Dia: 29 de Julho, 2022
Não Ando Com Paciência Para Isto
“Já reparou na posição das mesas? Nas escolas, estão da mesma forma desde o tempo dos nossos avós”, aponta Catarina Fonseca, enquanto elenca as vantagens do trabalho colaborativo que aprendeu na Escola Superior de Educação (ESE) de Bragança. A inovação pedagógica toca-a particularmente. Entrou na Licenciatura em Educação Básica, obrigatória para aceder ao mestrado que agora frequenta, “por revolta”.
“Não gostei nada da minha experiência no secundário. Nem dos métodos de ensino nem da forma como está organizado”, conta a jovem de 25 anos. “Assim não funciona!”, lembra-se de pensar.
6ª Feira
Quase a entrar em serviços mínimos blogosféricos, não queria deixar, talvez por isso mesmo, de continuar a bater na tecla da opacidade de que se estão a revestir os processos de mobilidade interna dos docentes, seja a motivada por doença, seja a estatutária, seja a de cedência de professores a outros organismos do Estado. No primeiro caso, a definição da “capacidade de acolhimento” foi feita antes de estarem definidas todas as variáveis e em alguns casos parece que de forma muito pouco rigorosa; no segundo caso, tornou-se uma espécie de segredo de Estado, com as listas a deixarem de ser públicas, quem vai para os sindicatos e organizações profissionais de professores (damos com eles lá, mas só a posteriori); no terceiro caso, temos de novo a definição dos contingentes a ser feita de modo ad hoc. Transcrevo parte da descrição que me foi feita por colega colocad@ numa direcção-geral de outro ministério, que é bem reveladora de toda a falta de transpar~encia donque se está a passar.
Perguntei o que é o contingente… Pois disseram-me que decorreu de um “despacho da senhora secretária de estado da educação” só para consumo interno, o qual não foi comunicado a mais ninguém. De 9 pedidos da (…), havia ordens para aprovar apenas 2. Critérios, perguntei? Pois começaram a enrolar a conversa… Primeiro tentaram convencer-me de que havia sido a (…) a hierarquizar os pedidos. Quando lhes disse que tal não é possível, pois tinha estado a falar com o subdirector geral antes, inventaram que tinha seleccionado os 2 primeiros da lista… (…) O melhor foi quando fui verificar a orgânica do governo… Pois… “senhora secretária de estado da educação” é coisa que não existe, a não ser que alguém tenha mudado de sexo…
Mas enquanto, em matéria de Educação, o que faz vender jornais for o caso de Famalicão, até os direitos da águia do Benfica tem mais tempo de antena e espaço impresso do que a fiscalização pública destas situações, a começar pelo secretismo de certos “despachos” e das tais listas de mobilidade estatutária que calham quase sempre aos mesmos, em especial se fizerem bem o seu papel quando são chamados à boca das cenas.