Dia: 17 de Dezembro, 2022
A Manifestação – Mais Materiais
Imagens do Paulo Fazenda, Olga Carvalho, Helena Teixeira, Manuela Domingos…
O Ministro Costa Foi à Televisão
Logo a seguir às declarações da Anabela Magalhães, tivemos cerca de um quarto de hora de fraca tentativa de afastar de si a responsabilidade pelo falseamento da verdade por um rouco ou quase afónico ministro Costa, que assim deve estar de apanhar chuva na moleirinha ou de tanto berrar contra as injustiças que sente que lhe estão ser feitas.





Deixando de lado outras trivialidades, a começar pelas imensas benesses que aguardam os professores se o deixarem com as mãos livres, a mensagem do ministro Costa resumiu-se a:
- O André Pestana (que ele não nomeia, preferindo a designação “o líder sindical que convocou esta manifestação”, como se as coisas fossem assim) é mentiroso.
- As negociações não foram interrompidas.
- As câmaras nunca irão contratar professores.
- A DGEstE não tem competências na área de gestão do pessoal, pelo que as não pode transferir para as CCDR.
Então vamos lá:
- Não conheço pessoalmente o André Pestana, mas quem o conhece(u) não mo caracterizou como alguém que usa a mentira como truque político. O mesmo não direi do ministro Costa.
- Avisem disso a Fenprof que declarou que as negociações foram “suspensas”.
- Já todos percebemos que não se trata das “câmaras” ou da “municipalização”, mas sim das comunidades intermunicipais e de uma “intermunicipalização” da Educação. Isso está em documentos produzidos pelo próprio ME e chega a ser penoso ver o homem a tentar desmentir o óbvio, usando o truque mais velho do que ele, de acusar os outros de dizerem o que não disseram. A linguagem corporal e a própria expressão facial dele nessas passagens é por demais “curiosa”, naquele modelo do pisca-pisca quando quero virar as coisas ao contrário do que são.
- Se a DGEstE não tem competências na área da gestão do pessoal como se explica a passagem abaixo da resolução 123/2022 do Conselho de Ministros? Porque nem seque vem lá especificado “pessoal não docente”. Apenas temos “recursos humanos”. Ora… os professores não são recursos humanos? E “coordenar” quer dizer o quê? E se a DGEstE não tem funções na gestão do pessoal das escolas, como pode partilhar ou transferir esse tipo de competências?
Seria bom que o ministro Costa deixasse de se armar em sonso, com as suas verdades pela metade, com o esbracejar contra o que não foi dito e com a aparente incapacidade para admitir o que está escrito. Porque ele sabe e percebe, apenas não admite. A porta fica aberta, mesmo se por lá não passem agora. Foi assim com a pacc criada pela “reitora”.
E nem lhe perguntaram nada sobre o Conselho Local de Directores que, se calhar, será a cedência que ele estará disponível para fazer o os seus parceiros preferenciais para apresentarem como a “grande conquista” que justificará que “mais vale um mau acordo do que nenhum acordo”, como o ministro Costa afirmou, em forma de exo.
Por fim, gostava que o ministro Costa, tão amigo dos professores, não achasse que muitos milhares deles foram hoje a Lisboa porque são mentecaptos e foram ao engano, por causa de mentiras do André Pestana. Se bem percebi, mesmo se não fiz a marcha toda, eles (nós) estão é contra as meias verdade e o ar de sonso do ministro Costa.
Noticiário
“Professores a lutar também estão a ensinar” foi uma das frases de luta mais ouvidas na manifestação de profissionais da educação, em Lisboa, num dia que o STOP, sindicato organizador do protesto, considerou ‘histórico”.
Lisboa enche-se de professores que se sentem depreciados e que não se revêem nas lutas de galos entre sindicatos
“Professores a lutar também estão a ensinar”. Docentes manifestam-se em Lisboa
O líder do Stop diz-se surpreendido com a adesão à manifestação de professores. Pré-avisos de greve mantêm-se. Encontro nacional marcado para 27 de Dezembro.
Grupo de docentes nasceu nas redes sociais e, em apenas dois meses, angariou mais de 25 mil professores. Dizem não ser contra os sindicatos, mas não estão diretamente ligados a nenhum. São “defensoras da escola pública” e garantem não parar enquanto não forem ouvidos pelo Governo.
“Não somos escravos”. Milhares de professores protestam nas ruas de Lisboa
Do Marquês ao Parlamento, milhares de professores juntam-se num dos maiores protestos de sempre
A Despedida
O ministro… e o resto. Por ele, era já… para as europas, desejavelmente.
Vídeo do Agrupamento de Escolas a Sudoeste de Odivelas.
Afinal, Ainda Há Sangue Na Guelra (Em Actualização)
Gente de muitas “guardas”, antigas e novas. Gente que em 2008 ainda não leccionava e gente que já então tinha calos. Não sei fazer cálculos a olho, mas muitos milhares, há quem fale em cerca de 20.000 (ou mais, não consigo avaliar com rigor). Alguns de nós a ter uma sensação de déja vu em relação a 15 de Novembro de 2008, quando um conjunto de movimentos independentes de professores promoveu uma manifestação com o mesmo trajecto (espreitem aqui, aqui, e especialmente aqui, os que já não se lembram ou não lá estiveram).
Mas hoje, o tempo ajudou e o Marquês voltou a ser ponto de partida para uma caminhada a que alguns já estarão arrependidos de não se ter associado, nem que fosse de forma discreta e com a devida aproximação diplomática. Há, realmente, quem funcione com um lastimável delay, talvez por causa da humidade no chip.
Fotos cá da casa, do Ricardo Silva, Vitor Carvalho, da Maria Moniz, Ana Mascarenhas, Anabela Magalhães, Henrique Faria, Helena Pereira, Cristina Cruz, Ana Silva, Lurdes Pereira, Maria João Cruz, Isabel Cluny… (em actualização, conforme as vou acrescentando). Isto não vai propriamente numa sequência muito lógica, mas isso fica para depois.