Não Há “Propostas”, Mas Apenas “Pressupostos”

Via Eduprofs.

Atenção à última página, a dos “Mapas de Docentes Interconcelhios”. Um dia, deixaram de existir quadros de escola… num outro pensava-se que iam deixam de existir quadros de agrupamento… afinal, fica tudo em qzp… muito estáveis na mobilidade “interconcelhia”.

Com a distinta lata de dizerem que tudo é “concebido para as pessoas e focado nas respostas de qualidade às necessidades locais e na proximidade na gestão das carreiras dos professores”. Nada como lixarem-nos com palavras bonitas, tipo ph (de phosga-se, claro) em vez do bom e velho f[pi-pi-pi].

Se isto avançar, é tempo de ir mesmo embora deste circo, no mais breve espaço de tempo possível, porque a “nova geração” de director@s não augura nada de especialmente bom. Afinal, não me apetece nada ser “gerido” por quem só quer é ver-se longe das salas de aula.

Quem Tem A Proposta Concreta, Com As Letrinhas Todas?

Não me chega o resumo. E seria de interesse público que estas propostas se conhecessem, para que o sonso ministro não se procurasse escapar com meias verdades e explicasse em que parte do programa do governo estão estas medidas, já que no passado se eximiu a outras com esse argumento. E porque são feitas agora propostas sobre as quais, num passado não muito distante, foi dito com clareza que não existiriam.

Mas pelos vistos “não foi apresentado qualquer documento, apenas foram enunciados pressupostos gerais“.

O mesmo em relação ao que terá sido dito às directoras e aos directores na reunião de ontem que, por causa de avisos e medos, pouco ou nada se pode divulgar de forma autorizada. Que boa altura para mostrarem que não são apenas paus mandados da tutela e que devem prestar contas às suas comunidades educativas, a começar pelos Conselho gerais, a quem todas estas coias deveriam chegar, antes de serem decididas em modelo impositivo.

O que pretende o ME:

  • Fim dos quadros de escola e de agrupamento e a criação dos mapas de pessoal, com consequências muito graves que acabarão com os concursos tal como os conhecemos, passando o recrutamento a ser feito através de escolha pelos diretores, em função dos projetos aprovados pelas CIM e dos objetivos que estas estabeleçam.
  • O ME pretende acabar com a mobilidade interna, impedindo a legítima expetativa de aproximação à residência e impedindo que professores que pertençam a uma determinada área geográfica concorram segundo critérios nacionais.

Indignação Em Câmara Lenta

A decisão de realizar o Mundial de Futebol foi tomada em 2010. Não acham que é um bocado tarde para se indignarem? É certo que mais vale tarde do que nunca, só que neste caso é mesmo muito tarde e não há tarja ou declaração a uma ou duas semanas do evento que salve a forma epidérmica como certos “activistas” funcionam. Bastanva irem à wikipépia para aprenderem que “O Catar é um emirado absolutista e hereditário comandado pela Casa de Thani desde meados do século XIX. As posições mais importantes no país são ocupadas por membros ou grupos próximos da família al-Thani. Em 1995, o xeque Hamad bin Khalifa Al Thani [o que estava no poder quando a decisão foi tomada] tornou-se emir após depor seu pai, Khalifa bin Hamad al Thani, em um golpe de Estado​​.”

Parece que agora, quando já é tarde para devolver as “prendas” que terão recebido, até os principais responsáveis fazem penitência pública. Sem um pingo de decência.

Protesto a sério era não terem aceite participar. Bastaria que uma dezena de selecções de topo tomassem essa posição conjunta e aquilo seria um flop. Mas isso implicava não ganhar muito dinheirinho, certo? Não aparecerem lá, em regime vip+ nenhuns governantes na cerimónia de abertura. Mas.. as coisas reais são do tipo… os gajos são ditadores, mas enquanto lá estamos, negócios são negócios. O Khadaffi, se não estivesse em busca das míticas 70 virgens porque teve um azar do camandro, poderia explicar como as coisas se fazem.

Sábado

A sério que aquilo de que o país precisa é de um processo de revisão constitucional? Atascados nos seus escândalos, PS e PSD alinham num folclore sem sentido. Chamam populistas aos outros, mas usam-lhes as tácticas, nem que seja as de distrair as atenções com mcguffins. Vão-se descobrindo negociatas e compadrios em série a nível local quando se quer forçar uma municipalização de serviços públicos e até a contratação e vinculação dos respectivos quadros de pessoal? Atira-se com uma revisão constitucional. Já se existirem autarquias a bloquear projectos “de interesse nacional”, muda-se a lei para lhes reduzir esses poderes.

O poder local – “grande conquista de Abril” cujo valor não nego – tem vindo a tornar-se um alegre sorvedouro de dinheiros públicos e europeus e pasto para muita negociata, com endividamentos galopantes; mas, para outros fins, apresenta-se como exemplo maior da bondade de uma gestão de proximidade, atenta às populações. Claro que muitas autarquias fazem um excelente trabalho. Só que neste momento, não sabemos bem em que proporção. Mas basta ver quantos autarcas – e o que sabemos são apenas os casos que não foi possível esconder – andam envolvidos em coisas esquisitas e conseguem chegar a cargos no poder central, para se ter uma ínfima ideia dos canais por onde escorrem subsídios e financiamentos paralelos.

Em matéria de Educação, há dois “viveiros” que se destacam, um de tons rosados a norte, com vista para o Douro e a foz, o outro a sul, na grande Lisboa, de tons laranja, mesmo quando não o é oficialmente, onde nas últimas décadas a isaltino-dependência atraiu mais gente do que se sabe à superfície. São viveiros de franganitos na engorda, lado a lado com galos velhos e galinhas secas de tanto se chegarem à frente nas fotos de grupo, em especial o de lá de cima, onde a muito elogiada “colaboração” da autarquia com as escolas começa a ganhar uma notável opacidade. Mas são “exemplos” de obra feita que se quer replicar por outras paragens.

Depois, não digam que foi surpresa.