Ideia Em Desenvolvimento

Já não vai a tempo desta edição do JL, mas pode ficar para a próxima: a “escola costista” das aprendizagens “essenciais” e do currículo “local” como regresso ao ideal do Estado Novo de uma Escola Mínima para a plebe, em que os pobres aprendessem apenas o “essencial” para a sua vida tradicional, no seu lugarejo ou vilória.

Estou apenas a “registar” a ideia, não vá alguém ter falta de ideias para alguma prosa quinzenal.

Se Até Os Liberais Capitalistas Da Gallup E Da Harvard Business Review O Dizem…

Pensava que era só pelos meus lados, mas parece que não. Pelos vistos, @s alegrinh@s e pipilantes (que @s há, mesmo quando encenam cenho franzido) é que devem ter algo para nos explicar.

Stressed, Sad, and Anxious: A Snapshot of the Global Workforce

While some leaders may feel like things are beginning to return to normal, data from Gallup’s new State of the Global Workplace report suggests that the emotional side of work has not healed from the pressures of the last two years. Under the surface, people around the world are stressed and anxious: 44% of employees say they experienced stress a lot during the previous day.

These negative emotions are at a new high. In 2020, the world’s employees saw an increase in stress, worry, anger, and sadness. In 2021, worry, anger, and sadness remained above pre-pandemic levels, and stress continued to climb to a new high.

Então, Dia 21, Lá Irei Vigiar…

… a inútil prova de Matemática para alunos do 9º ano. Eu e mais outro colega na mesma sala, mais umas dezenas pela escola, acrescendo o pessoal suplente, o secretariado e mais a polícia que traz e leva as provas e depois os classificadores (codificadores?), tudo multiplicado pelo país para fingir que se está a fazer alguma coisa a sério. Porque até os alunos já perceberam que é um total fingimento. Ao não terem consequências na progressão dos alunos e os “resultados” só chegarem às escolas no início do próximo ano lectivo, desaparece qualquer efeito com interesse para os alunos que fazem estas provas, pois no caso das Básicas até ao 9º nem sequer lá estarão, na sua esmagadora maioria (só algum distraído que fique retido, mas esses quase nunca aparecem sequer). E mesmo no caso de Secundárias, para quem for para áreas de estudos sem Matemática, é a mesma coisa em termos de utilidade zero. Ahhh… deixam ensinamentos para os alunos dos anos que ainda aí estão por vir… sim, pois, mas para isso não chegará “maiar” no sentido do sucesso?

Estas pseudo “provas finais”, que só servem para “aferição”, são a preparação para a eliminação de qualquer avaliação externa das aprendizagens no Ensino Básico, de modo a regredirmos até ao início dos anos 90 do século XX, quando esta clique ideológica já estava quase a passar do primor da idade (e agora, tirando o seu ministro Costa, já estão bem para lá do prazo de validade dos danoninhos em termos de “inovação” intelectual). E depois teremos psicólogos como os de ontem a recuperar as teses da Educação finlandesa de então, associando-a a níveis de felicidade míticos e de desenvolvimento humano que esquecem todo o contexto envolvente e um espírito ético que (mesmo que Weber não estivesse plenamente certo) por cá escasseia mais do que professores abaixo da trintena.

Mas lá irei eu (mais o colega contratado, acima da quarentena) “vigiar” algo que é de uma inutilidade atroz e que só servirá para que este envelhecido professor perca duas horas da sua vida, enquanto reprime a vontade de perguntar a quem aparecer, porque raio se deram ao trabalho de o fazer. Acaso serão éticos finlandeses disfarçados de descontraídos latinos? Lá irei vigiar uma prova que espero consiga ter sido feita sem necessidade de erratas de última hora, prova essa que, com todas as outras feitas este ano no Básico, servem mais para justificar parte da existência do Santo Iavé do que outra coisa. Não sei se, como em ocasiões anteriores, com o calor que está, os alunos só poderão levar garrafas de água descaracterizadas, para não fazerem as cábulas que o próprio enunciado fornece em forma de formulário.

Isto é tudo muito parvo, mas, como escrevi, é uma necessária fase preparatória para o decretar do fim definitivo de qualquer prova externa no Ensino Básico que não seja “de aferição”. A pandemia, a este respeito, foi mesmo uma “oportunidade”. Pena é que me façam perder duas horas da minha vida que podia levar a ler um bom livro ou a observar o movimento das nuvens ou poeiras no céu azul. Como dizia uma pessoa da minha família, gente do antigamente, “mais valia estar a ***** em pé do que a fazer isso”, se é que me é permitido o plebeísmo arcaizante.

Sortido Pobre De Coisas Em Forma De Não Sei Quê

Será que esta senhora sabe que em muitos concelhos há “caixotes escolares” a mais de 10 km da casa da petizada da pré e do 1º ciclo?

A professora catedrática Beatriz Pereira, da Universidade do Minho, que é especialista na área da educação das crianças, deu nota da importância do desenvolvimento motor e intelectual dos mais pequenos, para que estes sejam autónomos nas suas deslocações para a escola, foi hoje divulgado.

Nem sabia que este senhor ainda se metia nestas coisas. Pensando bem, acho que nem ele sabe exactamente do que está a falar.

Mário Pinto lamenta que o ensino em Portugal não cumpra “com escrúpulo” a Declaração Universal dos Direitos do Homem. O antigo presidente do Conselho Nacional de Educação participa, em Viana do Castelo, de 10 a 12 de junho, no Congresso Popular sobre Diretos e Liberdades Fundamentais.

Será que o ex-secretário Casanova se lembra do que fez quando foi governante ou a desculpa da troika lava tudo mais branco? Ou será que pensou tanto que não conseguiu fazer nada de jeito?

Sendo por todos reconhecido que a Educação é a maior alavanca para o desenvolvimento sustentável de um país, é necessário que haja coragem para a colocar na linha da frente das nossas prioridades.

Este, pelo menos, não escreveu sobre a Ucrânia. Mas este tipo de prosa não ficaria melhor no jornal do partido?

Já agora… mas não andam a dizer que os professores são quase todos anciãos?

No mundo há as experiências mais diversas de escolas, sabemos bem. Escolas sem edifícios, sem bares ou cantinas, sem funcionários de apoio, sem livros e, mesmo quando não há professor, no limite, aparece um ancião, alguém que substitui as suas funções. Sem estudantes é que a escola não existe. Gonçalo Francisco, da Juventude Comunista, na rubrica Lugar aos Novos

A Sério?

Mas então, andam há 20 anos a mentir-nos, tanto políticos do alargado arco da governação (estou a incluir as muletas que se destacaram pela inacção), como um alargado naipe de opinadores mediáticos, subitamente preocupados com a Saúde e a Educação, quando levaram anos a catequizar-nos acerca do que se fazia lá fora e pelos vistos não é nada disso??

Não é cá que os funcionários públicos ganham muito e progridem sem qualquer travão ou mérito? qualquer dia, ainda dizem que até trabalham menos horas lá fora (e é verdade).

Melhores salários e rápida progressão: eles trabalham na função pública lá fora

3ª Feira

Ontem, num canal televisivo que não fixei, estava um psicólogo (ou especialista equivalente) a falar da felicidade na Finlândia e a associá-la à Educação e à falta de exames e avaliação nas escolas. Esqueceu-se que também é um dos países com maior taxa de suicídios na idade adulta, mas isso não interessa nada à conversa fiada dos clichés.