Uma série bem feita e competente. Que não inventa muitos floreados. Já não é mau.
Dia: 18 de Outubro, 2022
O Estado Somos Nós!
Será familiar daqueloutra?
Inês Ucha, ex-diretora municipal, nº 5 nas listas de Medina, ganhou avença na câmara de Inês de Medeiros (PS) por €3.198/brutos para assessoria ao PRR, assunto que também trata no escritório da Pinto Ribeiro Advogados. Filho de uma deputada do PS também está como assessor em Almada.
Representantes Amofinad@s
Tive a triste ideia de fazer um comentário no mural de uma “amizade virtual”, que divulgara um texto crítico seu sobre a formação de professores numa dada área disciplinar. E lamentei a apatia da respectiva “associação de professores de…” e a forma como se acomodam a tudo o que o ministro ex-secretário colocou cá para fora nesta meia dúzia de anos, a começar pelas questões curriculares, nada dizendo, por exemplo, sobre a situação da escassez de professores que, por acaso, atinge também essa área.
Ui… o que fui fazer, que me apareceu logo alguém, debitando indignação sobre o que eu dissera e impondo-me, qual tribunal sumário, que demonstrasse o que afirmei. Que eu estava a sujar a imagem de uma associação altamente respeitável, o que estranhei, pois me parece que as acções da dita se sobrepõem naturalmente a um comentário perdido no livro das caras. Mas lá alinhei nove pontos de resposta (oito mais o reparo anterior), nos quais remeti para o site oficial da agremiação, para os seus parcos pareceres, dos quais apenas um é vagamente crítico (por causa de um barrete que foi mais enfiado a outr@s que a el@s), assim como para a forma como assinaram de cruz cartas abertas ou manifestos de apoio à acção do então secretário agora ministro. Claro que lamentei que nem se soubesse o número de associados pagantes e mais umas coisas que já fiz por esquecer.
E eis que me aparece nova indignada de pluma em riste, curiosamente uma anterior presidente da “associação de professores de…” que, comprovando iliteracias digitais anteriormente detectadas, pareceu não ter lido nada e me voltou a verberar – acusando-me de colocar professores contra professores só por ter expressado uma opinião em 2 linhas – que demonstrasse o que afirmava, pois notícias de jornais para ela não contavam. Sendo que a única para a qual deixei ligação, tinha declarações suas, na primeira pessoa, a explicar porque apoiava o então secretário agora ministro. Claro que lhe apontei o facto de em várias ligações, apenas uma ser uma “notícia” e que lamentava que não divulgassem quem está na “associação de professores de…” como voluntári@ e quem são as duas pessoas que se, sem identificação, se assume estarem a 100% por lá.
Por que raio peco tempo com isto? Porque a respeito destas “mobilidades” que dão jeito à tutela para os tais abaixo assinados e encontros sobre “inovação” ou “boas práticas” ou “novas metodologias” marcados para horas em que qualquer professor raso está naturalmente a dar aulas, não sabemos nada. Não há listas públicas destes “representantes” que desconhecemos se são todos, alguns ou nenhuns dos membros das direcções. E eu estranho muito que façam tanta questão em relação à “privacidade” de algo que, tratado desta forma, parece ser algo de que se envergonham. Lá saberão porquê.
Que sou chato? Claro que sim… nem seria a mesma coisa se não fosse. Mas lá que vou aprendendo a cada vez me meter menos a comentar seja o que for em ramo alheio, vou aprendendo. Que o pessoal anda muito epidérmico e amofina-se logo tanto, que fico a pensar que lhe atingi um qualquer ponto G.
Dez
Há uns temos, sugeri que se deveriam avaliar todos os docentes com 10 nas várias dimensões, pois o quarto critério de desempate é a graduação profissional e, assim, mantinha-se de certo modo, o modelo “antigo” de progressão baseado na “detestada” antiguidade. Coloquei aspas na “antiguidade” porque, fora da add, há quem a reclame quando se trata de exibir outros pergaminhos. Era apenas uma ideia.
No entanto…, embora esteja mesmo cansado depois da roda viva nos dois anos anteriores, lá ando de volta de um punhado de reclamações e recursos de colegas, por vezes apenas como “amigo crítico”, pelo que me foi possível começar a detectar um padrão de atribuição de nota dez num grupo disciplinar muito específico, que nem sempre se estende ao departamento em que esse grupo se inclui, mesmo quando o coordenador é da disciplina. O que cria um problema, que é, em sede de reclamação ou recurso, ter de se conseguir igualar o 10 para conseguir a quota extra/supra-numerária para conseguir aceder à menção de mérito e escapar aos garrotes das passagens do 4º e 6º escalões para o 5º e 7º.
Como a esperteza parece que só caiu para um lado, é ver colegas com notas acima de 9,9 a nem sequer conseguirem o Muito Bom e ainda levarem com contra-alegações do piorio, inspiradas por quem? Exactamente pelos promotores dos “10 só para nós”.
Outra coisa que se mantém, ano após ano, é a falta de transparência nos procedimentos, nomeadamente quanto às consequências de se ser avaliador, da transição entre “universos” ou “regimes” de avaliados. Claro que toda a gente deveria conhecer a lei, só que… há os que acabam por beneficiar da atitude de quem acha que ser professor não passa por ser especialista em leis. E depois, tramam-se.
“Solidariedade”? Sim, está bem. Por acaso, até dá vontade de rir que tenham escolhido este nome para uma nova federação sindical.
3ª Feira
Anda a popularizar-se – cortesia de algumas teses flexibilizadoras e inclusivas a que chamaria, com a devida propriedade, “populistas – a atitude de dizer, perante qualquer exercício, questão de aula, ficha formativa ou sumativa (que giro o retorno à terminologia dos anos 90 do século passado) que “@ professor@ não deu isto”. O que não deixa de ser paradoxal porque, de acordo com a nova vulgata pedagógica, @s professor@s não deveriam dar nada, mui mas apenas acompanhar o processo de descoberta do conhecimento ou preferencialmente das competências por parte d@s alun@s. E assim sendo, o que deve ser dito é “eu não consegui aprender isto” ou “não consegui desenvolver o processo de aquisição desta competência”. Afinal, se o centro da Educação são exclusivamente @s alun@s… ou bem que comemos todos farinha amparo ou não há justiça social e equidade.