Dia: 17 de Novembro, 2022
A Política Do Anúncio
Agora é a pompa de um “Plano Ferroviário” a que não é difícil prever um destino triste, adiado ou amputado como o de tantos outros planos que por aí aparecem para encher agenda e dar tempo de antena a ministros que querem chegar a qualquer lado, mas fazendo muito pouco. Se até a maioria dos apoios relacionados com a pandemia ficaram por concretizar, como é possível confiar em governantes que parecem estar mais interessados em garantir lugares para o seu futuro do que em ajudar os mais desfavorecidos, nas piores circunstâncias. Temos um governo que prima pela ineficácia em quase tudo o que não seja propaganda com cobertura mediática. Muita conversa sobre uma “bazuca” que dispara a conta-gotas e quase sempre para os bolsos do costume, para consultorias, estudos prévios, de acompanhamento, avaliações de impacto antes do dito cujo acontecer. Acredito tanto na reanimação do transporte ferroviário, como na mítica alta velocidade, na urgência do aeroporto de Lisboa ou na parceria com o reino da Cucanha.
O regime tresanda a oportunismo, mas dizem que a culpa é do “populismo”.
Uma Regionalização Da Educação… Irrevogável?
“Concretizámos a maior descentralização de competências das últimas décadas, para as autarquias, e agora estamos a aprofundar a reorganização territorial dos serviços do Estado”, disse António Costa.
(…)
“Trata-se de um primeiro passo político muito importante para dar cumprimento ao que está no programa do Governo de, a par do processo de descentralização, aumentar as competências das CCDR através da reorganização dos serviços do Estado nas regiões, passando a ter mais competências e, desejavelmente, mais autonomia”, disse Ana Abrunhosa, em declarações aos jornalistas após uma reunião do Conselho de Concertação Territorial, que decorreu hoje em Lisboa.
De acordo com Ana Abrunhosa, as CCDR vão passar a ter atribuições na área da saúde, educação, agricultura, cultura, conservação da natureza e ordenamento do território. As CCDR são serviços desconcentrados da Administração Central, dotados de autonomia administrativa e financeira, incumbidos de executar medidas para o desenvolvimento das respetivas regiões, como a gestão de fundos comunitários.
Filosofia(s)
Um artigo da Bárbara Reis sobre os exames de Filosofia despertou do coma algumas pessoas para o debate em torno da Filosofia, disciplina que quase tod@s deixaram trucidar e menorizar nas últimas duas décadas sem especial protesto, desde que a sua facção ficasse com a condução do respectivo programa e, já agora, da “formação” sobre o dito. cujo. Agora, discutem a importância que, em tempo útil, não quiseram ou souberam defender de modo eficaz, por vezes em troca da promoção de uma clique académica que, por exemplo, deixou praticamente desaparecer do programa uma História da Filosofia com pés e cabeça. Mais vale tarde do que nunca? Talvez, mas agora é mesmo muito tarde para andarem a discutir uma ausência, que é de um papel central no currículo da disciplina mais transversal de todas. Quem enfiar o barrete é porque o merece. Eu sou um mero retrógrado professor de História e hoje nem sei se vou ver a bola.
Colapsos
O século XXI tem destas coisas.
Mr. Bankman-Fried said in an interview that he had expanded too fast and failed to see warning signs. But he shared few details about his handling of FTX customers’ funds.
5ª Feira
Há quem não consiga sair da frente, incapaz de perceber que o seu tempo passou. Há quem pense que a seguir vem o caos – e em alguns casos, até é verdade – mas na maior parte dos casos vem apenas o futuro, caótico, ordenado ou outro. Por vezes, mesmo sabendo-se que não vem o caos, deve-se sair da frente, para que outr@s possam experimentar as suas ideias. O problema é se essas ideias (e práticas) falham e depois não querem sair de lá, até que venha alguém que possa encobrir o rasto. Estava a falar de política, mas poderia estar a falar de escolas e tanta outra coisa.