Devo Fazer A Piada Dos Missionários Ou A Dos Escuteiros?

E vou evitar falar nas turmas de Português sem professor, problema que já poderia ter sido resolvido se João Costa tivesse chegado ao governo há mais tempo!

Ministro da Educação, João Costa, revelou que há muitos professores já reformados a disponibilizarem-se. Ministério está a preparar normativo para permitir enquadrar esses ex-docentes

Leituras

Ukraine war triggers exodus out of Russia, but escape options dwindling

John Bolton: Putin’s 30 Or 100 Year War For Ukraine

Putin Strikes Back: The War In Ukraine Isn’t Over Yet

Satellite images show bodies lay in Bucha for weeks, despite Russian claims.

As Russia Plots Its Next Move, an AI Listens to the Chatter

With vast amounts of data becoming available to intelligence analysts, new tools will help them sift and interpret it all—but they will introduce new risks, too.

The U.S. Has Its Own Agenda Against Russia

Ukraine is ground zero for the expansion of the U.S.-Russia proxy war.

Onde É Que Eu Já Li Que O Problema São As Pessoas, Não O Modelo Conceptual?

Matias Alves escreve uma carta aberta ao novo ministro – que de novo tem apenas o estatuto fornal – sobre o que é preciso mudar no sistema de ensino. Até estou globalmente de acordo com o que lá vem, porque é suficientemente vago para se prestar a diversas apropriações.

Talvez por isso mesmo é que acho especialmente irrelevante a parte que é dedicada às “lideranças tóxicas” (sim, há outros temas, mas agora gostaria de me concentrar neste quinto e último ponto do seu texto), porque descrevendo-as, mas não colocando em causa o modelo que as torna mais fácil a sua existência, é como aquela de dizer que a culpa é dos humanos que não sabem colocar em prática ideias brilhantes, só que eventualmente não apropriadas a esses mesmos humanos.

Escreve Matias Alves:

São modos de liderar que coartam a liberdade de pensar e de organizar, que fazem do controlo o modo de afirmação da autoridade, que desprezam as inteligências que poderiam iluminar os problemas concretos e as soluções possíveis. Lideranças que são, por isso, a sua negação concetual, pois não lideram, não estimulam, não ativam vontades e recursos, não construem comunidade.

Não é a primeira vez que leio ou ouço alguém admitir a existência de lideranças abusivas ou tóxicas, mas sem ter a coragem de avançar para a contestação clara do modelo único de gestão escolar. gente que defende o trabalho colaborativo entre os professores, mas que nega a possibilidade de lideranças colegiais com base na Lei e não apenas na “luz” das boas lideranças. Gente que acha que o modelo está certo, há é quem não o saiba aplicar. Pessoal que defende a “descentralização” do sistema educativo, mas depois insiste na sua centralização a nível local.

E que negam haver uma evidente contradição nas suas posições. Dirão que é “flexibilidade”, claro. Não é bem assim.

Como caricatura… a culpa das guerras (intra e inter) religiosas ao longo da História não é das religiões, em especial as de tendência universalista/totalitária, mas de quem nelas acredita, sem aparentemente as perceber. E assim se justificam massacres ao longo dos séculos. Ou que a culpa foi do Estaline e do Mao, não das teorias que procuraram aplicar e levaram ao morticínio de milhões (claro que agora podem dizer que os gulag ou a revolução cultural foram construções dos media ocidentais).

Vamos lá ser claros:

  1. Lideranças tóxicas existem em todo o tipo de modelos de gestão, escolar ou outra. Isso é óbvio.
  2. Mas há modelos que, pela sua natureza e características, se prestam com maior facilidade ao aparecimento de fenómenos tóxicos.
  3. O actual modelo de gestão escolar presta-se mais ao abuso pela sua natureza unipessoal, centralista e pela lógica de dependência hierárquica que gera, com uma pessoa a estar presente em todos os órgãos de administração das “unidades orgânicas”, colocando em causa a independência de alguns desses órgãos e permitindo uma “porosidade” da circulação de informação. Como se, por exemplo, o primeiro-ministro pudesse estar sempre presente nas reuniões das lideranças dos grupos parlamentares ou tivesse assento permanente em órgãos como o Conselho Superior da Magistratura ou no Tribunal Constitucional, mesmo que apenas com o estatuto de observador.
  4. Um bom líder não precisa de um processo de entronização e é aquele que não se sente inseguro no contexto de uma equipa que não esteja na sua dependência pessoal.
  5. Pelo que este modelo de gestão necessita urgentemente de uma reforma, antes que se perca por completo a memória do que foram as direcções colegiais, em que se sabia desde logo quem ia fazer o quê, escolhidas fora de órgãos em que parte dos elementos fica na sua dependência em matérias como horários (via presidência do CP) e avaliação do desempenho (via presidência da SADD).
  6. Essa reforma deveria ser, necessariamente, no sentido de alargar as alternativas em termos da constituição da equipa directiva, do universo eleitoral e da limitação de mandatos na direcção e não apenas no cargo de director@. Fora outras “minudências” no sentido de evitar evidentes oportunidades de tráfico de influências ou de protecção dos abusos pela tutela, desde que não façam algo demasiado escandaloso.

Enquanto nos mantemos nas generalidades, nos retoques, nos enxertos a preceito, estaremos sempre vulneráveis a direcções abelhudas que abusam dos seus poderes, instrumentalizando os CP e CG ou, pura e simplesmente, negando-lhes o poder de se pronunciar de forma vinculativa, e não apenas consultiva, sobre certas matérias.

No seu texto, Matias Alves usa termos como “refundação” ou expressões como “profunda revisão”. Acho bem, mas devemos ser claros quanto às linhas vermelhas que estamos dispostos a traçar ou atravessar.

O Sonho De Estaline

Há por aí muita gente confortável com isso, no seu afã anti-Nato.Nunca pensei foi encontrar tantos entre actuais e reformados oficiais superiores das nossas Forças Armadas.

Medvedev. Objetivo russo é “Eurásia unida de Lisboa a Vladivostok”

(já sei… ele não disse isto…apenas que lhe apetecia sopa de lentilhas… os tradutores dos conspirativos, capitalistas, imperialistas e neoliberais media ocidentais é que falsificaram tão humilde desejo para o jantar do Dmitri)