Um reboliço nos últimos dias, com a reprodução em redes sociais (e até com direito a fact checking do Público) de uma imagem de parte de um documento no qual se verifica que um@ alun@ entrou no curso de Medicina da Católica com uma média inferior a 16, alegadamente porque será descendente (na imagem surge a inserção de um texto que usa o plural “descendentes” para designar uma única candidatura) de “beneméritos insignes da Universidade”.
Não percebo bem onde está a razão da indignação, porque muit@s alun@s de Universidades privadas entraram em tantos outros cursos, décadas a fio, com médias bem abaixo das exigidas nas públicas.
É porque se trata de Medicina?
É porque se trata da Católica?
Afirma-se que está em causa a “meritocracia”, mas nunca vi tanta indignação em relação a outros cursos e Universidades. Será a entrada neles menos “meritória”? Continuamos parvónios reverentes dos futuros shôtôres médicos? Mas será que não sabem que há quem, antes disto, fosse para Espanha fazer o curso e entrasse com médias ainda mais baixas? Pedindo depois equivalência, ao fim de um ou dois anos, e entrando cá nas Universidades públicas pela chamada “porta do cavalo”?
O pessoal anda mesmo muito distraído.
Aposto que parte deste pessoal distraído defende que as Universidades públicas escolham os seus alunos, como se fossem imunes a este tipo de “influências”. Ou então acham que os exames são maus, mas afinal, porventura e quiçá, até consideram que o acesso à Universidade não pode ser deixado aos humores dos “seleccionadores”. Estão mesmo a ver o resultado do “sistema” que querem implementar? Acham que será muito melhor do que o “modelo” de certos concursos públicos “locais” para animações sociais e outras coisas extra-curriculares?
Tão distraíd@s, mas tão distraíd@s andam cert@s indignad@s que nem percebem que o “mérito” que está aqui envolvido é fundamentalmente financeiro. Sim, já há por cá cursos que custam quase tanto como um bonzinho nos States. E não é tão giro quando, perante um investimento a rondar os 20.000 euros anuais (cerca de 25.000 na fase do mestrado), se prevê a passagem de certificados para “benefícios sociais” ou mesmo “abono de família”?
De que vale o “mérito” de ter este curso se não é reconhecido pela Ordem dos Médicos?
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Mas será… certamente que será.
https://www.latimes.com/local/lanow/la-me-ln-college-admissions-scandal-legal-ways-20190318-story.html
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O curso está acreditado pela agência do ensino superior.
O ordem dos médicos não têm voto nesta matéria.
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“A UCP reserva vagas supranumerárias nos seus cursos de 1.º ciclo:
até ao máximo de 3% do número de vagas de cada curso, destinadas aos candidatos que reúnam as condições de admissão e sejam:
Descendentes em linha reta de colaboradores permanentes da UCP, que se candidatem durante a vida do próprio. Os colaboradores permanentes abrangem funcionários do quadro e docentes em regime de dedicação plena ou regime de tempo integral;
Descendentes em linha reta de beneméritos insignes da Universidade, que se candidatem durante a vida do próprio. Consideram-se beneméritos insignes aqueles que tenham sido reconhecidos como tal pelo Conselho Superior da Universidade.”
https://www.ucp.pt/pt-pt/candidatura
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