Uma figura decisiva para a História do século XX, em particular do seu final. Como qualquer humano, tomou medidas acertadas, mas também cometeu erros. Ao menos, não contribuiu com essa acção para massacres, purgas e diversas outras tragédias políticas e sociais de que não estão inocentes outras figuras que merecem hordas de admiradores, enquanto ele terminou a vida numa imerecida obscuridade.
Um Grande que desaparece!
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Atenção que nos paises bálticos não lhe tecem muitas loas. Opôs-se às independências enviou tanques e causou mortes por lá…
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A referida obscuridade é bem compreensível do lado russo, dado que com ele, o povo perdeu tudo o que considerava estável, os activos do estado foram saldados ao preço da uva, o imperio russo desfez-se e começou o reinado dos oligarcas. Pior ainda, todas as promessas que o Ocidente lhe fez foram quebradas com a maior desfaçatez. Dá para perceber que o povo o deteste.
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Olhe que não.
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Diga-se o que se disser, o facto é que certas figuras da História parecem exercer uma espécie de magnetismo, um maior poder e fascínio sobre a maioria das pessoas, talvez devido a uma remanescente curiosidade mórbida pelo horror e uma forma inconsciente de satisfazer, direta ou indiretamente, possíveis desejos sanguinários. Ou simplesmente porque a biologia tem razões que a moral desconhece, necessitando constantemente de mais descarga de adrenalina para aliviar tensões. Acontece o mesmo com vários exemplos na literatura, no cinema, na televisão e nos jogos eletrónicos, onde os personagens principais, e muitas vezes também os secundários, são os malvados e impiedosos vilões capazes de espalhar o terror, a violência e a morte. Esse fenómeno acontece com as crianças, desde muito cedo, através das histórias infantis de malfeitores e outros monstros, ainda que quase sempre haja uma luta entre o bem e o mal, entre os bons e os maus, em que o bem/os bons são, geralmente, os vencedores, para a moral da história. No caso particular da televisão, o interesse por programas com conteúdos de violência, incluindo as notícias, parece ser bem maior do que aquele demonstrado pelos programas cujos conteúdos são de caráter mais informativo e até pedagógico. Aliás, cada vez mais, o filão da maldade parece fazer render mais dinheiro e audiências do que a bondade. Ficção ou realidade, quer seja para nos alertar para os perigos do mundo real, enquanto aprendemos padrões e condutas de comportamentos a evitar, e/ou simplesmente para nos divertir, parece haver um maior interesse e uma maior procura pelos mais variados tipos e géneros de “heróis” maus.
Paradoxalmente, não ouvimos falar de pessoas pacificas e bem-intencionadas como M. Gorbachev tanto quanto ouvimos sobre assassinos em série e outros criminosos como A. Hitler, J. Stalin, S. Hussein, e mais atualmente, Kim Young-un e V. Putin, cujas personalidades e ações parecem nunca cair na obscuridade. Já nem falo de F. Franco, A. Salazar, B. Mussolini, entre muitos outros ditadores malfeitores do séc. XX que, inclusivamente, na escola, continuam a ser abordados e estudados exaustivamente como se sem eles a História não tivesse nada de especial para contar e a eles devêssemos uma espécie de admiração e eterno reconhecimento. Atualmente, parece normal uma criança ou um adolescente saber mais sobre Hitler, para além de gostar de exibir alguns símbolos icónicos alusivos a ele ou ao nazismo, do que sobre Martin Luther King, Nelson Mandela ou Malala Yousafzai; sabe mais sobre C. Ronaldo do que sobre Rosa Mota, Pedro Pichardo, Gabriel Lopes, Iúri Leitão ou Angélica André; sobre Cristina Ferreira, João Baião e Diana Chaves do que sobre como surgiu a televisão ou mesmo o telefone.
Contudo, se admitirmos que, por um lado, os maus não devem ser esquecidos, sobretudo para lembrar e honrar as suas vitimas, por outro lado, os bons, cujas ideias e ações contribuíram/contribuem positivamente para o que de melhor a Humanidade construiu/construirá e conseguiu/conseguirá alcançar, não devem cair no esquecimento, sob pena de, à força de tanto se falar, ver e escrever sobre as maldades humanas e os seus fiéis seguidores, estes passem a ser tão banais e inevitavelmente aceites como normais/normalidade, ou pior ainda, como justificação para alcançar um suposto bem ou beneficio para a Humanidade.
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