6ª Feira

Quase a entrar em serviços mínimos blogosféricos, não queria deixar, talvez por isso mesmo, de continuar a bater na tecla da opacidade de que se estão a revestir os processos de mobilidade interna dos docentes, seja a motivada por doença, seja a estatutária, seja a de cedência de professores a outros organismos do Estado. No primeiro caso, a definição da “capacidade de acolhimento” foi feita antes de estarem definidas todas as variáveis e em alguns casos parece que de forma muito pouco rigorosa; no segundo caso, tornou-se uma espécie de segredo de Estado, com as listas a deixarem de ser públicas, quem vai para os sindicatos e organizações profissionais de professores (damos com eles lá, mas só a posteriori); no terceiro caso, temos de novo a definição dos contingentes a ser feita de modo ad hoc. Transcrevo parte da descrição que me foi feita por colega colocad@ numa direcção-geral de outro ministério, que é bem reveladora de toda a falta de transpar~encia donque se está a passar.

Perguntei o que é o contingente… Pois disseram-me que decorreu de um “despacho da senhora secretária de estado da educação” só para consumo interno, o qual não foi comunicado a mais ninguém. De 9 pedidos da (…), havia ordens para aprovar apenas 2. Critérios, perguntei? Pois começaram a enrolar a conversa… Primeiro tentaram convencer-me de que havia sido a (…) a hierarquizar os pedidos. Quando lhes disse que tal não é possível, pois tinha estado a falar com o subdirector geral antes, inventaram que tinha seleccionado os 2 primeiros da lista… (…) O melhor foi quando fui verificar a orgânica do governo… Pois… “senhora secretária de estado da educação” é coisa que não existe, a não ser que alguém tenha mudado de sexo…

Mas enquanto, em matéria de Educação, o que faz vender jornais for o caso de Famalicão, até os direitos da águia do Benfica tem mais tempo de antena e espaço impresso do que a fiscalização pública destas situações, a começar pelo secretismo de certos “despachos” e das tais listas de mobilidade estatutária que calham quase sempre aos mesmos, em especial se fizerem bem o seu papel quando são chamados à boca das cenas.

6 opiniões sobre “6ª Feira

  1. Maior que opacidade é a opacidade transformada em sistémica. Uma espécie de opacidade e entropia programática com ninguém se mete. Parece-me que o objetivo deve ser mesmo esse: minando aos poucos a capacidade de resistência de qualquer um@, mesmo a capacidade de vislumbrar um qualquer princípio democrático no que quer que seja.
    Estamos a precisar de higiene mental 😎

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  2. É o Estado socialista, a corrupção (grande e pequena) instalada e em velocidade do Pacific Princess.

    Quanto à mobilidade, na minha escola desapareceram todos, creio que só ficou um.

    Valha a verdade que 80% dos casos são no pré e primeiro ciclo e que o secundário não tinha ninguém. Cheirou sempre mal? Cheirou. Investigue-se!

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  3. Esta opacidade, arbitrariedade e amigujsmo já nos permite sentir um cheirinho daquilo que seria a realidade das colocações dos professores caso se concretizasse o que defende MLR, uma colocação feita pelos pelos diretores das escolas.

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