Por vezes, achamos que estamos a ser críticos, apenas porque prolongamos indefinidamente os nossos preconceitos e os não confrontamos abertamente com as “evidências”, preferindo recusá-las. Isso não passa de uma variante do que chamamos “fé”.
Dia: 9 de Maio, 2022
Devia Haver Uma Formação Sobre Isto Nas Escolas!
Ia Escrever Um Post Sobre “Unidade”…
… depois de ler o António Duarte, no final do seu texto, a apresentá-la (mais a “luta”) como a solução milagrosa para a solução dos problemas dos docentes, mas depois decidi que ainda acabaria por aborrecê-lo, quando não é isso que pretendo. Afinal, ele não tem culpa de ser mais idealista do que eu. Ou de ter um modelo diferente do meu de detector de oportunismos. Se há algo que umas décadas disto nos ensinaram, foi a distinguir as diversas estirpes de “populismo”.
Tema-tabu, António, é quando nos dizem que não podemos discutir o que fazem os “senhores da luta” se não pagarmos para a agremiação. Ora… eu nunca paguei sequer quotas ao Sporting.
(pior mesmo, é apontar o dedo de forma clara à contradição entre o palreio público de uns e a sua prática nos corredores ou quando apanham um cadeirão à mão).
Sobre A Implosão Da IGEC
E nem foi abordada a questão de as equipas que restam andarem a funcionar mais como comissários ou arautos do projecto maia do que outra coisa. E não me parece que, na generalidade, seja por vontade própria.
Pelo que sei, a previsão a cinco anos é que fique apenas metade dos que estão e esses só chegam para as “encomendas” que aparecem de “cima”.
O ministro, cerca dos 21 minutos, diz que não tem boas notícias, com o sorriso do costume:
Pelos States
Agradecendo ao V. Teodoro a referência. Como se vê, a solução não é nada que não nos tenha ocorrido por cá (excepto aos decisores).
Federal relief funds can provide a down payment on long-needed investments in the education workforce
2ª Feira
Nas listas provisórias do concurso externo de educadores e professores surgem cerca de 55.000 candidaturas. O que significa que há bastante gente habilitada para a docência. Muita dela com bastante experiência, a avaliar pela idade e tempo de serviço em contratos. Não há é gente disponível para horários precários, contados à hora, a distâncias enormes de casa, sem estabilidade ou garantia de colocação superior a 30 ou 60 dias. Por isso é que as RR ficam desertas em vários grupos a partir da dado momento. Ou as pessoas recusam as colocações. Que o anúncio gongórico do actual ministro, de “recuperar” 5000 docentes não colocados por terem recusado os horários, tenha dado em quase nada, não é de admirar. Porque as pessoas seguem outras vias para a sua vida. Mas voltam, anualmente, a tentar um lugar “no quadro” (pouco mais de 3000 vagas), apesar da proletarização e falta de horizontes da carreira. Porque seria uma colocação com alguma estabilidade. O que significa que o maior problema que existe não é o da “formação de professores” (que faz alguns grupos académicos esfregar as mãos), mas da “fixação” daqueles que já são/foram professores, com a devida certificação. Se esses, devidamente qualificados, não aceitam a precarização da contratação, quem é que andará disponível para a aceitar?