Aqui Por Perto

Não sei porque não me admiro nada com este tipo de coisa. Basta observar certos “ajuntamentos”. E a intimidação ou violência (física, verbal) gratuita está longe de ser apenas fomentada pelos adolescentes. E mal de quem se tentar meter. Pena que nestes casos nunca apareçam aqueles fardados corajosos das redes sociais. Nestas situações, nunca estão lá, nem sequer o observador Mithá, que se indigna, mas normalmente na segunda fila. Talvez porque se trate de alunos de uma “Academia de Formação”.

Palmela: “Fight Club” a céu aberto entre alunos da escola profissional

(…) Nos vídeos é possível observar agressões gratuitas entre os estudantes, com incentivos de mais violência à mistura por parte dos restantes alunos, como se de lutas de boxe se tratasse, à vista de todos. As imagens chocantes foram recolhidas na estação de Penalva, na Quinta do Anjo, e no parque de autocarros da Autoeuropa, onde se situa o estabelecimento escolar.

A situação tem causado bastante mal-estar entre os trabalhadores do Parque Industrial da Autoeuropa, havendo já várias queixas formalizadas, algumas das quais dos próprios professores da escola.

Manuais Digitais?

Alguém não fez as devidas aprendizagens do período da pandemia. Mas continuam a querer construir a casa, começando pela pintura de uma facha esburacada. Eu sei que parece muito moderno e progressista, tão “século XXI” e tal, mas é colocar a carroça a descer a colina, com os pobre dos burros presos pelo pescoço.

Estão Contra A Proposta Ou Contra Não Terem Sido Consultados?

Porque existe uma enorme diferença entre as duas coisas, sendo parecido aos autarcas que estavam contra muita coisa, até os “ouvirem” e lhes passarem o “envelope financeiro” “correspondente. E há muit@ director@ que cada vez se parece mais com aqueles sindicalistas que só querem um lugar à mesa das negociações e o resto da maralha que se lixe.

Ou – terceira hipótese – estão contra porque perceberam que serão uma espécie de homens de mão dos “líderes intermunicipais” que até podem dizer que foram “democraticamente eleitos”, ao contrário de quem o é em colégio eleitoral de tipo corporativo?

Domingo

Qual a lógica de um governante na área da Educação ir a uma escola de formação de professores dizer-lhes que a classificação que terão ao longo da licenciatura e do mestrado profissionalizante é razoavelmente irrelevante para a consideração do seu mérito enquanto docentes? Que existem outros factores, mais determinantes do que a graduação profissional, para a aferição da sua qualidade, como a adequação do seu “perfil” aos “projectos locais” definidos a nível de escola a grupamento por um grupo de pessoas que orbitam em torno de lideranças que lá chegaram, exactamente de acordo com a graduação profissional, e de lá não saem para uma sala de aula nem a tiro. Lideranças que, em mais do que casos isolados – e falo pelo que conheço a “nível local” aqui da península de Setúbal, mas não exclusivamente – estão tão mais próximas dos ideias do governante em causa quanto se caracterizem por uma arrogância ignorante (“eu quero, posso e mando, mesmo se só sei justificar-me se seguir o guião que me deram”) e ocasionalmente por práticas eticamente desprezíveis, mas isso agora nem interessa nada pois até o presidente foi ao Qatar e pelo caminho disse que isso dos direitos humanos é conforme as circunstâncias.

Que mensagem se está a passar para os alunos das licenciaturas e mestrados em Educação? Façam o mínimo e depois adequem o “perfil” a quem vos entrevistar para o lugar?

Isto não me espantaria na malta da Iniciativa Liberal, mas num sonso que se afirma de “esquerda” e defensor da Escola Pública para todos, cheira-me a promoção descarada do clientelismo local, para não dizer coisas piores. Eu compreendo que existam traumas por resolver no passado escolar das pessoas, mas daí a usar o cargo para desqualificar por completo os anos de formação inicial dos futuros professores e fazer isso diante gente com responsabilidade na matéria, na sua casa, revela uma sensação de total impunidade a roçar o descolamento completo da realidade.

Que quem o convidou tenha ouvido e mal tenha tentado tirar a viola do saco, apenas nos revela o nível de sucesso da progressão do reino dos invertebrados.