O meu computador diz-me, há coisa de uma hora, que está a chover. Devo acreditar sem questionar e considerar como precipitação tropical o ar seco que se sente lá fora?
Dia: 11 de Setembro, 2022
Boa Noite
Mas Ainda Existem “Necessidades Educativas Especiais”?
Não foram extintas pelo inclusivo decreto dos doutores Costa & Rodrigues? É que eu pensava que desde o 54 não se podia sequer falar em alunos com “nee”!
Conseguir arranjar um ATL ou um centro de estudos para uma criança com necessidades educativas especiais pode ser uma dor de cabeça e por vezes uma batalha perdida.
Dinheiro, Poder, Sexo
Nada Que Já Não Se Percebesse Há Mais De Uma Década
Andavam os homens cristos e outros blasfemos e insurgentes muito liberais a elogiar o sistema e mesmo a ser pagos para escrever sobre o assunto e eu com uma paciência que nem job a tentar explicar-lhes que era tudo treta.
Sim, eu tinha razão e ele(s) não (se fosse só sobre a Suécia…), mas é mesmo por isso que ele escolhe o que se escreve sobre o assunto no Observador. Afinal, qual mini-medina, há que ser recompensado pelos serviços prestados.
Le système scolaire du pays scandinave, longtemps très estimé, s’est affaibli à mesure que l’enseignement privé prenait du poids et s’autonomisait. Les inégalités se sont creusées, et l’enseignement public est fui.
Forme-se E Certifique-se Como Avaliador Por Apenas 153 Êrus! Não Deixe Para Amanhã Quem Pode Avaliar Hoje!
Aposto que vai estar cheia de gente que se afirma contra a add, as quotas e todo o “modelo”., mas mal bate a a oportunidade… aproveita para dizer “mais vale ser eu do que xyz”. Por outro lado, se tanta gente tem preenchido muitas formações como esta, não vale a pena baterem a porta a quem não quer ter nada a ver com isto, certo?
E já agora… não vejo nenhum conteúdo ou competência a desenvolver na área do conhecimento do direito administrativo, da deontologia ou da ética, mas acredito que nada disso interesse para a função.
FORMAÇÃO CONTÍNUA DE PROFESSORES > SUPERVISÃO PEDAGÓGICA NA AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DOCENTE
(…)
ENQUADRAMENTO:
A Ação proposta pretende fornecer as competências básicas de supervisão pedagógica na especificidade da avaliação do desempenho docente (ADD). A clarificação, a diferenciação e a relação dos conceitos “supervisão”, “supervisão pedagógica”, “avaliação formativa”, “avaliação sumativa”, “avaliador interno” e “avaliador “externo”, serão as linhas condutoras da Ação. A legislação mais recente sobre a ADD [qual?], sobretudo os aspetos processuais, será outro dos aspetos a ser focado.
(…)
COMPETÊNCIAS:
Pretende-se que os destinatários adquiram as competências de supervisores pedagógicos no âmbito específico da ADD. No final, os participantes deverão ser capazes de se situar no cargo de avaliadores de desempenho docente enquanto supervisores pedagógicos bem como dominar os procedimentos inerentes a uma coerente ADD. Esta Ação é, assim, dirigida a todos os que ocupam, ou que prevejam vir a ocupar, cargos de coordenadores pedagógicos, coordenadores de departamento, delegados de grupo, subcoordenadores de departamento e a todos os outros que de alguma forma se encontrem em posição de avaliar os seus pares.
Saíram As Entradas
Na Universidade. É tempo de muita gente, incluindo quem está contra exames, rankings e regras de acesso, exibir as conquistas da prole. Na larga maioria dos casos é merecido orgulho, mas em outros há por ali algo diferente, que me desculpem a sinceridade.
Dizem que quase 50.000 têm “lugar garantido”. Resta saber por quanto tempo. Até porque o negócio que envolve a deslocação dos estudantes já começou e quem decide, também aqui anda atrasado. Há quartos, quase sem serventias decentes a preços exorbitantes e não me venham dizer que as bolsas resolvem muitos assuntos. Enquanto não se perceber que uma rede decente de residências universitárias deve crescer com o aumento dos alunos, o resultado é a permanência de um mercado inflaccionado – e tantas vezes informal – de alugueres manhosos.
Domingo
É verdade que o problema da falta de professores não é apenas português. O que apenas significa que os governantes nacionais alinharam nos últimos 15-20 anos na tendência neo-liberal de erosão dos serviços públicos e de desqualificação simbólica e material de grupos profissionais da administração pública, com os professores à cabeça (mas também os enfermeiros e as forças de segurança, por exemplo). O facto da situação não ser exclusiva de cá, atendendo às razões que aqui conduziram, não é uma atenuante. Até porque, alegadamente, nos últimos 17 anos, tivemos em cerca de 13 governos de “esquerda” e não parece honesto dizer que é por causa dos outros 4 que está tudo mal e que a culpa foi da troika e do governo de Passos Coelho. Sim, parte da culpa foi desse contexto e das suas soluções políticas, mas está muito longe de explicar tudo o que se passou desde, pelo menos, 2005. Porque basta raspar o verniz de forma muito superficial e nota-se loco a forma insidiosa como se alijam responsabilidades e atiram culpas para os outros. Nisso, o actual ME só se distingue da “reitora” porque é menos frontal, fica-se pelas meias-palavras, pelos jogos de bastidores e, com as lições do passado, aprendeu a gerir a sua Corte de um modo menos visível a olho desarmado. Até porque muita gente que outrora estava presente e se preocupava em desmontar as malfeitorias se casou, retirou, desistiu, foi tratar da sua vida para outras paragens.
Por isso, a nova narrativa é a de que quem está não tem culpa de nada – os males são internacionais, são por causa do envelhecimento, das doenças e da desonestidade dos professores – e tudo o que fazem são rosas a cair do regaço. Neste particular, o João é o melhor herdeiro possível da Maria de Lurdes.