Sábado

A absoluta desordem. Uma maioria que deveria começar com algum ímpeto, discordemos do sentido das políticas ou não, começa a esboroar-se por dentro, incapaz de apresentar um programa consequente para acudir às situações de maior emergência pós-pandemia. Na Educação, medidas avulsas, sem critério, para resolver uma situação de carência pelo lado errado (parece que não perceberam que não é falta de gente certificada, mas sim de condições de atracção da carreira, mesmo para os que cá ainda estão); na Saúde, uma completa subordinação a interesses privados (mascarados com uma multa aparecida nos últimos dias que, mais mês ou ano, acabará reduzida a décimos em disputas judiciais, nas quais só ganharão os escritórios de advogados contratados, á vez, pelas partes), com os quais se contratualizam a preços exorbitantes os serviços que se pagam a custo mínimo a quem está no SNS; na Justiça, o contínuo prolongar de processos que, mais ou menos percalço, já se percebeu que acabarão, na instância adequada, com a decisão esperada pelos arguidos; nas Obras Públicas, o conflito entre as clientelas (centrais e locais) ávidas dos milhares de milhões. Tudo misturado com uma “descentralização” manhosa e a erosão permanente do poder de compra da maior parte da população, dizem que por culpa do Putin (uns) ou do Zelensky (outros).

Uma maioria rapidamente à deriva, num país há muito sem rumo. E depois a culpa é dos “populismos”? Mas quem é que prometeu a Terra da Cucanha à esquina e só serve casca seca de amendoins?