Incongruências

A avaliação é contínua. O processo de aprendizagem também. Não deve existir a obsessão do teste, da ficha, do exame. Não se deve “treinar” para momentos específicos e formais de avaliação. Logo… @s alun@s devem estar pront@s para corresponder a qualquer momento ao que lhes for pedido no contexto dessas mesmas aprendizagens, sem “treinos”, sem stress, com naturalidade, ceerto?

Errado!

Passa para cá as datas dos testes todos, bem marcadinhos em plataforma ou calendário a semanas de distância, faxavor de explicitar os objectivos das fichas de trabalho, faz lá as matrizes as matrizes de tudo e etc, que até andas de lado, porque isto é tudo flexível e holístico, desde que caiba numa grelha com linhas na horizontal, colunas na vertical e a transversalidade vem já a seguir.

(esta malta abelhuda tropeça nos próprios pés a cada passo… pena é que lhes apareçam pela frente só quem vai de patinha estendida…)

A Prédica Do Ministro Costa No Parlamento

No passado dia 2. Não ando com paciência para desmontar a coisa em pecinhas, mas ao ler as páginas, senti ali um peso extra na parte das questões tecnológicas e digitais em matéria de números, promessas e calendarizações relacionadas com a transição digital, capacitação, etc.. Depois, fui ver as propriedades documento e percebi. Afinal, há embaixador@s que sempre têm utilidade.

Sim, senhor ministro.

Não É A Verdadeira Solução

Porque existe muita gente profissionalizada que se candidata no concurso externo. Não está é para fazer biscates, à hora e ao mês. Enquanto não perceberem que o problema é esse, bem podem formar fornadas de professores, que eles aparecem uns anos nos concursos de contratação e desaparecem pouco tempo depois.

Já agora… a “valorização da profissão” é para abranger quem ainda anda com o barco às costas?

Segundo Rui Fonseca, diretor da Escola de Educação e Desenvolvimento Humano do ISEC Lisboa (Instituto Superior de Educação e Ciências), formam-se 1500 novos professores por ano. Mas, diz, seria necessário duplicar esse número para poder dar resposta às necessidades identificadas para os próximo anos. E, claro, valorizar a profissão.

A “Fabricação Das Notas” Ou… A Inspiração Das Abelhinhas Distópicas…

… que parecem não perceber que “rubricas”, “domínios” ou “competências” são igualmente conceitos “fabricados” e altamente contestáveis, pois correspondem a uma convenção definida de modo restritivo e subjectivo. O texto seguinte é de 2014 (e recupera teses muito anteriores do autor), pelo que não se admirem se leram mais recentemente coisas por cá a dizer o mesmo.

La notation des élèves est de plus en plus contestée, notamment par les chercheurs. Pierre Merle fait une synthèse des conclusions de ces travaux au moment où les institutions s’emparent de la question et propose des pistes pour renouveler les pratiques d’évaluation des élèves.

Quantos Têm Dias Assim No Escritório?

Não falo de professor@s, falo da malta da conversa de café, de indignações em redes sociais e de dedo leve no teclado em queixumes e exigências.

Já sei que muita gente instalada no sistema dirá que são casos isolados e que o que falta é “formação” aos docentes para lidar com este tipo de ocorrências.

“Os professores têm muito medo, tanto que estes alunos entram nas salas, gritam e só um ou outro os manda embora”. O testemunho de um aluno ao i.

6ª Feira

Ontem, no Bartô, com a Bárbara Wong, o Pedro Senna Santos e o João Morales a moderar, enquanto a chuva batia lá fora,. Conversas em torno da Educação, com “histórias”, poucas ilusões ou sequer soluções, porque certezas, nestes tempos, são apanágio de demagogos e simplórios mal disfarçados. Muito por falar, claro, talvez outros dias se possam continuar o que, depois, ao jantar, ainda se continuou. Após uma dia lectivo em pleno, alguma descompressão, apesar de tudo. Mesmo se a energia para estas coisas já foi maior e cada vez é mais evidente que se fala para surdos, não os presentes, mas os sempre ausentes de qualquer conversa que não seja feita com tapete vermelho e guião pré-definido.