Quem Faz Um Filho, Fá-lo Por Gosto?

Estar com miúdos muitas horas seguidas, muitos dias seguidos, pode provocar claustrofobia. É a mais pura das verdades que o ideal era termos uma aldeia a ajudar a criar os nossos filhos, mas na realidade o que acontece é que tendencialmente trabalhamos por turnos. Ficamos com eles, até o nosso marido chegar, estão na escola, na avó, ou com a tia, durante x horas, até os irmos buscar e esta versão intensa e solitária desgasta ao ponto de a perspectiva de os ter a todos de férias possa ser um bocadinho avassaladora. Foi por isso que me lembrei destas sugestões de como fugir um bocadinho, sem fugir de facto.

6ª Feira

Ontem, passei por uma das escolas intervencionadas pela Parque Escolar (fase 3), na qual tiveram a ideia de incrustar conjuntos de cacifos em paredes exteriores, junto à entrada de umas salas. Não lecciono lá, pelo que não sei até que ponto o ruído do seu uso perturba(va) ou não as aulas, mas o que vi foi o estado de completa degradação dos ditos cacifos, entre o obviamente vandalizado (fechaduras ou portas arrancadas, completamente danificadas, inutilizáveis) e o efeito do tempo (ferrugem, pintura a saltar). Contei 21 blocos de 9 cacifos (3×3) junto a 2 salas, ou seja 189. Desses, sem margem para dúvidas 99 estão completamente inutilizados (quase toda a fila inferior e a larga maioria da do meio) e dos restantes 90, duvido que boa parte dê vontade a alguém para os usar, atendendo ao estado da “vizinhança”. Não sei se, ao longo do processo, existiu o esforço, vontade ou capacidade de proceder a alguma manutenção. Agora, em especial com a escola sem aulas a funcionar, parece algo completamente ao abandono. Provavelmente, deve ser ser necessária alguma “formação” para os professores prevenirem este tipo de situações.