Dia: 21 de Novembro, 2022
Embora Tivesse Gostado Mais De Ver O Harry Kane Com A Braçadeira Da Discórdia
E foi especialmente corajoso os iranianos ficarem em silêncio durante o hino.
Gostava que, no meio disto tudo, os portugueses não se armassem em oliveirasdafigueira na vida real. Já chega a romaria das nódoas do regime, com chancela parlamentar da aliança PS-PSD-PCP-Chega abstencionista.
England confirm players will take a knee at Qatar World Cup to make ‘strong statement’
Os Meus Cumprimentos (Que Não São Muito Comuns, Mas Não Devem Ser Regateados Neste Caso) Ao Manuel Pereira
Por uma vez, parece irritado e muito mais no alvo do que o Filinto, nas declarações ao DN do fim de semana. Quem fala assim, merece apoio.
E é isso mesmo, acrescenta, que “a ‘malvada’ lista nacional” reflecte, já que é “organizada através de uma graduação profissional, calculada com a classificação atribuída pela universidade para certificar a habilitação e pelo tempo de serviço prestado”, e “os directores, quando recrutam, usam os mesmos critérios”. Nos concursos nacionais, os professores são colocados segundo o lugar que ocupam nesta lista, que na contratação directa pelas escolas é utilizada como critério de desempate entre candidatos
Sublinhando que esta posição resulta de uma reflexão feita pela direcção da ANDE, Manuel Pereira testemunha que “os professores estão desapontados e até zangados”. E com razões para isso: “São o único corpo da administração pública a quem não foi contado todo o tempo de serviço prestado no período do descongelamento e os professores do continente são os únicos sujeitos a afunilamentos artificiais na carreira que impedem o seu desenvolvimento profissional e a respectiva retribuição financeira.”
Que no caso são provocados pelo facto de o acesso aos 5.º e 7.º escalões da carreira docente depender das vagas fixadas pelo Governo para o efeito, que só este ano deixaram de fora mais de metade dos professores que cumpriam os requisitos legais para progredir. “Neste contexto, não deveríamos estar a criar as condições necessárias à superação destes constrangimentos?”, questiona a ANDE.
Que deixa também estas interrogações: “Não deveríamos estar a discutir como vai ser superada a trágica saída de milhares de docentes cuja experiência, saber e dedicação não vão ser legados aos mais novos? Não deveríamos estar a cuidar daqueles que estão nas escolas e a criar condições para que, também eles, deixem de aspirar a rapidamente abandonar a profissão? Não deveríamos estar a, com o ensino superior, estudar modelos de atracção dos melhores alunos para os cursos de formação para o ensino?”
2ª Feira
Leio muita coisa sobre o imperativo de se “lutar” contra as mudanças que por aí andam mais do que prometidas. Infelizmente, muitas dessas pessoas nem nas suas escolas são capazes de tomar posições firmes em relação a desmandos de proximidade. Queixam-se abusos, mas pouco ou nada fazem contra eles, preferindo encobrir-se em iniciativas onde não se exponham, bem à vista dos poderes de que dependem. Chegam mesmo a negar apoio a quem dele precisa. Mas nas redes sociais são de uma coragem vocal a toda a prova. Se há coisa que não confundo é o alarido com um activismo consequente. Até posso ver cartazes cheios de reivindicações justas, mas sei que a maioria será sacrificada em troca de um saco de vinténs e nem vou falar de quem troca muita conversa por bitcoins. A aliança entre o ministério, grande número de autarcas e directores está estabelecida, mais formalidade, menos formalidade. Lá está… porque há queixas que são apenas formas de se ver reconhecida uma “importância” na discussão dos problemas ou na negociação, nada na substância.
Há mesmo quem recorde 2008 e manifestações para as quais nada colaboraram, muito menos para tudo o que as envolveu. Há mesmo quem lá nem tenha estado ou, se esteve, foi para marcar lugar e não parecer mal. Acham que é assim que ganham a confiança dos pares que ainda não perderam a memória? Porque quem não tem essa memória, nem sequer percebe do que falam. E quem a tem, sabe distinguir o actual oportunismo.
Sim, é urgente uma união na acção de resistência à total atomização e desregulação dos mecanismos de contratação, vinculação e gestão dos recursos humanos docentes. Mas como a fazer, se quem agora muito grita, ainda ontem se preocupava em aperfeiçoar o garrote e em promover-se no interior do “sistema”? Quem se “especializa” em modo instantâneo em tanta matéria, mas nunca em ajudar concretamente o próximo.