ou seja, delegar competências – nas matérias mais complicadas e menos populares da pasta.
Como me tenho repetido… não é tipo para assuntos que provoquem fricções na opinião pública ou suscitem mais polémica (só se for em coisas da sua filha curricular, a Cidadania e Desenvolvimento), faltando-lhe o que é indispensável a um político para ser levado a sério. Gosta muito de se armar em vítima, sempre que é criticado, levando para o plano pessoal qualquer desmontagem das suas fraquezas e inconsistências ou das suas questionáveis opções político-ideológicas para a Educação.
O atraso no conhecimento no nome do titular da Educação pode ter mesmo passado por aqui. Não conseguiu continuar como SE, encoberto, com um testa-de-ferro para arcar com as complicações?
Os “Bazuqueiros”
Ouviram falar em milhões e tudo tilintou. Aos do costume. Aos que falam muito no “tecido económico”, nas “empresas” que, apesar de 35 anos de fundos comunitários, parecem estar quase sempre mal preparadas para qualquer contingências. Muitas destas vozes afirmam-se “liberais” desde que o Estado lhe financie os liberalismos. São “empreendedores” sempre em busca da crise que lhes encha os bolsos. A saga é antiga e é curioso ver como dançam e quem se associa para apresentar a óbvia necessidade de dirigir os dinheiros da “formação” para fora do sistema público de ensino. A diferença é que agora até têm apoio em organismos que deveriam ser os primeiros a explicar que uma maior formação dos adultos só é necessária se a formação de base, na escolaridade obrigatória, for deficiente. Apostar em algo mais do que num currículo fragmentado e dominado pela para-ciências ou modas passageiras é que é “essencial” para que, ao fim de 12 anos, não tenhamos jovens adultos que pouco ou nada sabem do mundo real, sendo então necessário “apostar mas competências [o que quererá dizer “ajustadas”?] dos adultos”.
Se a formação ao longo da vida para uma necessidade natural, diferente é ela resultar da fraca formação no início da vida. Por isso, é importante apostar nos alicerces, na base. Reforçar o telhado, sem isso, só serve para encher os bolsos dos formadores em telhados. Muito disto é explicado por uma nova vaga de ganância de que se acuaria o “neo-liberalismo da direita”, se não estivesse a ser promovido pelo que se adivinha vir a ser toda uma década de “esquerda”, que vai para a sua terceira estirpe, cada vez mais encapsulada e alérgica a “radicalismos”.

A Bestialidade Cobarde
Embora não me seja tema de especial agrado, hoje vi dois segmentos sobre o homicídio do agente da PSP por uns quantos energúmenos que, como todo os cobardes cheios de garganta, agridem apenas em grupo, apostando na impunidade ou numa posição de poder perante quem acham ser mais fraco. O minuto captado em vídeo de pontapés na cabeça da vítima e a “notícia” de que terão chorado quando interrogados formam um retrato fiel de algo que por vezes vemos em formação em idades mais tenras. No fundo, são umas bestas que se armam em coitadinhos quando apertados e lançam sempre as culpas para um qualquer “contexto” que “justifica” o que fizeram. O problema é que, se é verdade que a violência sempre existiu, a crueldade sempre esteve entre nós, já era tempo destas situações não começarem a ser prevenidas no “ovo”. Que, tantas vezes, também passa pela escola e não apenas por conversas teóricas sobre a cidadania, mas por algumas lições práticas de responsablização.
6ª Feira
Faço parte dos que acham que não se é pior profissional, neste caso professor, porque em alguns dias a paciência é menor para as coisas mais negativas do ofício ou que se tem a frontalidade de assumir frustrações e desânimos. Aquelas pessoas que estão sempre muito entusiasmadas com o que fazem ou que apontam o dedo acusador a quem faz críticas ao que existe e aos poderes de mando, provocam-me alguma urticária de tão “positivas” ou “construtivas” que se auto-qualificam. Há alturas em que, no meu entendimento que é longo na matéria, pelo menos em termos de tempo, somos melhores profissionais se soubermos ver o que está errado e apontá-lo e não entrarmos em contemporizações com o politicamente correcto ou com míticos “bons ambientes”. Em que é necessário afrontar os poderes e poderzinhos, em vez de fingirmos que está tudo bem, que nada é connosco e que o melhor é levar a vidinha sem nos chatearmos. Correndo o risco de me repetir mais uma vez… se assim é, então não me chateiem ou, por associação, não nos chateiem mais, sempre com gente que, de tanto não fazer, pensa que sabe fazer ou, pior ainda, se especializa em mandar fazer.