(…) Não há falta de professores qualificados, mas sim falta de condições para que eles desejem manter-se ou regressar à docência.
(…) A criação de uma espécie de «professores mínimos» – recuperando práticas caídas em desuso há cerca de 30 anos – não é a resposta certa para tornar atractiva a docência.
Professores escolhidos pelos mínimos? Trata-se de um problema bastante mais vasto. Saiu hoje um bom artigo sobre isso, no que diz respeito aos militares.
Aqueles que não têm lugar em muitos setores da sociedade vão bater à tropa, porque não se encaixam em mais nenhum lugar e a tropa, com falta de recursos humanos, acolhe-os porque não encontra quem faça as tarefas diárias. Não se compreende como é que de cinquenta candidatos, entram quase 51 e não se compreende que os testes psicotécnicos os considerem a todos aptos. Nem um candidato com problemas é uma pontaria dos diabos. Depois é o que se vê. Estruturas superiores que não passam cartão à arraia miúda, generais contrariados nos cargos que tratam de forma inqualificável os praças e os cabos, armados em Sargento Tainha, que fazia a vida negra ao pobre do Recruta Zero e levantamentos de rancho por trabalho a mais sem compensações..
Antes de mais obrigado por ser das poucas pessoas que de forma independente vai tendo coragem para dizer que no que à Educação diz respeito “o rei vai nu”. Nem sempre concordo com o que escreve, mas aquilo que diz constitui um friso bastante realista daquilo que é o mísero dia-a-dia das escolas. Permita-me que lhe deixe um tema que me preocupante hoje e nos anos mais próximos – a chamada “Escola Digital” sobre a qual muito há a dizer. Os problemas que este programa está a criar são vastos e complexos, quer ao nível financeiro, quer pedagógico, como com certeza está ciente. Trata-se de mais um programa atabalhoado que tem aproveitado fundos europeus para lançar para o terreno equipamentos de fraca qualidade sem infraestruturas e pessoal preparado para os os manter e gerir.
Depois de ver o que a geração dos trintas está a fazer (ou não) com as matrículas no dito Portal preocupa-me. É que grande parte nem o upload de uma foto para uso escolar consegue fazer em condições.
Há pouco tempo soube de uma situação ilustrativa. Contaram-me que uma EE levou o PC da Escola Digital a uma loja de informática, que por sinal é a que dá assistência técnica à escola. Pelo que soube, pagou cento e tal euros e o PC continua avariado. Não estou a contar nada de mais, mas foi assim que me “caiu a ficha” e fiquei a saber, que em valores de mercado, por cada um destes computadores que é visto/formatado/etc. o Estado poupa ou arrecada pelo menos cem euros, através dos professores de TIC ou outros curiosos que têm gerido os fraquinhos kits digitais.
Paulo,
Parabéns
Belíssimo artigo
Não colocar os nomes nos boi(y)s é uma opção que respeito
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Parabéns. Excelente artigo.
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Mais uma vez…
parabéns e obrigado.
E numa Fundação que,
rapidamente,
também está a ser tomada pelo PS.
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Professores escolhidos pelos mínimos? Trata-se de um problema bastante mais vasto. Saiu hoje um bom artigo sobre isso, no que diz respeito aos militares.
https://www.dnoticias.pt/2022/9/5/326791-nao-ha-pior-que-o-recruta-zero/#
Aqueles que não têm lugar em muitos setores da sociedade vão bater à tropa, porque não se encaixam em mais nenhum lugar e a tropa, com falta de recursos humanos, acolhe-os porque não encontra quem faça as tarefas diárias. Não se compreende como é que de cinquenta candidatos, entram quase 51 e não se compreende que os testes psicotécnicos os considerem a todos aptos. Nem um candidato com problemas é uma pontaria dos diabos. Depois é o que se vê. Estruturas superiores que não passam cartão à arraia miúda, generais contrariados nos cargos que tratam de forma inqualificável os praças e os cabos, armados em Sargento Tainha, que fazia a vida negra ao pobre do Recruta Zero e levantamentos de rancho por trabalho a mais sem compensações..
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Isso não é novo.
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Antes de mais obrigado por ser das poucas pessoas que de forma independente vai tendo coragem para dizer que no que à Educação diz respeito “o rei vai nu”. Nem sempre concordo com o que escreve, mas aquilo que diz constitui um friso bastante realista daquilo que é o mísero dia-a-dia das escolas. Permita-me que lhe deixe um tema que me preocupante hoje e nos anos mais próximos – a chamada “Escola Digital” sobre a qual muito há a dizer. Os problemas que este programa está a criar são vastos e complexos, quer ao nível financeiro, quer pedagógico, como com certeza está ciente. Trata-se de mais um programa atabalhoado que tem aproveitado fundos europeus para lançar para o terreno equipamentos de fraca qualidade sem infraestruturas e pessoal preparado para os os manter e gerir.
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Depois de ver o que a geração dos trintas está a fazer (ou não) com as matrículas no dito Portal preocupa-me. É que grande parte nem o upload de uma foto para uso escolar consegue fazer em condições.
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As discordâncias fundamentadas são do melhor que pode haver.
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Há pouco tempo soube de uma situação ilustrativa. Contaram-me que uma EE levou o PC da Escola Digital a uma loja de informática, que por sinal é a que dá assistência técnica à escola. Pelo que soube, pagou cento e tal euros e o PC continua avariado. Não estou a contar nada de mais, mas foi assim que me “caiu a ficha” e fiquei a saber, que em valores de mercado, por cada um destes computadores que é visto/formatado/etc. o Estado poupa ou arrecada pelo menos cem euros, através dos professores de TIC ou outros curiosos que têm gerido os fraquinhos kits digitais.
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Excelente.
Muitos parabéns.
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Obrigada!
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Ótimo texto! Já divulguei! Espero que o ditado se cumpre: “Água mole em pedra dura…”
Obrigado!
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