Dia: 22 de Dezembro, 2022
Aos Poucos, Lá Por Fora
Em busca de hard evidence. E sem ser com petizes de 2º ou 5º ano.
Online GCSEs ‘by 2025’, as AQA launches major pilot
Up to 2,500 secondary school students from between 60 and 100 schools will trial online GCSEs
(…) AQA wants ‘pragmatic hard evidence’
E já agora, por onde anda isto?
A nine-month trial of “digital progression tests” in 16 countries, involving 1,500 students and 120 teachers, has just been completed.
A Municipalização Como Imposição De Soluções Únicas (Em Nome Da “Autonomia” Das Escolas, Claro!)
Há uns dias publiquei um post em que não identificava a escola, mas era deste concelho, tão belamente dirigido pela socialista que é irmã da Maria de Medeiros.
Por decisão da Câmara Municipal de Almada, todas as escolas do concelho de Almada vão passar a utilizar o software INOVAR, plataforma de gestão de alunos, serviços administrativos, refeitório, bar, reprografia do Agrupamento.
Como o contrato com a empresa JPM, responsável pelo software GIAE, vai terminar no final de dezembro do corrente ano, a partir de janeiro de 2023 passarão todos os docentes a utilizar a plataforma digital INOVAR.
Para familiarização com esta nova aplicação informática, irá realizar-se no próximo dia 28 de dezembro, de manhã, em horário a definir pela direção, uma ação de formação online de 2 horas, orientada por formadores do consórcio denominado de CTTSE&INOVAR&EDUBOX, entidade responsável pela implementação do sistema INOVAR.
A direção irá remeter a todos os professores informação pormenorizada sobre este assunto.”
5ª Feira
A deriva para o digital nas provas de aferição não me levanta problemas por ser o “digital”, ao qual recorro há muito tempo, em termos de investigação desde o início dos anos 90 quando o grupo de trabalho em que me inseria informatizou os dados das viagens e naufrágios da Carreira da Índia e mais tarde o movimento do porto de Lisboa no fim do século XVIII-início do século XIX. Em sala de aula uso-o há tempo suficiente para ter ouvido, durante anos, algumas críticas em surdina por andar sempre a mudar as minhas turmas de sala, para terem a possibilidade de mexer semanalmente nos computadores desde o 5º ano.
O “digital” não me incomoda em si mesmo, apenas me incomodando quando é apresentado como praticamente a única via para o futuro, desde tenra idade, sem que exista o cuidado de não se perderem competências ao nível da motricidade fina, da capacidade de escrever e compreender textos em letra cursiva ou elaborar parágrafos e textos com lógica e sequência sem “muletas”.
Por isso e não só, porque há muito tempo que defendo que, a existirem provas de avaliação externa, devem ter uma estrutura que torne comparáveis os resultados ao longo do tempo, em séries longas, sem “cortes” resultantes de mudanças significativas dos programas, das “aprendizagens” tidas como “essenciais” ou da própria estrutura das provas, só posso estar de acordo com o grupo de “peritos” (embora esteja lá a minha “adorada economista Peralta que de perita em Educação tem muito pouco, para além das ligações académicas) que “Os instrumentos de avaliação devem ser melhorados e as provas de aferição ou exames (elaborados pelo Instituto de Avaliação Educativa, IAVE) devem ter um grupo de “perguntas âncora” que permita comparar a evolução dos alunos de ano para ano“. Porque só assim poderão ter alguma utilidade, para além de oportunismos políticos ou para legitimar necessidades de formação ou alteração de programas, a cada triénio.
Sim, há que evoluir, há que mudar, mas essa “evolução” e a consequente “mudança” não devem estar apenas ao serviço de umas ideias vagas e pseudo.modernaçãs sobre a “Educação no século XXI”, expressão que ouço com crescente conteúdo demagógico, há mais de 30 anos, quase 25 deles já dentro do século em causa.
Entretanto, também surge, na mesma página do JN de ontem uma referência a um estudo sobre o “bem estar” e a “saúde psicológica” de alunos e professores. Três notas breves sobre um assunto bem mais importante do que o espaço que tem merecido.
- A proporção de professores em sofrimento nas escolas é muito superior à dos alunos.
- Esse sofrimento não se resolve com “formações” que apenas pretendem que as pessoas lidem com o que as faz sofrer, em vez de combater o que as faz sofrer.
- As causas desse sofrimento são por demais conhecidas e só muita má fé ou estupidez dos decisores políticos pode justificar que aleguem desconhecê-las e quais as soluções, muito claras, para as reduzir.