Representantes Amofinad@s

Tive a triste ideia de fazer um comentário no mural de uma “amizade virtual”, que divulgara um texto crítico seu sobre a formação de professores numa dada área disciplinar. E lamentei a apatia da respectiva “associação de professores de…” e a forma como se acomodam a tudo o que o ministro ex-secretário colocou cá para fora nesta meia dúzia de anos, a começar pelas questões curriculares, nada dizendo, por exemplo, sobre a situação da escassez de professores que, por acaso, atinge também essa área.

Ui… o que fui fazer, que me apareceu logo alguém, debitando indignação sobre o que eu dissera e impondo-me, qual tribunal sumário, que demonstrasse o que afirmei. Que eu estava a sujar a imagem de uma associação altamente respeitável, o que estranhei, pois me parece que as acções da dita se sobrepõem naturalmente a um comentário perdido no livro das caras. Mas lá alinhei nove pontos de resposta (oito mais o reparo anterior), nos quais remeti para o site oficial da agremiação, para os seus parcos pareceres, dos quais apenas um é vagamente crítico (por causa de um barrete que foi mais enfiado a outr@s que a el@s), assim como para a forma como assinaram de cruz cartas abertas ou manifestos de apoio à acção do então secretário agora ministro. Claro que lamentei que nem se soubesse o número de associados pagantes e mais umas coisas que já fiz por esquecer.

E eis que me aparece nova indignada de pluma em riste, curiosamente uma anterior presidente da “associação de professores de…” que, comprovando iliteracias digitais anteriormente detectadas, pareceu não ter lido nada e me voltou a verberar – acusando-me de colocar professores contra professores só por ter expressado uma opinião em 2 linhas – que demonstrasse o que afirmava, pois notícias de jornais para ela não contavam. Sendo que a única para a qual deixei ligação, tinha declarações suas, na primeira pessoa, a explicar porque apoiava o então secretário agora ministro. Claro que lhe apontei o facto de em várias ligações, apenas uma ser uma “notícia” e que lamentava que não divulgassem quem está na “associação de professores de…” como voluntári@ e quem são as duas pessoas que se, sem identificação, se assume estarem a 100% por lá.

Por que raio peco tempo com isto? Porque a respeito destas “mobilidades” que dão jeito à tutela para os tais abaixo assinados e encontros sobre “inovação” ou “boas práticas” ou “novas metodologias” marcados para horas em que qualquer professor raso está naturalmente a dar aulas, não sabemos nada. Não há listas públicas destes “representantes” que desconhecemos se são todos, alguns ou nenhuns dos membros das direcções. E eu estranho muito que façam tanta questão em relação à “privacidade” de algo que, tratado desta forma, parece ser algo de que se envergonham. Lá saberão porquê.

Que sou chato? Claro que sim… nem seria a mesma coisa se não fosse. Mas lá que vou aprendendo a cada vez me meter menos a comentar seja o que for em ramo alheio, vou aprendendo. Que o pessoal anda muito epidérmico e amofina-se logo tanto, que fico a pensar que lhe atingi um qualquer ponto G.

5 opiniões sobre “Representantes Amofinad@s

  1. Estás a remexer solo sagrado, que é no fundo a coutada dos parasitas que prosperam nesta ditosa pátria que tão malditos filhos tem.
    Continua a escarafunchar, que pode ser que comecem a ter vergonha na cara quando saírem à rua.

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  2. Ponto G, foi mesmo isso!
    Há muito que estavam a pedi-las. Não têm vergonha na cara? Traem os professores em nome dos professores! Onde parará a falta de vergonha na cara?

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  3. Não vejo qualquer solução que não passe por algo de muito doloroso.
    O desalento e a indignação tornaram-se asfixiantes.
    Agonio quando ouço o escuta pantomineiro a falar.
    A trupe do poleiro tudo domina a seu belo prazer.
    Que tristeza…
    Paulo,
    obrigado.

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