2ª Feira, 25 de Abril

Dia da Liberdade. Liberdade com que se deve aprender a lidar desde pequenino. A começar – ou continuar – pela Escola. Onde ela existe cada vez menos para aqueles que deveriam funcionar como exemplos nesse espaço e tempo: os professores. “Monitorizados” por um aparato burocrático de controle e desconfiança sistemática, despejado em cascata das lideranças centrais para as locais sobre o quotidiano.

31 opiniões sobre “2ª Feira, 25 de Abril

  1. No último relatório da avaliação externa do agrupamento onde trabalho é dito que a liderança é democrática e partilhada, quando todos sentem um clima de suspeição permanente, quando já se normalizou a tomada de decisões arbitrárias e inexequíveis, quando o favorecimento pessoal se vê nos horários feitos à medida dos gostos de cada um, privilegiando @s buf@s da sala de professores que narram no gabinete da direção os lamentos que vão escutando nos desabafos de quem ainda não percebeu qual o seu papel na escola. É curioso os senhores inspetores não terem percebido a razão da quantidade de docentes em falta por atestado médico, nem da fuga em massa de alunos para outras escolas. Viva o 25/04, que nos deu a possibilidade de escrever isto aqui, mas que me veda o direito de o dizer na cara dos diretores tão democráticos como os que a Milú nos ofereceu.

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    1. Sei de quem tenha saído de um agrupamento precisamente por essas razões.
      A “líder” é completamente louca, tendo acessos de raiva quando é contrariada, destratando quem estiver à sua volta. A sua “equipa” já toda saiu aos poucos, mas ela manter-se-á no lugar por muitos anos, até à reforma. Tudo está bem oleado e de acordo com as leis, regulamentos e constituições para que uma psicopata esteja no poder a destruir um conjunto de escolas, cilindrando malevolamente quem se lhe opõe.
      Onde estão os “oásis de democracia” que, segundo alguns, caraterizam as escolas?
      Por que o 25 de abril foi esmagado por uma lei que leva ao colo para a “liderança” os que a Revolução depôs?

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        1. Não, não trabalho nas escolas como professor há muitos anos e como inspector desde 2009. Mas nunca trabalhei como algo de exterior à escola — nem antes, nem depois, nem agora. Nunca fui ceguinho e nunca tomei a parte pelo todo. E, mesmo já não o sendo, é público que sempre defendi os docentes até (passe o exagero) à última gota de sangue. E só alguém muito “distraído” pode encontrar semelhanças entre o antes e o depois do 25 de Abril nas nossas escolas públicas. Muita coisa está mal? A quem o diz! Revoltem-se, não fiquem calados — não tenham medo! Que diabo, hoje “já-não-temos-o- Tarrafal” — ou temos?…

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  2. 25-de-Abril Sempre!
    Caro Paulo Guinote: vamos lá ter alguma “calma” nos comentários. Quem nada conhecesse deste mundo, tivesse acabado de chegar de Marte e lesse este seu último comentário, ficaria com a ideia (errada) de que nas nossas escolas públicas se vive (particularmente os professores) num ambiente não igual mas com fortes semelhanças com o antes do 25 de Abril! Ora, nada menos correcto, seja qual for o ângulo de abordagem. E é preciso dizê-lo.

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        1. Estive “do outro lado, o dos algozes” ?!… Você sabe o que está a dizer ? Você conhece-me, de modo a dizer uma coisa destas ? Só por má-fé ou por ignorância — e, assim, nem ofendido me sinto…

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          1. Lamento, mas só el@s afirmam que existe democracia nas escolas, de qualquer outro, só por má-fé ou ignorância.
            Como acredito que estes últimos não escrevem aqui…
            Quanto às ofensas, os factos não ofendem, SÃO.
            PS: se é ou foi “colaborador” da IGEC, tem pouco, muito pouco, de que se orgulhar…

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          2. Até à próxima! Se o Sr. ou a Sra. “CJ” me coloca no patamar dos algozes, e porque com um algoz não se conversa ou se discute, não estou aqui a fazer nada.
            (Uma observação: defendo e assumo a liberdade absoluta para a expressão de opiniões via net, mas todos deveriam ter de se identificar de modo iniludível. Liberdade implica responsabilidade e não se coaduna com o anonimato ou com identidades fabricadas — isto é, com o vale tudo.)

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          3. Sr. Calçada,
            quem o colocou nesse “patamar” foram as suas afirmações. Continuo sem saber, usando a sua terminologia, se por ignorância ou má-fé. A identificação, para além da iniciais e para si, não deveria ter qualquer importância (ou serão reminiscências do 24 de abril?) apenas os FACTOS. Quanto a esses diz…nada!
            Tenha um resto de bom 25 de abril.

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          4. Caro amigo José Calçada… desde 2009, as coisas degradaram-se muito. Houve tempos em que se recorria aos serviços do ME, com alguma confiança, para travar desmandos locais. Agora, a chapa 5 é um “arquive-se”, salvo honrosas excepções.
            Apesar disso, continuo a aconselhar tod@s @s colegas que se sentem abusados a fazer queixa formal à IGEC, na esperança de que ainda reste lá algo que conheci no passado.

            E aproveito para deixar aqui claro que o JCalçada, mesmo não estando nós de acordo em muita coisa no passado, foi sempre alguém que aprendi a respeitar e que foi sempre uma pessoa com quem o diálogo ganhou e não perdeu.

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    1. José Calçada, não vivi antes de 25/07/1974, mas por aquilo que me foi descrito por familiares próximos a sensação que hoje se vive em muitas escolas anda lá muito próximo. Quando se premeia a delação entre pares, quando a direção é monolítica, quando a cadeia hierárquica serve apenas para retransmitir o que se decide dentro de um gabinete estamos assim tão longe? Pode não haver um Tarrafal, mas há horários e distribuições de serviço que impõem uma prisão domiciliária, com breves incursões ao exterior para ir dar aulas. E a quem é que nos vamos queixar? Aos inspetores, que consideraram a liderança democrática e partilhada, que avisou os elementos dos painéis para terem muito cuidadinho com aquilo que diziam?

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    2. O sr. sabe quantos professores/as estão em completo esgotamento psicológico, mental, motivacional, anímico ou o que quer que seja, por causa das perseguições e aleivosias das “lideranças” altamente tóxicas? Eu conheço muitos/as infelizmente! Pessoas de alto valor cilindradas pela maldade incarnada no/a “líder”. Saúde e energias perdidas por um tipo de funcionamento esmagador de cima para baixo imaginado por mentes pérfidas. Estas mentes doentias só pretenderam destruir o poder crítico da mais importante e significativa classe profissional que estava a elevar o estatuto sóciocultural deste País. E o retrocesso (tão desejado por esses) está à vista.

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    3. Num ângulo de 360° SIM! Porquê? Porque existe um clima de repressão, silenciamento e humilhação semelhante, ou até mais perverso, do que antes do 25 Abril. Nem só da PIDE vivem as ditaduras…

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    4. Meu caro José Calçada… eu acho que nem reconheceria algumas das inspecções que andam para aí. São mais embaixadas de grupos de interesses no “mercado da Educação” do que equipas a verificar a justeza dos procedimentos. Quando – de norte a sul, não são casos isolados – se faz propaganda a uma metodologia específica de trabalho, “mercantilizada” com o beneplácito do ME, estamos falados.

      Quanto às escolas em si… há de tudo. Sinceramente, há de tudo. Do muito bom ao muito mau, mas com o ponto médio entre o medíocre e o satisfatório no que à liberdade de opinião e acção diz respeito.

      Ainda há dias, um colega contava-me como deu com um membro de um órgão de gestão, escondido, a ouvir-lhe a aula, para avaliar a conduta da turma, ao que parece.

      Pois.

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  3. Acabei de ouvir o discurso do PR, só forças armadas. Motivar, respeitar… Concordo.
    Em relação à educação e aos professores, num momento de profunda crise, NEM UMA PALAVRA. A educação e um povo instruído é pouco importante para esta gente. Preciso é um aparelho de guerra forte.
    Uma vergonha.

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  4. Liberdade é não receber emails do coordenador no dia 25 de Abril!
    Liberdade é não receber no dia de Páscoa prazos e tarefas burocráticas impostas por projetos do líder supremo!

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  5. #Daniela Sousa :Não posso estar mais de acordo 🙌 só lamento que os professores, não tenham mais coragem, não se unam e digam Não! A unidade “tem” tanta força, mas as pessoas não têm consciência disso.

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    1. Já não tenho nem paciência, nem forças. O pouco que me resta, estou a guardar para os meus, para aqueles que merecem mais do que a profissão. Quando os nossos ficam velhos e a precisar de nós, não nos podemos dar ao luxo de estar esgotados por causa dos “malucos” que temos na hierarquia.
      Para mim, a escola como a conheci até 2007/2008 acabou e nunca mais regressará.
      Lamento imenso que os “novos” que serão professores nunca saberão o que era o ambiente de uma escola do séc. XX.

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  6. Tenho imensa pena que não se comemore também o 11 de março e o 25 de novembro os quais calhariam este ano à sexta-feira. Quanto ao 1º de maio acho insultuoso que tenha calhado a um domingo e não seja transformado em feriado móvel a comemorar na segunda-feira seguinte.
    Desde há muito tempo que cada um comemora o que lhe apetece nos dias feriados. O exemplo vem do alto pois foi a própria igreja católica apostólica romana que primeiro se lembrou de albardar as festividades pagãs ao seu gosto.
    O 25 de Abril, data polémica entre todas, já não se consegue comemorar com manifestação única, sendo precisas pelo duas, realizadas a horas diferentes mas na mesma avenida.
    Este ano tivemos um discurso finalmente consentâneo com a realidade dos factos tendo o senhor presidente da república reservado o seu tempo de antena para referir aquilo que já todos percebemos: quando se desinveste na tropa, mais tarde ou mais cedo temos pronunciamento militar. Tivemo-lo em 74 protagonizado pelos militares em serviço nas antigas províncias ultramarinas e temos agora um imposto pela potência da qual a Europa é uma província ultramarina. Moral da história: lá se fazem cá se pagam.

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        1. Em Portugal nada está ótimo, como é do conhecimento geral, Sucede que nas FA o descalabro é total, maior que em qualquer outro setor da sociedade portuguesa, quase a fazer lembrar o que sucedeu com as FA nos últimos anos da I República. Sendo o PR constitucionalmente o Comandante Supremo das FA compreende-se que tenha levantado a questão.

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