Entranhou-se?

O modelo de administração e gestão escolar parece já agradar ao palato de um número crescente de “agentes educativos” que o discute de forma pacífica e não conflituante, parecendo apagar tudo o que de ele trouxe de distorção à vida das escolas. Já nem vou sequer falar da parte da “democracia nas escolas” que já deixou de entusiasmar praticamente toda a gente que não vive o seu quotidiano ou o experimenta do ponto de vista de quem manda ou faz parte das cortes locais. Já vou falar só do completo disparate que são os mega-agrupamentos, com serviços administrativos centralizados, que em nada contribuem para qualquer “proximidade”. Reduziu-se o pessoal administrativo, que agora se queixa de excesso de trabalho, quando parte dele até já passou para o pessoal docente que faz coisas que, quando comecei, em 1987, seria impensável. Vai dar-se na ESE de Setúbal um encontro que, pelos contributos, só muito dificilmente poderá “contribuir para incrementar a mudança de algumas dimensões das políticas educativas e dos modos de organização e gestão das escolas e da educação de forma que a ação formativa e organizacional seja mais informada e sustentada”. É pena que quando se vai – em teoria – discutir o arco-íris, o pessoal só se concentre no espectro rosa-lilás. E não é por ter gente amiga por lá que deixo de assinalar a conversão ao discurso emaranhado do eduquês vintage.

Resumindo… a coisa veio para ficar e cristalizar-se, porque a “mudança” de que se fala é apenas no sentido de melhorar a eficácia do nó.

5ª Feira

Por vezes o esforço e a teimosia de uma só pessoa pode trazer benefícios a muita gente, incluindo quem esteve contra esse esforço ou tentou que o não fizesse. Isto para não falar de quem agora beneficia de algo que o idiota original nem precisa(va). Enfia o barrete quem quiser, porque aquilo da consciência dormir descansada é de outro campeonato.