Caíram Que Máscaras?

Depende das perspectivas. As que deveriam cair, não caíram, certamente. As quotidianas, impostas pela pandemia, irão caindo. Hoje, ainda apareceram muitas, mesmo entre os alunos. Já disse, no meu caso, ajudaram bastante a controlar a sinóóósite, afastando as poeiras do giz (sim, ainda uso) e outras impurezas atmosféricas. Confesso que me habituei com facilidade a ver as caras pela metade ou menos. Agora, irei voltar a vê-las por inteiro, mas é bem verdade que as que mais me interessam, quase sempre as consegui ir vendo. Também confesso que a minha “liberdade” não se mede pelo uso ou não de máscara. Desculpem-me os que muito empurraram para que a coisa acontecesse em nome da tal “liberdade” se disser que poderiam empurrar com igual arreganho e pertinácia em relação a outro tipo de liberdades, para mim mais importantes. O timing disto tudo pareceu apressado, depois das passeatas da Páscoa. Mas havia muita pressão mediática, não era? Portanto, desmascaremos o que serve para que o pessoal se anime e se distraia do resto. E até vem a tempo do 25 de Abril e tudo e o pessoal sempre pode dizer que recuperou a “liberdade”. Sou de História, praticante. Tenho dificuldade em ir em engodos. Chamem-me casmurro, céptico, ignorante ou pior. Tenho uma permanente máscara mental protectora. Daí apanhar poucos vírus de qualquer tipo. Isso e bater três vezes em madeira de pau oco.

6ª Feira

O que muita gente não compreende, incluindo a generalidade de quem é “professor”, mas “superior” é o desgaste causado por todos os que têm palpites sobre o que é ser professor “inferior”. Como já todos foram alunos, mesmo os de menor sucesso, têm sempre algo a dizer, a acrescentar, como seu eu, por ter desinfectado feridas e colocado pensos em arranhões, estivesse certificado para exercer, no mínimo, enfermagem. A isso, acrescentam-se os que falam de cátedra, pois estudaram o assunto e tem uma “perspectiva mais ampla da problemática”. E é esta combinação entre o micro-controle e os filetes de pescada lá do alto que ajudam bastante a que quem ainda gosta de dar aulas sinta uma enorme vontade de bater com a porta e que se lixe o que vier a seguir.