O Sonso Contra-Ataca

Quando ele era director da FCSH deve ter sido um corropio de formação de professores. Mas será que ele não percebeu – ou apenas finge ignorar – que há muitos professores devidamente profissionalizados que não optam pela docência porque com mais de 40 anos são obrigados a andar de um lado para o outro, a contar horas para terem direito a salário completo (que foi preciso a UE obrigar a pagar pelo 1º escalão), porque desde 2015 não houve tempo para qualquer “reversão” significativa da precariedade docente? Mas o homem não se lembra que está no governo há 7 anos e que já não colhe a permanente atitude de desresponsabilização?

Já agora… eu avisei que ele não era o que dava a entender com as falinhas mansas, mas parece que muita gente gosta de aquecer as orelhas com barretes.

O ministro da Educação aproveitou o lançamento do relatório Education at a Glance para apontar o dedo a instituições de Lisboa: estão a recusar candidatos a mestrados de ensino, que são a porta de entrada para se ser professor do ensino básico e secundário.

Agora reparemos nos dados sobre a evolução dos alunos matriculados em cursos superiores na área da Educação e reparemos em que período foi a maior redução e o menor peso no total de matrículas.

Em 2005, eram 8,7% do total. Em 2009, no final do período da “reitora” já tinham descido para 5%. Depois de uma recuperação, a meio do período da troika, quando a contracção volta, ainda chegam a 5,2% do total de matrículas. Mas o ponto mais baixo é em 2019, quando está a terminar o governo da geringonça quando apenas 3,3% dos alunos seguem cursos na área da Educação. Quem estava no Governo? O Cantinflas? E no ME, eram os Três Estarolas? Mesmo para 2022, com tanto aumento de vagas, ainda rasteja pelos 3,5%. De quem é a culpa? Dos reitores? Dos directores das Faculdades e Politécnicos? Dos governantes já percebi que não é. Nunca. São todos virtuosos maridos de Pompeia Sula (ou mulheres de um qualquer César).

9 opiniões sobre “O Sonso Contra-Ataca

  1. O dinheiro não chega.
    Preocupação.
    E amanhã?
    Irá melhorar?
    Desorientação.
    Não vai melhorar!
    Angústia…
    Irá piorar?

    Não podemos fazer nada!

    Com os outros ainda era pior.

    Vejo crianças a pagar as favas, deprimidas e sem esperança.

    Vejo um país a… definhar.

    Não auguro nada de bom.

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  2. O ministro não sabe o que fazer, daí interessar ao seu governo. Limita-se, pois, a reagir. Como? Ludibriando, mentindo, … enfim, fazendo-se sonso. Mais parece que o Ensino Superior não é tutelado pelo mesmo (des)governo.

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  3. Há coisas muito estranhas. Uma familiar inscreveu-se, na Escola Superior de Educação, em mestrado de ensino (grupo 240, o tal com os professores mais envelhecidos). Foi aceite, pagou, fez planos e, em agosto, informam-na de que, afinal, o curso não vai abrir.
    Pediu explicações e o Diretor do curso mostrou-se solidário, considerando a decisão deplorável.
    Afinal, senhor ministro, que coerência é esta?

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  4. Um ministro da educação que é Aldrabão compulsivo, um primeiro ministro que já fez chantagem sobre a assembleia da república na questão da recuperação do tempo de serviço, um presidente da república que só tira selfies e fala de qualquer bosta menos de educação, professores, escolas e carreira docente, aliás, foge do assunto como o diabo da cruz. Afinal, esperavam o quê?

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  5. A verdade doi… e resta “disparar em todas as direções”. A próxima serão os licenciados com habilitaçao profissional, que não querem ser professores, só porque não…!!!

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