Dia: 23 de Novembro, 2022
Greve Por Tempo Indeterminado?
Ok… é um caminho possível para a radicalização (sem aspas) da “luta” (com aspas), só sendo curioso que, a dado momento da sondagem feita para o efeito, tenha surgido o aviso de que uma das hipóteses colocadas em cima da mesa e, curiosamente, a mais votada até então, não era para levar a sério. E então, de forma óbvia, deu-se a entender que era para escolher a outra opção mais destacada. O que dá assim a sensação de se estar, na recta final, a manipular o resultado. Se houve legislação para evitar que as reuniões não se façam com a falta de apenas um professor? Então não seria possível uma greve às avaliações em outros moldes? Se não é possível, porque foi colocada a hipótese a votação, mais aquelas opções cheias de linhas? Precipitação?
Ora bem… a ver se eu percebo… a greve a partir de dia 9 não apanha o período das reuniões de avaliação? Nesses dias, uns fazem greve e outros não e as reuniões acontecem na mesma? E como é durante o período “não lectivo”? É greve ou não? A greve é só às aulas? Já pensaram bem nisso tudo e como vão as coisas funcionar na prática? Porque no dia 9, estamos apenas a uma semana do fim do período, a seis dias úteis para ser mais exacto. A seguir… são as avaliações.
Não sendo eu nada “frentista”, nem vou falar no interesse em articular alguma coisa com um ou outro sindicato. Sim, percebo a ideia… convocámos e agora é que se vê quem é que é coerente com os imensos apelos nas redes sociais. O problema é se a desproporção é parecida àquela dos imensos likes no anúncio de petições que, depois, nem conseguem meio milhar de assinaturas.
Greve é convocada pelo Sindicato de Todos os Professores (STOP), que representa cerca de 1.300 docentes. Reunião com o ministério na terça-feira pode ser decisiva para o avanço do protesto.
Só falta mesmo uma união em torno da oportunista proposta do Chega sobre uma alegada recuperação do tempo de serviço, que na verdade é outra coisa, bastando ler a preguiçosa proposta de “plano de pagamento”, feita na certeza de que não tem qualquer possibilidade de aprovação, até pela deficiente formulação jurídica apresentada.
(e será que o proto-sindicalismo docente do Chega, em coerência, com o esforçado Gabriel como angariador, vai apelar à adesão a esta greve?)
Se a proposta avançar mesmo, vou tentar perceber os malabarismos de algumas pessoas para justificarem que estão na escola, mas ao mesmo tempo não estão.
Estou a ser cínico? Claro que sim. Mas com os olhos bem abertos. Observando “trajectórias”, num passado recente e num futuro que já se adivinha. Até porque me lembro de quem não esteve em outros momentos de que agora tanto gostam de falar como se fossem património seu, quase exclusivo.
Mais Uma Daquelas Propostas À Medida De Certos “Perfis”
Que pena eu já ser velho e não me servir para nada. Mas adivinho correria à prebenda. Então dos doutoramentos que agora aí se fazem em cima de “estudos de caso”, com a orientação “certa”… é como com as formações semestrais em administração escolar.
A mim, o que dava jeito era um suplementozito… se é para “diferenciar”, que seja em metal sonante. Não sou ingrato, pelo que não andaria depois a dizer que sobra pouco, quando o pouco equivale a uns dois escalões na carreira.
Gazeta Municipal
Ex-secretário de Estado e presidente da Câmara de Arouca acusados de prevaricação
Escutas confirmam suspeitas de tráfico de influências de presidente da Câmara de Matosinhos
Aguardo a procissão de tod@s aquel@s que garantiram que em Matosinhos tudo é legal e que o que está a acontecer é uma boa e velha “cabala” sem qualquer sentido (na procissão de há uns dias dei com muita gente alaranjada e azul celeste, se é que o Lobo Xavier ainda usa essas cores).
Por Gaia
4ª Feira
O processo de completa instrumentalização dos serviços do ME que deveriam regular o funcionamento das escolas acabou por esvaziar a sua capacidade crítica, porque grande parte passou a limitar-se a ser uma espécie de “braço armado” da tutela contra os professores e, em regra, dando cobertura à maioria dos desmandos das direcções, seja em matéria de distribuição de serviço e horários, seja de avaliação do desempenho docente. Tivemos durante o período da “reitora” o aprofundamento destes serviços, em especial da parte jurídica, como puro prolongamento da acção política dos decisores, dando parecer favorável a todo e qualquer desmando que lhes fosse ordenado. Seguiu-se a “implosão” de Crato que deixou muitas estruturas sem o necessário pessoal qualificado para cumprir as suas funções.
Chamaram descentralização ao fim de serviços regionais e ao que na prática era um esvaziamento de serviços que apoiavam as escolas e podiam ainda servir como rede de defesa dos professores que denunciassem abusos. Crato dizia que antes andavam “comissários políticos” pelas escolas, mas o que ele fez não melhorou as coisas. Chegaram os actuais senhores e o processo de transformação das direcções gerais e da Inspecção em meros acessórios da acção política intensificou-se , ao ponto de termos uma espécie de “comissários do maia” em digressão pelas escolas. Entretanto, pouco ou nada ficou do que em tempos era uma estrutura que garantia alguma isenção técnica na análise das situações. E os professores rasos, nas escolas, ficaram entregues a si mesmos, a juristas avençados chapa-5 de alguns sindicatos e à necessidade de recorrer aos tribunais comuns para resolver o que antes era feito a nível interno, com os custos e morosidade associados ao litígio judicial. E é isso mesmo que é sugerido, quando colegas pedem a intervenção reguladora da dgae, dgeste, dge ou ige, quando não se limitam a “chutar” a coisa entre si. Já li respostas em que se valida o atropelo da lei e se relativiza o que está explícito em relação a prazos e às escassas garantias que ainda sobrevivem na legislação.
A sensação de vazio e indiferença é evidente, o que a par da erosão das solidariedades horizontais, instala a sensação de completo abandono perante o arbítrio. No entanto, há quem se detenha de forma insistente e obsessiva em bizantinices da treta, como a assinatura e rubrica no cantinho certo do papelinho obrigatório.