Dia: 11 de Maio, 2022
Guerra Em Saldos?
Resta a força bruta para destruir cidades quase por completo, enquanto há quem ache isso justificável, por causa de “percepções geoestratégicas”.
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1992-93, 21 Horas Todo o Ano
Já não me lembro bem do total (não tenho aqui o registo biográfico), mas no fim deu uma perda de umas boas dezenas de dias de serviço. Primeiro ano a começar no grupo 200. Comecei as aulas, salvo erro, no dia 6 de Outubro, uma 3ª feira. O colega que se tinha apresentado na 6ª feira anterior teve direito às 22 horas e ao ano de serviço completo. Uma colega, que chegou mais tarde, de outro grupo (210, quando ainda as havia), mais fotogénica, passou de 12 para 22 horas, já na altura graças a apoios em Português (nenhum sobrou para mim). Uns anos depois, volto à mesma escola, mesma situação. Tive de dizer ao presidente do CD que até me podia colocar a tratar dos WC’s, mas que não voltassem a fazer a mesma “brincadeira”. Tive a 22ª hora a um par de dias do limite para contar o horário como completo que, à época, era o dia 15 de Dezembro, já depois de ter passado para uma abordagem mais “assertiva” do assunto.
O rol de injustiças vem de muito longe. Mas por isso mesmo não se justificam repetições, que só podem resultar de má fé, desleixo ou pura incompetência. Pior, quando tem chancela “superior”.
Uma professora com 24 anos de serviço não vai tornar-se efetiva no final do ano letivo por lhe faltar uma hora no contrato anual que tem com o Agrupamento de Escolas da Mealhada, contou hoje a própria à agência Lusa.
Às Vezes, Apetece-me Dar Um Valente Berro E Já Irão Ver Porquê
A todas as horas encaro 28 indivíduos numa sala que, em mais de metade do meu horário lectivo, tem uns 40 metros quadrados assim ao primeiro olhar de um não empreiteiro ou pintor a calcular baldes de tinta. No resto, a sala é maior, mas são 28 individualidades na mesma, com as quais devo interagir e motivar para que aprendam coisas a que podem não achar sentido agora, mas que eu procuro limitar ao que tem a mínima inutilidade. Dialogo em permanência com os anseios, (des)interesses, frustrações, alegrias, revoltas, desentendimentos de todas essas pessoas (sim, podem ter 10-12-14 anos, mas são pessoas) e é minha função conseguir o equilíbrio possível, arriscando decisões a cada minuto (claro que menos do que isso) que podem entrar em choque com este ou aquela, que podem desagradar, que não têm necessariamente de serem tomadas a pesar em conveniências ou “interesses” e humores passageiros. É algo que faço há bastantes anos e, com essas pessoas que encaro todos os dias, algumas 2 a 4 horas seguidas (toma lá 90 de Português, mais 90 de HGP ou CD, só tendo a sorte de não ter um metrónomo `porta a tiquetaquear logo que dá o toque de entrada), as coisas até correm razoavelmente bem.
Por isso, chateiam-me de morte aqueloutras pessoas que, tendo uma ou duas para lidar, não o conseguem, procuram rótulos e truques para justificarem as suas incapacidades e recorrem a subterfúgios para atirar as responsabilidades para terceiros, nem sendo capazes de assumir em pleno a sua condição de adulto e tudo o que isso implica. Gente que ficou muito desgastada quando as aulas deixaram de ser presenciais mas que, agora que pensam que já tudo passou, regressaram à postura que alia a incapacidade para desempenhar o seu papel perante as crianças e jovens a seu cargo com a pesporrência dirigida a quem faz o seu melhor por manter todos os pratos no ar sem se partirem. Com a pesporrência posso eu bem, que estou habituado a detectar a idiotice arrogante à distância e resvala na couraça da minha indiferença; o que me custa é pensar que há petizes que, ao saírem da escola, ficam à mercê da desorientação alheia, sem terem culpa nenhuma.
E claro que me dá vontade de berrar forte e feio.
Mas é melhor não.
Porque dizem que coiso e tal, é preciso “capacitação emocional” e o escafandro pelo pescoço francês acima, if you know what I mean.
É pá, tivessem pensado, tomado um duche frio em vez de. Tivessem tido imaginação. Tivessem feito uma qualquer “formação” num par de “capacitações”. Antes de se meterem naquilo em que, claramente, muitos “milenares” se encontram atolados e, com a aflição, só sabendo esbracejar e salpicar tudo em redor, inocentes incluídos, reclamando por todos os direitos imagináveis, mas com muito pouca vocação para encarar os seus deveres. Pior mesmo, só quando até acham que sabem algo sobre aquilo que notoriamente é demasiado volumoso para a sua vanete.
O Precariado Docente
Aquele que leva décadas disto e a quem ainda querem negar uma carreira decente. Não pago portagens, mas há colegas do quadro da minha escola que as pagam e façam dezenas de km, como eu também faço, porque não nem todos têm cadeirão fofo perto de casa onde sentar o rabo para tomar o cafézinho da manhã. Há quem pague mais de 200 euros em combustível por mês por falta de uma rede de transportes públicos como deve ser, mas que não andam sempre a esfregar isso na cara de toda a gente e arredores.
Colocado em Portimão, a 70 quilómetros de casa, passa todos os dias três horas na EN125 para não pagar as portagens da A22.
A Ler
4ª Feira
A memória de muitos adultos é curta. Quantos se esquecem do que foram e como eram diferentes na escola, nas aulas, nos intervalos e em casa. Quem não perceba que não se lhes está a negar a proximidade quando se lhes diz que, porventura, talvez, quiçá, o jaquinzinho ou a Marianinha, na escola têm um comportamento, atitude ou desempenho – para o bem, o mal ou o simplesmente diferente – do que têm em casa. E é especialmente estranho – embora não raro – quando tem de ser @ professor@ a acreditar mais n@ petiz.