Já Existe Uma Nova Proposta De Despacho

Melhoraram a proposta para os grupos 200 e 230 (o que demonstra que não estão completamente surdos), lembraram-se que existe o 210, mas por outro lado acham que 80+60=140 (ver grupos 210 e 220). “Ou” então esqueceram-se da conjunção. Se fizessem tudo bem, é que seria de estranhar.

Como Crato?

Não deixa de ser curioso que uma “linha de defesa” da actual proposta de habilitações para a docência recupere o que está previsto no Decreto-Lei n.º 79/2014 de 14 de Maio sobre “o regime jurídico da habilitação profissional para a docência” e as condições nele previstas para o acesso aos mestrados profissionalizantes Realmente, nota-se a preguiça do trabalho actual e a quase completa transcrição do que nesse diploma se previa. Só que, se assim é, bastava dizerem que os “requisitos mínimos de formação para ingresso e grupos de recrutamento” nesses mestrados passavam a ser a regra para poder dar aulas, excepto nos grupos (como os de línguas do 3º ciclo e Secundário) em que realmente “baixaram a fasquia”.

Não é curioso como se justificam, à “esquerda”, as soluções actuais com o tão vilipendiado Crato?

Proposta

Peante o encerramento frequente de serviços de urgência nos hospitais e a falta de médicos especialistas, proponho que se aceitem a partir de agora “médicos” com 80 créditos em qualquer área da Saúde (incluindo as Terapias Alternativas) ou que se possam usar créditos de cadeiras em Ortopedia ou Podologia para preencher as necessidades em Obstetrícia ou Neurologia, em vez de se andar a discutir o aumento da remuneração dos profissionais devidamente qualificados.

E As Vagas, Senhores?

Não chega todo o processo da add, ainda tem o ME de reter o despacho sobre o número de vagas para acesso ao 5º e 7º escalão? Não chega termos pelas escolas muitas sadd a atropelar todos os procedimentos administrativos mais básicos, com o beneplácito dos serviços centrais da tutela? Ou a definirem como data de progressão, o dia em que se lembram de reunir para o efeito, mesmo que as pessoas tenham cumprido todos os requisitos muitos meses antes, excepto a reunião d@s sáddic@s? Já não chega o modelo ser a bosta que é, será mesmo preciso deixá-la a fermentar ao sol deste Verão? Só hoje é que se anuncia que está para publicação a dita coisa?

Porque seria mesmo interessante que se fizesse um balanço da aplicação das regras de progressão, não apenas nos escalões com quotas, mas em especial nos casos de reclamações e recursos, porque há de tudo… desde quem tem a decência de fazer a leitura da lei mais adequada aos interesses dos docentes até aos que “esticam” todos os procedimentos e depois consideram que só a data da última reunião do conclave é que conta.

Uma vergonha a céu aberto, à vista de todos, excepto do ministro sonso, suas cortesãs e cortesãos, quantos deles mantidos no poder décadas a fio, indo sempre a favor do vento, ou elevados mais recentemente a capatazes como resultado de um invertebrado “ajustamento” ao que antes denegriam com muito ímpeto. Basta ver as emproadas lideranças de alguns têipes ou “escolas-piloto”, que se exibem nas redes sociais com as suas clientelas particulares, enquanto lixam com ph tudo e tod@s os que ousem contestar as alegdaas “boas práticas” ou as “inovações” que não passam de fancaria, pois o mais que sabem é fazer copy-paste das sebentas à venda.

Dá-lhes Com Força, Nabais, Porque Não Sabem Sobre O Que Escrevem

Deixei passar em claro um artigo um bocado para o inane de alguém que sugeria uma reforma dos programas de Português ainda mais imbecilizadora do que o costume.

Ainda bem que o António Nabais sacou do teclado e respondeu à altura e mais paciência do que eu teria com o desfile de tristes e ignorantes vaidades que por aí vai passando. Embora isto esteja tudo de acordo com a lógica do “qualquer um ensina a ler, escrever e interpretar umas cenas”.

E se não mexêssemos nos programas de Português?

O contacto com os clássicos da literatura constitui, assim, uma necessidade, também porque esse contacto arrasta muitos problemas – de qualquer modo, são muito mais interessantes os livros que dão problemas.

5ª Feira

Parece que é amanhã que os sindicatos se reúnem com a equipa do ME para discutir a proposta de despacho de novas regras de habilitação para a docência. Para quem é muito crítico das “Ordens”, esta é uma das matérias – qualificações de acesso à profissão – que não é discutida com os sindicatos de outras profissões que gostaria de considerar equiparadas. Da mesma forma, não vejo as associações de professores de várias disciplinas a pronunciar-se sobre o documento apresentado para negociação, mas já sabemos que boa parte das suas lideranças anda a banhos, quando não anda em sessões de beija-mão com o ministro Costa. Mas, sendo as coisas como são, seria bom que alguém – a começar pela eterna “Pró”-Ordem, mas a continuar pelos representantes da que se gaba de ser a maior federação sindical de professores – demonstrasse ter alguma massa crítica, alguma capacidade de análise e não apenas fracas competências de táctica polítiqueira que tem dado muito maus resultados.

Claro que os envolvidos na coisa não arriscam nada, nada se discute que os afecte e, por acaso, algumas propostas, até os promoveriam a professores de ciclos e matérias que nunca estudaram. Mas seria bom que pensassem mais na Educação Pública enquanto serviço público de qualidade e anão apenas como área de disputas coreográficas. Que não se deixassem ir apenas atrás das conveniências pessoais e de grupo. Que percebessem que o documento é péssimo, não apenas porque baixa de forma dramática e injustificável o acesso á docência de muitos grupos disciplinares, mas porque contém incongruências internas que só não são evidentes para quem anda mesmo muito distraídos. ando há um par de dias a ver se alguém percebe que existem critérios diferentes para aceder à leccionação da mesma disciplina ou que no ponto 2 se exige o que não está previsto no anexo de suporte ao ponto 1. Ou seja, que na ausência de um ET com pelo menos 3 braços e 2 antenas verdes para ensinar Ufologia, as escolas podem recorrer a outro que tenha 4 braços e 4 antenas verdes e azuis.

O documento é péssimo não apenas porque desqualifica academicamente a docência, mas porque é tecnicamente mau e politicamente um desastre. Amanhã, os sindicatos têm uma prova de fogo para que se perceba ao que andam nesta fase do campeonato, se são capazes de detectar as falhas da proposta e propor alternativas dignificantes para a docência. As minhas esperanças são escassas, porque há quem ande nisto com a sofreguidão de se manter à mesa das negociações e o mais longe possível das salas de aula. Para além de que há aqueles que sei serem muito versados em guerrilha política, mas uns rematados ignorantes em matérias que deveriam ser as centrais no seu papel enquanto representantes de uma classe profissional.