A Descoberta Tardia De Uma Vocação

Não sei se de pasteleira, se de crítica de pastelaria. Lá que sempre a achei um pastel mal amanhado, não tenho dúvidas.

O bolo-rei está em todas as pastelarias e padarias, mas é preciso ter critério. São poucos os que se recomendam. Sei do que falo porque não perco uma oportunidade para procurar o melhor. E tenho a minha pequena lista de preferências e de discussões com os amigos a propósito do melhor bolo-rei de Lisboa. Bem sei que há concursos, mas gosto de fazer eu própria a avaliação, e, no limite, nem sequer preciso de os provar. Aliás, o primeiro critério cumpre-se com o olhar: é a cor dos frutos cristalizados. Pedaços de abóbora da cor do tomate, não. Figos pintados de verde bandeira, não. Tiras de casca de laranja secos e em demasia, não. Açúcar branco em pó cobrindo todo o bolo, não. Frutos secos lascados ou moídos, não. O bolo-rei da minha preferência tem pera cristalizada, pêssego, tiras de casca de laranja e cerejas cristalizadas e macias. Tem amêndoas inteiras, nozes e passas. E há anos e anos que não muda o padrão, não cede a tentações de simplificar ou variar na decoração.

19 opiniões sobre “A Descoberta Tardia De Uma Vocação

  1. A opinião “gourmand” que faltava. MLR sempre na crista da onda! Embrulha MEC! Só faltou discorrer sobre a fava, porque o bolo-rei já não é o que era. Enfim, como alguém disse “não sei como chegámos aqui assim, não sei e não quero saber”. No fim do dia haverá sempre o tronco de Natal para salvar a ceia.

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  2. E sobre a pertinência do teor do texto? Como é que um jornal se presta a publicar tão flagrante idiotice… parece um texto de pasquim paroquial, escrito pelo “prrezziidente da juuunta” local!!!

    E a autora, vai ao Qatar?

    Acho que ando a exigir demais aos alunos….

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    1. Nisso de pasquins à pezzzdente da xuntaa há outros especialistas, daqueles que vão à bola só para serem vistos, dos que fazem massa de bolo rei com cartão partidário, dão lustro de boca cheia e com ruídos a mastigar… eh eh eh.

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  3. Noblesse oblige

    Infelizes os que nunca provaram um bolo-rei confeccionado a preceito e consumido na devida altura.
    Tudo se joga na confecção da massa e no tempo de cozedura. O resto depende apenas de capacidade financeira do pasteleiro para adquirir frutos secos e cristalizados da melhor qualidade.
    Não basta saber quem o faz bem. É também preciso comprá-lo numa altura em que o pasteleiro não esteja obrigado a cumprir as quotas que lhe permitirão aguentar-se até à Páscoa sem despedir os dois brasileiros, que isto de encontrar colaboradores não está fácil.
    Os responsáveis pelo setor da educação terão feito um esforço para criar as formações profissionais necessárias para transformar Portugal num país de pastelões. Mas os pais, ó Senhor, pouparam nos esforços e não aumentaram a prole, pelo que os pasteleiros são ainda insuficientes e de qualidade duvidosa. Daí serem tantos os honestos contribuintes que se vêem privados de acompanhar um Porto vintage com uma fatia de bolo-rei confeccionado segundo os preceitos da mais liberal das meritocracias.
    Estudos realizados por académicos das mais prestigiadas universidades da Avenida das Forças Armadas, falharam em demonstrar que o regime democrático foi benéfico para a melhoria da qualidade do bolo-rei, limitando-se a provar que o seu consumo se democratizou. Ou melhor dizendo, o consumo de um sucedâneo do dito cujo.
    As mais aguerridas associações ambientalistas esqueceram-se de incluir na agenda a preocupação com a sustentabilidade desta indústria.
    O professor Marcelo evitou pronunciar-se sobre o tema e refugiou-se junto das tribos de produtores de gás natural e pescadores de pérolas.
    Não havendo notícia de que esteja iminente o começo de uma guerra mundial entre os apoiantes do bolo-rei e os seus detratores, fica-nos, porém, um travo amargo na boca ao percebermos que do bolo-rei só provamos a fava. Resta-nos pois mandá-los à dita.

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  4. Nunca pensei dizer isto, e logo ao fim de tantos anos, mas por uma vez tenho de concordar com a Sinistra: o Califa e a Garrett têm um excelente um bolo rei! E quem não conhece a Garrett, recomendo vivamente… há outras magníficas iguarias de que destaco o brioche e o palmier recheado com um doce de ovos divinal! Só não sabia que o local era assim tão mal frequentado…

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  5. Esta “senhora” sabe o preço do “bolo – rainha” e bolo – rei nas pastelarias ?
    Infelizmente neste país a maioria das pessoas tem um salário miserável para gerir!

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