… uma formação para formadores de formadores de formadores de professores. A ser dada por aqueles que diagnosticaram agora a situação que os próprios criaram. Se possível com financiamento generoso ao abrigo dos programas da famigerada bazuca e ainda uns apoios privados de fundações amigas (acreditem, que eu vi uma nesga do funcionamento da coisa). Com decisão após consulta dos mais interessados e bem localizados no acesso a este tipo de envelopes financeiros e prebendas conexas. Porque a situação é grave e há ganâncias e sofreguidões que se não forem satisfeitas ainda produzem algum colapso nervoso e muita agitação mediática.
Já agora… não sei se repararam, mas depois dos especialistas em ensino à distância e recuperação das aprendizagens, surgiram imensos especialistas em “ser professor” no ensino básico e secundário, com destaque para quem nunca o foi ou por lá passou em modo de biscate e algum nojo pela camaraderie. Tenho de ir ver se @s economistas da minha maior estima não se pronunciaram já sobre o assunto (uma ainda está encravada nas máscaras, não percebendo o bem que lhe fazem).
“Eu acho que o que faz mesmo falta é” — nascer professor, gostar de ser professor. Garantidos estes dois pressupostos, tudo o resto surge por acréscimo, naturalmente, como quem respira, e é a isto que se chama (com maior ou menor pompa) formação de professores. Pegue-se em alguém que não nasceu para aquilo, pegue-se em alguém que não ame aquilo — e vamos construir um docente?… Deixem-se de coisas, nem vale a pena pensar nisso, é tempo e €€ perdidos… Sei que é pouco científico o que vou dizer: não acredito, tecnicamente falando, na formação de professores, sem garantirmos os dois pressupostos que atrás enunciei. É por isso que ser professor é a mais espantosa e a mais difícil profissão do mundo — e deveria ser a mais gratificante…
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Nascer professor?
A mais difícil profissão do mundo?
Não serão afirmações um nadinha docentocentristas?
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Fui formador de novos docentes de História — orientador pedagógico, creio que era este o nome — no âmbito da velha profissionalização-em-exercício, governava, salvo erro, Maria de Lurdes Pintassilgo. E estas minhas manias (que se adivinham no meu texto anterior) levaram-me a perguntar uma vez a uma senhora professora se não estaria a transformar o espaço-aula numa feira de electrodomésticos, na qual, por acaso, também existiam alunos…
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Eu acho que o que faz mesmo falta é democracia nas escolas. Nenhum professor se pode sentir motivado, no seu desempenho, num regime totalitário.
Veja-se só a aberração em que se até país de tornou, um docente, do ensino superior, envia SMS fora de horas(…) e, provavelmente muito bem, está a ser “acusado” de assédio. Seguirá apuramento da verdade, esperamos. Um deputado faz afirmações que podem configurar “julgamento coletivo, e o presidente da AR, muito bem, censura-o.
Um ESTUDO mostra que 75% dos professores (eventualmente DEZENAS DE MILHAR) já terão sido vítimas de assédio laboral, maioritariamente dos diretores, e NADA ACONTECE!!!!
Será querem transformar as escolas em “campos de trabalho”?
Onde andam “os” PR, presidentes da AR e os supostos democratas deste país???
As evidências encontram-se aqui:
https://capasjornais.pt/Capa-Jornal-Publico-dia-12-Agosto-2018-9909.html
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Há a tendência para se abordar a formação de professores como se se tratasse de uma questão de natureza técnica, um manual de receitas pedagógico-didácticas que, seguido mais ou menos à letra, desaguaria em resultados aceitáveis. Se o ensino-aprendizagem fosse um produto, sem dúvida que resultaria; mas estamos perante um processo e não um produto. Uma escola não é uma fábrica de sapatos ou de certificações! E a “escola” de formação de professores também o não pode ser.
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