Ganha Chancela E Legitimação Superior…

… o que já começava a ser prática comum em vários pontos do país, ao abrigo de certas “autonomias” ou especificidades “territoriais”. Sei que a remuneração não é (mesmo) a melhor, mas começam a conhecer-se casos em que os trunfos saíam sempre aos mesmos, com mais ou menos currículo ou experiência. Sorte que a docentes profissionalizados em situação de contratação com horários incompletos e não iniciados em Setembro nunca calhava.

A medida em si, isolada, faz sentido? Sim, admito. Mas, no “contexto” em que vivemos é claramente selectiva e direccionada. Só falta, a seguir, arranjar o “mecanismo” de vinculação.

 A renovação dos contratos a 1.100 técnicos especializados e a formação de professores pelas Academias Gulbenkian são dois dos projetos focados na saúde psicológica e bem-estar da comunidade escolar que arrancam no próximo ano letivo.

O anúncio foi feito pelo Ministro da Educação, João Costa, durante a apresentação dos resultados do estudo nacional sobre saúde psicológica e bem-estar entre alunos e professores.

Compreendo O Desânimo

Levar a sério a função de Presidente do Conselho Geral, para além de oportunismos, porreirismos e outras coisas pouco dignas, é muito complicado no actual ambiente de bonapartismo e autarcia que se vive em tantos agrupamentos e esolas.

Por isso, compreendo que – como aconteceu comigo há uns anos – as pessoas se cansem e batam com a porta quando o seu trabalho é constantemente atacado por quem deveria prestar contas e não armar-se em controleiro. Não devendo publicar o texto da renúncia da colega, por razões óbvias, estou autorizado a divulgar a mensagem que um professor do agrupamento em causa lhe dirigiu, até porque teve divulgação geral.

Cara colega Mónica

Acabo de ler o email abaixo transcrito de renúncia ao cargo de Presidente do Conselho Geral. Compreendo e sabendo das muitas dificuldades criadas ao exercício do cargo, não me espanta. Como talvez alguns ou muitos não saibam, a Presidente do Conselho Geral é a figura mais importante de uma Escola. Não é o Director ou o Subdirector. O Director e os restantes elementos da Direcção respondem ao Conselho Geral e não o contrário. 

Tudo isto não é por acaso.

No meu caso este mal estar docente pouco me irá afectar, uma vez que estou muito próximo de me ir embora. 

Mas para quem como eu é professor nesta Escola há quase trinta anos, e há vários(as) colegas  com o mesmo tempo na Escola, lamento esta e muitas outras desagradáveis situações de quem está gerindo a Escola.

Os meus cumprimentos,

António José Barroso

Ainda (E De Novo) A Semestralidade

Neste caso, da divisão do ano lectivo em semestres, que ao fatiamento de algumas disciplinas se voltará em termos mais incisivos.

Fiquemo-nos agora, que se começa a estar nos preparativos do lançamento do próximo ano lectivo, pela nova investida, a partir das lideranças doutrinadas pelo secretário agora ministro e seus arautos locais, no sentido de alegadamente dividir o ano em semestres porque dizem que assim é melhor. Sem que se perceba porquê, pois as auto-avaliações do ME em relação a medidas que lança (e formalizadas em “encontros” de amigos com muita palmadinha nas costas e auto-congratulamento colectivo) raramente ficam abaixo do Excelente+, Ferrari Testarossa, top of the tops, com chancela especializada da ocdêé ou isczé, que as coisas da católica eram mais no tempo da troika.

Há algo que gostava que me explicassem devagar, a mim que sou de Letras enciclopédicas e tenha escassa capacidade de reflexão aprofundada em Hermenêutica da Treta.

Porque já ouvi e li que os semestres são melhores, porque reduzem a burocracia a dois momentos de avaliação em vez de três, mas depois também ouço e leio (mais ao nível das bases) que na prática existem intercalares com avaliação praticamente tão formal como a outra (com abundante preenchimento de registos e feedback e reuniões e o escafandro mal fechado), pelo que se fica com quatro momentos de avaliação e não dois ou os anteriores três

Mas também já li que esta forma de organizar o ano é mais “racional” (?) atendendo à disparidade da extensão dos três períodos tradicionais, pois o primeiro é quase sempre muito longo e cansativo. Mas, nesse caso, a transformação de um trimestre em semestre (mesmo que de 4 meses ou 4,5 meses) melhora as coisas como? E como é mais “racional” ficar com semestres com pausas pelo meio, raramente a meio do dito cujo, pois o Natal e o Ano Novo raramente mudam de data e a Páscoa, apesar de mais valdevina, também calha quase sempre mais para cá do que para lá, se o segundo semestres se iniciar com o fevereiro lançado? E se os alunos acabam esgotados e fartos a meio de Junho (ou antes), como é se ficarem sem a pausa pascal que já foi normal?

A nível local, o debate em torno destas questões raramente levanta voo, pois fica-se pelo “tem de ser” ou pelo “é melhor assim”, sem qualquer explicação razoável, preferindo acusar-se os cépticos de imobilismo, conservadorismo e outros ismos assim. Mas antes isso do que acrítico e salivante seguidismo.

Por Vezes Gosto De Destacar Artigos Que, No Meu Escasso Entendimento, Não Passam De Uma Grande Treta

Para além de se concentrar na experiência americana, ignora muitos outros factores, em favor de mais uma daquelas “fórmulas mágicas” que parecem receitas de auto-ajuda para totós. Só falta a Iniciativa Educação propor uma “formação” com base nisto e o apoio de uma Gulbenkian que, na área da Educação, parece ter sido tomada de assalto por zombies de um filme dos anos 70.

Normalmente, os professores de História possuem formação e materiais inadequados, e os alunos não aprendem grande coisa. Há várias iniciativas que procuram resolver este problema, mas apenas uma — o Método das Quatro Perguntas — dá aos professores a estrutura de que precisam.

5ª Feira

Ainda sobre o estudo que descobriu, a partir de 1500 inquéritos, que a maioria dos professores está irritada é curioso que o governante que está há seis anos e meio nessa área da governação pareça achar que nada disso resulta de muito do que foi feito nesses mesmos seis anos e meio. Já sei, ele estava contra as coisas más, mas “devia lealdade ao ministro”, como @s amig@s se apressam a dizer.

Bite me!