Dia: 21 de Abril, 2022
Zelensky
Pareceu-me ligeiramente menos nazi do que aquele tipo, como é que ele se chamava? O que fez um acordo com o senhor do cocktails flamejantes… como é que o homem se chamava? Joaquim? Joaquim qualquer coisa… von qualquer coisa… é pá… Arribatropas? Era um tipo bem apessoado, ar decente, a quem se compra um tanque em segunda mão e com um handshake firme. Já este Vladimiro, com aquela t-shirt parece mais um galfarro a ir para um festival de Verão, não é? Até bate certo com os cocktails…
Atendimento Ad Hoc?
Não é apenas lá por fora, não acontece apenas aos outros. Há momentos em que, mesmo sem grupelhos whatsapp, abrir a caixa de mail nos eleva não sei quantos níveis de stress. Antes havia hora (ou horas) de atendimento; mas agora há quem ache que deve ser 24/7 e que é quando lhes dá na telha, que algo não lhes parece “correcto”. Tanta coisa que me parece pouco “correcta” em certas educações domésticas e fico calado. Se há coisa que me dá uma sincera fúria é quando dou com quem acha que os direitos são apenas de um dos lados e os outros têm só deveres. E é o “telefone-me que eu preciso falar consigo!”. A sério? Eu sei que há hierarquias, a começar no topo do MÉ, que acham que os professores devem ter a loja aberta em permanência, com ar prestável, sorrisinho e espírito cooperativo, colaborante e conciliador, mas isso só agrava muito do que se tem falado sobre desgaste, desânimo e vontade de bater com a porta de muita gente que ainda não tem aconselhamento emocional e psiquiátrico na job description. Uma coisa é sermos profissionais e esclarecermos tudo o que está na nossa esfera de acção, outra ter de aturar os devaneios de quem leu um decreto e já acha que tem o certificado de um doutoramento em inclusões.
E Por Falar Em Slow Learners…
… há ainda os que são claramente no learners, como parece ser o caso da equipa dirigente que manda na comunicação da Fenprof. Nada de confundir esses nichos de acomodados (sim, quem está década de rabo no cadeirão, indo às escolas de visita, é porque se acomodou), com a grande parte das bases, delegados e dirigentes menos destacados da organização, que muito respeito, sem um pingo de ironia.
Vai para coisa de quase 15 anos que esta gente se incomoda porque um tipo não filiado, sem cartão partidário, sem pertencer a uma irmandade ou grupo de pressão com identidade de género alternativa, aparece de quando em vez em alguma comunicação social, a convite, para dar a sua opinião sobre assuntos relacionados com aquela que é a sua área de trabalho há mais de 50 anos, se incluirmos os tempos de aluno, de docência, de investigação académica e ainda de técnico superior autárquico (não foi longa, mas num período interessante). Lamento que não tenham mais nada que fazer, mas percebo que precisavam de ocupar o tempo que vos sobra por não quererem ouvir e ver o Zelensky. Mas não descarreguem em mim, que não adianta nada. Se não aprenderam que não é assim que chegam a algum lado, começa a ser tarde.
Vamos lá a ver: a Fenprof tem todo o direito a tomar iniciativas e vê-las divulgadas. Mas também tem o dever de admitir as suas falhas ou inconseguinentos e há que reconhecer que há mais de 15 anos que mal acertam uma, no que aos professores de carreira diz respeito. Não falo de outras coisas paralelas, nem aqui interessa esmiuçar certas barganhas feitas a preceito. Em especial desde o final de 2015, em nome da estabilidade da geringonça, conseguiram, após 10 anos de tareias, que o governo do PS, via ministro Tiago e secretário João, fingisse que eram parceiros a sério em mais do que tentar “calar” (nem sempre pelas vias mais éticas ou decentes) quem desalinhasse das fileiras. O resultado foi uma lenta sodomização política, em público, que lamento muito, porque as consequências disso se reflectiram directamente na minha vida profissional e, por consequência, na pessoal. Não me esqueço dos elogios ao ministro Tiago, assim como à secretária Alexandra, não esquecendo a longa (e mal disfarçada) cumplicidade com o secretário João.
Apesar disso, em nenhum momento – como sempre garanti – entrei em qualquer organização (nova ou velha) vossa concorrente, porque não é esse o meu projecto de vida. Portanto, sinto-me perfeitamente à vontade para vos mandar catar, quando se armam ao pingarelho. Há umas semanas, estive num outro debate (sobre a formação de professores), em que esteve o líder da Fenprof e o actual líder do SPGL (o tal que me meteu na rua da primeira reunião sindical a que decidi assistir, só porque fiz um par de perguntas absolutamente razoáveis, e agora pensa que tenho alguma réstia de vontade em estender-lhe sequer o cotovelo). Não sei porque não clamaram que deveria lá estar alguém da FNE, do SEPLEU, do SIPE, da Pró-Ordem ou de qualquer outra organização “representativa”, em vez de mim ou do João Couvaneiro, por exemplo. Afinal, também aí não representava mais ninguém do que a mim próprio. É porque não metia câmaras e microfones que não lançaram um comunicado cá para fora?
Desde 2008, pelo menos, que não conseguiram perceber que nada ganham com “bicadas” como a do comunicado acerca do programa de anteontem? Apenas me dão o gozo de vos devolver com os juros da memória de quem nem gosta muito de pizzas, nem de andar com as calças pelos tornozelos anos a fio, só que sabendo que quem se lixa são os zecos. E nem me venham com a do “discurso anti-sindical”, porque a pior propaganda desse tipo deve-se à atitude dos vossos líderes, a quem nunca neguei o direito a amesendarem-se com o poder, só criticando que deixem a fatia mais estreita sempre aos mesmos.
(é pá, cresçam e pratiquem no terreno a defesa dos professores no concreto, em vez de se limitarem a “ganhar posições” e depois fazerem porcaria; como já repetidamente escrevi, o único recurso de que fui árbitro e que não foi considerado procedente, foi por influência clara de um PCG que foi um destacado dirigente do SPGL, que teve uma acção vergonhosa…)
Mas Quem Quer Saber Disso?
Não é melhor continuar a dizer como a outra que não sabe? E já agora, que nem quer saber? Realmente, há pessoas que se revelam slow learners, daí tanta a insistência na “recuperação das aprendizagens”. Só que, há que admiti-lo, mesmo muitos dos meus mais fracos alunos, parecem ter uma capacidade de aprendizagem muito superior, em ritmo e até em perspicácia, ao deste PM que ainda se vai tornar o nosso Cavaco do século XXI.
Antes tarde do que nunca? Mais vale alguma coisa do que nada, como diz o seu novo ministro Costa? Quiçá… mas a porcaria que ficou para trás não cabe debaixo da alcatifa sem nela tropeçarmos.
António Costa fala sobre Sócrates: “Concluo que ele, de facto, aldrabou-nos”
António Costa revela que a única visita que fez a José Sócrates, em 2014, foi condicionada pela presença de Mário Soares, o que lhe “agravou as suspeitas”. Agora diz não ter dúvidas que Sócrates enganou o partido.
5ª Feira
A Fenprof está incomodada com o debate de 3ª feira. Está no seu direito. Emite comunicado a queixar-se de malfeitorias várias por não estar presente e acrescenta que “estiveram professores, sim, mas exceção feita aos que desenvolvem determinados projetos, os demais eram representantes de si próprios, condição que não se altera por serem dinamizadores de blogues. Não se vislumbra a justificação para privilegiar representações individuais em detrimento de coletivas e, mais do que isso, para excluir estas no que toca aos professores, grupo profissional determinante para os assuntos em análise”. Curiosamente, esta mesma crítica apareceu no fbook de um director de TEIP aqui da margem sul, ligado ao PS e adorador do actual ministro. Afinidades.
Sim, eu apenas me represento a mim mesmo e nunca pretendi o contrário. Acontece isto há quase 15 anos, a incapacidade da Fenprof e certos “actores” não entenderem que não são donos do pedaço e que, quando puderam exercer influência a sério, não fizeram nada de jeito. Isso e parecerem um disco riscado. A mim, não incomoda nada que a Fenprof apareça por todo o lado (aliás, o programa apareceu com o pessoal da Fenprof a ir entregar a sua petição), mas também não considero que me representem. Nesse sentido, cada um no seu galho. Lidem com isso e deixem-se de queixinhas. Fica-vos mal. Querem ser mais respeitados? Que tal não andarem (uso o plural, mas penso – como é óbvio – em especial num ou outro cromo bem específico) décadas a dizer que querem voltar a dar aulas, sem nunca o fazerem?