Apetecia-me Dar Umas Belas Bengaladas Retóricas Neste Senador Da Mula Ruça, Mas Sei Que Seria Inútil

O Henrique Monteiro do Expresso é demasiado convencido de si mesmo; é uma variante masculina da Clara Ferreira Alves. Algures no tempo, fizeram qualquer de jeito no jornalismo e andam há anos e anos a viver disso, com a benção balsemãnica, produzindo “opinião” a metro. E tornaram-se insuportáveis para quem não partilha o ecossistema dos revolucionários d’outrora que nunca perderam o aroma da burguesia acomodada.

Nem é que eu seja particular fã do activismo climático que não limpa o próprio lixo, mas não tenho pachorra para prosas sobranceiras deste tipo. As escolas são “de todos”? A sério? E as ruas? São só de alguns? E o resto? O engomadinho voltou a ser colectivista em idade serôdia?

O horror é que esta malta, quando ainda não tinham vendido os ideais, mas os impunham à força, fez muito pior, mas nunca foi responsabilizada por isso.

Fechar escolas não deveria, nunca por nunca, ser admitido por autoridades. Mesmo aquelas que podem estar mais solidárias com a luta. Porquê? Por uma razão simples: a escola é de todos; dos que querem lutar e dos que não querem; dos que são a favor de as fechar e dos que são a favor de mantê-las abertas

Shôr Ministro, Isto Não Equivale A Um Congelamento?

E ainda temos pelas escolas quem gaste horas e páginas a contra-alegar reclamações e recursos de gente com classificações superiores a 9, como se só tivessem feito a sua obrigação. Por vezes, há mesmo o despudor de mandar como árbitros, pessoas que até estão em escalão abaixo do reclamante.

Já sei… vai dizer que se não fosse o governo do PS ainda estaria em vigor o congelamento criado por um governo do PS.

E que não foi este governo do PS que criou o sistema de quotas, pois foi outro governo do PS que fez isso, quando reviu o ECD em 2010.

O acesso ao 5.º e 7.º escalões da carreira docente depende do número de vagas fixado pelo Governo.

Chamem já o deputado epistemólogo porque se ele consegue defender aquilo lá de Caminha, também é capaz de defender isto, numa perspectiva de optimidade avançada, em que o conflito se ultrapassa pela violação das regras, porque é assim que tem de ser para que se avance.

Nas Origens Teóricas Do “Tanto Uma Coisa Como O Seu Contrário”

As coisas que se encontram em leilões de livros em segunda mão ou descontinuados. Neste caso, uma obra de 2001 (da Editorial Caminho, ora bem…) do actual ministro Costa, dos tempos em que “inovava” na Linguística da malta de língua de pau, com a Teoria da Optimidade, a Teoria que defende que as regras são para ser violadas, em especial quando há conflitos que nos levantam problemas. Na altura, tratava-se apenas da Linguística.

Nos dias que correm, não sei se isto lhes está a fazer soar algumas campaínhas…

(a quem interessar… a leitura é de uma aridez assinalável para não interessados no tratamento da língua como se fosse uma espécie de inequações…)

4ª Feira

Querem uma transição digital nas escolas, com material cuja obsolescência programada dará para um par de anos de uso de baixa intensidade e nunca para andar em mochilas de petizes aos tombos. As tão publicitadas “salas do futuro” são mera propaganda porque enquanto existir uma sala por escola, com dezenas de turmas e centenas de alunos, só servem para propaganda e parolice das direcções, em visitas dos senhores governantes com câmaras e microfones acoplados. Deixemo-nos de fantasias: tudo isto não passa de verniz de fraca qualidade a fingir de outra coisa. Ou se equipam pelo menos cinco a dez laboratórios de informática por escola de 2º e 3º ciclo, com material de qualidade, ou nada feito, porque os hp de mesa de 2008 está quase a falecer e têm razão para isso.