Sábado

A sério que aquilo de que o país precisa é de um processo de revisão constitucional? Atascados nos seus escândalos, PS e PSD alinham num folclore sem sentido. Chamam populistas aos outros, mas usam-lhes as tácticas, nem que seja as de distrair as atenções com mcguffins. Vão-se descobrindo negociatas e compadrios em série a nível local quando se quer forçar uma municipalização de serviços públicos e até a contratação e vinculação dos respectivos quadros de pessoal? Atira-se com uma revisão constitucional. Já se existirem autarquias a bloquear projectos “de interesse nacional”, muda-se a lei para lhes reduzir esses poderes.

O poder local – “grande conquista de Abril” cujo valor não nego – tem vindo a tornar-se um alegre sorvedouro de dinheiros públicos e europeus e pasto para muita negociata, com endividamentos galopantes; mas, para outros fins, apresenta-se como exemplo maior da bondade de uma gestão de proximidade, atenta às populações. Claro que muitas autarquias fazem um excelente trabalho. Só que neste momento, não sabemos bem em que proporção. Mas basta ver quantos autarcas – e o que sabemos são apenas os casos que não foi possível esconder – andam envolvidos em coisas esquisitas e conseguem chegar a cargos no poder central, para se ter uma ínfima ideia dos canais por onde escorrem subsídios e financiamentos paralelos.

Em matéria de Educação, há dois “viveiros” que se destacam, um de tons rosados a norte, com vista para o Douro e a foz, o outro a sul, na grande Lisboa, de tons laranja, mesmo quando não o é oficialmente, onde nas últimas décadas a isaltino-dependência atraiu mais gente do que se sabe à superfície. São viveiros de franganitos na engorda, lado a lado com galos velhos e galinhas secas de tanto se chegarem à frente nas fotos de grupo, em especial o de lá de cima, onde a muito elogiada “colaboração” da autarquia com as escolas começa a ganhar uma notável opacidade. Mas são “exemplos” de obra feita que se quer replicar por outras paragens.

Depois, não digam que foi surpresa.

6 opiniões sobre “Sábado

  1. huum…cheira-me a Filinto, João Paulo Correia (secretário de estado da Juventude e desporto), Eduardo Vítor Rodrigues (presidente da Câmara de Gaia)….
    Chegaram ao ponto de, em alguns agrupamentos escolares, elaborarem horários de turmas onde intercalaram AEC’s com componente letiva. Viraram os profs das AEC’s contra os professores das Escolas em questão. Se não fosse a grande coragem de alguns colegas de Gaia de um dos agrupamentos a denunciar, às devidas instâncias, as irregularidades dos horários e teríamos a ilegalidades a prevalecer.
    Este é o triste exemplo que poderá alargar-se ao resto do País,

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  2. …nem mais! O concelho de Gaia é uma amostra daquilo que poderá alastrar-se para o resto do País. Vamos ter “professores” de autarquia versus professores do Ministério da Educação.

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  3. Uma vergonha!
    Uma borra de todo o tamanho!
    Com figuras das escolas a estender tapete a esta vergonhosa interferência política!
    Diretores e politicos autarcas no assalto ao poder.
    Usam as escolas para propaganda política e tecer redes de amiguismos de gamela! Nada entendem de educação. Só mesmo de esperteza saloia e partidária.
    Quem sai prejudicado? Os alunos com semestralidades a martelo, actividades para show off e horários saturados de entertainement fazendo vontades a paizinhos albinos mentais que não sabem que educar é tarefa familiar e que a escola precisa de paz e isenção para ensinar!

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  4. Foz (do Porto)? Quem?
    Aquilo é mais laranja e iniciativa liberal…

    No caso da Católica Educação, na Foz, aquilo está morto. Já quase nenhum agrupamento os quer (e bem!) nos conselhos gerais.

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