Políticos cinzentões, que ora dizem uma coisa, ora o seu contrário comprometidos com negócios comuns, que se percebe encenarem divergências para consumo mediático, espantam-se com a ascensão dos “radicais” e dos “populismos”. Depois do pânico com os “radicais de esquerda”, rapidamente normalizados como na Grécia ou na geringonça nacional, agora alarmam-se com o crescimento da “extrema-direita”. Culpam tudo e todos, menos a si mesmos, os principais responsáveis pela erosão da credibilidade de muitas democracias liberais, que capturam, como se fosse coutada exclusiva para os seus interesses.
Bom-dia, caro Paulo! Não pensei que já tivesse embarcado na terminologia do “politicamente correcto”, mas está visto que sim… “Democracias liberais” em vez de “capitalismo” — o que, num mesmo quadro, implica a substituição de “democracias iliberais” por “ditadura”! Meu caro Paulo — com estima sincera, não vá também por aí!
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“Democracia liberal” é um conceito político, enquanto “capitalismo” aponta para uma estrutura económica. Não são sinónimos. Há “democracias iliberais” e ditaduras capitalistas, assim como ditaduras anti-capitalistas.
O caminho da simplificação é que está errado, porque dizer que uma “democracia liberal” por imperfeita que seja equivale a uma “ditadura” foi, como a História demonstra, um equívoco com consequências terríveis.
Não se trata de “politicamente correcto” mas apenas de História.
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Eu identifiquei “democracia iliberal” — e não a “liberal” — com “ditadura”, traduzindo os neologismos do “politicamente correcto”…
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Sim, mas eu não usei no post a designação “democracia iliberal”. Aliás, prefiro a de “ditadura plebiscitária”, um pouco à moda do Estado Novo com as suas eleições controladas e adaptando uma terminologia que deve um pouco Max Weber.
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Dois culpados: os partidos da situação (sim, dos negócios); os partidos que deviam ser de esquerda (mas que são daltónicos políticas, seja no discurso, seja nas acções nas ruas, seja, o pior de tudo, quando têm a oportunidade de fazer a diferença quando se sentam à mesa de poder e têm medo de ser chamados de radicais — os radicais de direita, que não têm papas na língua e dizem ao que vê, ou quase, é que ficam a ganhar, como se vê).
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E por falar em “Coutada”… lia no domingo, salvo erro no bem informado (nestas coisas) DN que há movimentações significativas no aparelho socialista para conduzirem João Soares a Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Que é o homem certo para o lugar! Verdade seja dita que já por lá andou o Santana mas o Soares homem certo para alguma coisa?!
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