Não é exclusivo nosso, posso já vimos isto acontecer no rico centro da Europa, mas basta um par de “fenómenos extremos” para ficar a descoberto a enorme insuficiência da nossa forma de lidar com os solos e de planear as zonas destinadas a habitação e equipamentos sociais. Em mais de um caso, conheço terrenos cedidos para autarquias para equipamentos, porque se localizam em zonas cujo bom senso faria qualquer empreiteiro de 2ª linha recusar a construção fosse do que fosse. E depois nota-se quando, como aquele Centro de Saúde, em Algés, feito em cima de uma linha de escorrência de águas, fica com três andares subterrâneos de estacionamento completamente alagados. Sim, eu sei que tudo é feito para os “valores médios” de precipitação, temperatura, etc, mas é ridículo que em Lisboa tenha, entre outras, alagado exactamente umas das zonas com intervenção recente mais extensa (Praça de Espanha). Daquelas em que a zona impermeabilizada fica entre canteiros mais elevados, de onde escorre a terra que entope as minúsculas sarjetas. Preferiram-se as obras cosméticas de superfície às estruturais, subterrâneas, menos mediatizáveis. Mas são opções que dão promoções aos autarcas de ocasião, em trânsito para ministros.
Precisaríamos sim de um Provedor do Munícipe, mas com alargados poderes de intervenção. Aí é que ia ser bonito.
GostarGostar