Dia: 3 de Junho, 2022
Extremamente Previsível
Tudo controlado. Tudo absoluto.
Investigador Domingos Fernandes é o novo presidente do Conselho Nacional de Educação
A Ler
Vale mesmo a pena, para que se perceba que a hipocrisia tecnocrática não é de esquerda ou direita e que a incompreensão com os fenómenos de insatisfação desagua em simplistas ou mesmo completamente erradas concepções daquilo a que chamam “populismo” (que como pude constatar há não muito tempo campeiam mesmo em gente com muitos títulos académicos) ou então em qualificações de “mente fechada” e “arcaísmo” (por cá “velhos do Restelo”) a quem critica esta deriva tecnocrática . E sublinha muito bem que a diferença entre a esquerda e a direita mais próximas do centrão, em matéria de crença no mercado, é apenas de tom ou intensidade do discurso e que foi em grande parte a falência dos governos da 3ª via pglobalistaara solucionar as desigualdades que esteve na origem do sucesso eleitoral de algumas forças e fenómenos “populistas”. Ficam apenas alguns excertos das páginas 18-20.
Eu Pensava Que Era A Falta De Bons Empregos, Com Bons Salários, Que “Potenciava” A Pobreza, Mas Parece Que Isso Era Antigamente
Outro exemplo da mais absoluta treta, sem qualquer substância ou eficácia. O mais completo ilusionismo sobre a realidade, no qual se gasta bastante dinheiro a pagar aos do costume para criarem site, eventos, sessões de isto e aquilo, em vez de se criarem novos empregos, estáveis e com boa remuneração.
No lançamento do site, ministro da Educação realçou importância de um recurso que vai ajudar escolas, professores e cidadãos, uma “missão” da APB, sublinhou Vítor Bento.
Entretanto, Acelera O Processo De Monitorização Da Mais Pequena Irrelevância, Em Forma De “Projecto” Ou Qualquer Outra Designação Flexível Ou Inclusiva
Já está aí a temporada sobreposta à dos milagres – e que de certa forma a prepara, enquadra e serve para legitimar – que é a das avaliações de tudo e qualquer coisa que se passou nas escolas e agrupamentos, incluindo aquilo em que não se participou ou sequer se conheceu qualquer resultado, produto ou actividade. A isso acresce a avaliação de tudo o que já foi avaliado antes, mas é preciso continuar a monitorizar, para que depois outros avaliem se houve progressão ou não. Porque, não havendo, haverá que reflectir e (hélas!) avaliar da melhor forma de fazer progredir; em caso de ter havido, há que continuar e daqui por uns tempos avaliar se é necessário mudar o modo de avaliação ou alterá-lo de algum modo. Há ainda a avaliação do funcionamento das plataformas, dos feedbacks, das próprias competências, das competências alheias, das cidadanias, das tecnologias e demais fantasias.
Perda de tempo pura, pois, em muitos casos, a coisa apenas se destina a alguém bater no peito e dizer que fez bem ou mesmo muito bem e que se não fez muito muito bem é porque alguém não colaborou adequadamente, que isto das micro-políticas dos poderes locais já em pouco se distinguem, nas estratégias de auto-legitimação e (des)responsabilização, das políticas dos mais crescidos. Já sabemos que quem tem o poder de “projectar”, continuará a fazê-lo e que isso será (auto) avaliado em níveis de excelência, mesmo se nada contribuiu para melhorar o ambiente geral das escolas, apenas servindo para massajar egos e abrilhantar relatórios.
Podia continuar, mas ainda escorregava a soca para o concreto e depois lá teria eu de me auto-avaliar com excelente+ em “competência para chatear as pessoas” e “capacidade para me armar em impossível”. O que é verdade, mas a par de “afinal, não disse nada que não fosse verdade, o pior é a maneira como o digo” (para parafrasear um professor meu dos tempos da Faculdade, mais defensor da abordagem dos punhos de renda e aventais).
6ª Feira
As novas regras para a mobilidade por doença já foram aprovadas. Como é costume entre nós – ainda me lembro muito bem da conversa sobre a não avaliação do mérito dos professores, quando apenas teria de ser regulamentado um artigo do ECD pré-2007 – legisla-se para todos, com base no alegado incumprimento de alguns. A medida não vai solucionar qualquer falta de professores porque os muito falados abusos parecem acontecer numa zona do país a centenas de quilómetros das zonas onde a falta de professores é mais acentuada. E nem sequer se sabe se estão em causa os mesmos grupos disciplinares, apenas que se faz uma cosmética para patego comer e oportunista rejubilar. E por oportunista designo quem, ainda há poucas semanas, clamava por mudanças e agora surge a dizer que, afinal, isto não vai resolver nada. E nem se trata apenas da mobilidade que a completa cambalhota foi dada. É muito complicado esperar qualquer tipo de eficácia (“unidade” já se sabe há muito ser impossível) em qualquer guerra ou guerrilha quando há gente que salta de posição conforme lhe parece mais popular. Ou adequada à sua “vidinha”, com as mais variadas justificações(ou nem isso). Entretanto, as organizações que ajudaram a adormecer tudo durante anos, querem agora carne para canhão para demonstrar que o descalabro eleitoral não tem correspondência “nas ruas”. Por mim, perdoem-me o franciú. podem ir à m€rd@, porque eu bem sei o que (não) fizeram em Verões passados e, mesmo que nem sempre tenha vindo á superfície, tudo o que activamente fizeram para “secar” quem não aderisse ao espírito da geringonça, mesmo no período final. O resultado, está à vista e não digam que a culpa é das bases, quando as lideranças se acomodaram e cristalizaram a um nível insuportável.