Olhó Estudo Da Treta Fresquinho!

Desta vez pela mão da Leya. È bom sublinhar que em nenhuma passagem do inquérito existe qualquer tipo de mecanismo de verificação da fiabilidade dos dados inseridos, pelo que qualquer pessoa pode preencher aquilo como professor@ ou alun@. Apesar disso, haverá especialistas sorridentes a analisar e comentar os resultados.

A “felicidade” tornou-se um negócio tão atractivo que até desviou do caminho quem tinha aparecido a defender uma ordem dos professores e agora mal fala nisso, de tão feliz com o novo rumo.

Caro/a professor/a,

O presente questionário inscreve-se no estudo sobre a felicidade nas escolas portuguesas, sendo realizado pela Escola Amiga da Criança.

Pretendemos conhecer a sua perceção sobre a sua felicidade no contexto da escola e na relação com os seus alunos, c olegas e família.

Solicitamos a sua colaboração no preenchimento deste questionário. Estimamos que o seu preenchimento demore cerca de 8 minutos.

As respostas são facultativas, anónimas e confidenciais, servindo apenas para efeitos de investigação.

Caso esteja a lecionar em várias escolas, deve ter como referência a escola na qual tem mais tempo letivo atribuído.

A sua colaboração é muito importante.

Para qualquer dúvida ou esclarecimento adicional, pode p.f. contactar o seguinte email: escolaamigadacrianca@gmail.com

 Agradecemos, desde já, a sua colaboração. 

Como Retocar A História

Fazendo desaparecer certos “pormaiores” da narrativa. Reparem como o super-neste-caso-máriozinho reescreve as coisas que se passaram em dezembro. Não sendo eu filiado em qualquer sindicato, não gosto, contudo, de ler apagamentos de protagonistas, à moda estalinista.

Este ano a luta começou apenas em dezembro?

A primeira de maior visibilidade foi em 4 de outubro, com centenas de professores junto à Assembleia da República. Passou por inúmeras reuniões em escolas, plenários, vigílias, duas greves em novembro, em 2 e 18, nova concentração junto ao Parlamento na primeira greve, muitas iniciativas em escolas por iniciativa dos professores, presença de muitos docentes em Lisboa em 17 de dezembro, assinatura de abaixo-assinados como há muito não acontecia ou tomada de posição em reuniões dos órgãos das escolas.

As respostas continuam num tom que nem sempre pressagia o melhor, porque é uma tentativa óbvia de ocupar o centro do palco e apagar as luzes sobre qualquer “concorrência”. Mesmo quando tem razão em algumas coisas, a impressão geral é a de que se sente o ddt em matéria de sindicalismo docente, não percebendo que ao fazer isso, se assume como responsável por 15 anos negros para a classe docente.

A FENPROF recusa a união com algumas organizações sindicais?

A FENPROF privilegia a unidade, desde logo nas escolas, mas também entre as organizações. Mas é difícil unir-se a quem a convida e, simultaneamente, promove campanhas de descredibilização da FENPROF e dos seus dirigentes. Campanhas com acusações sobre inexistentes acordos por debaixo da mesa, alegadas traições aos professores, insinuações de os seus dirigentes beneficiarem de privilégios, apelos à dessindicalização dos sindicatos da FENPROF. Quem age desta forma não quer união e só usa essa alegada pretensão como forma de propaganda enganosa.

(…)

Há interesses escondidos por detrás das mais recentes movimentações dos professores?

No que respeita aos professores, o interesse é só um: defender os seus legítimos direitos, reclamar os seus justos anseios e valorizar a profissão. Se outros se querem aproveitar do seu descontentamento, isso cabe a cada um inferir. Por exemplo, há quem interprete o silêncio do ME e do PS como interesse em elevar o protesto dos pais para mexer na lei da greve ou para esgotar os professores agora, dificultando a sua mobilização quando for necessária; há quem ache nada inocente a colagem de Moedas ao protesto, as simpáticas palavras de comentadores da direita ou o artigo da autarca do PPD/PSD (partido anti-sistema?) advogando o princípio do fim dos sindicatos do sistema; há quem tenha reparado nas imagens da atual líder do MAS à frente de escolas… também não é despiciendo o envolvimento de pessoas tocadas por ressabiamentos passados ou por ofícios presentes. Portanto, não são os professores que se movem por interesses alheios aos seus, quando muito são esses que cavalgam os dos professores.

Só um detalhe… o Gil Garcia é professor e a Renata Cambra também é professora. Já em outras ocasiões tivemos líderes partidários e meter-se no meio e à frente dos professores que nunca o foram. Alguns, pela mão de quem agora se queixa.

Calma, Foi Tudo, Por Certo, “Legal”

Caso não soubessem isso, nem sequer haveria este “perdido”. Logo, este dois que têm uma longa e reconhecida prática de distribuição de “favores “agrados” por clientelas e famílias.

São mais quatro anos, pensam que não aguentam(os)? Ai, aguentam(os), aguentam(os)!

Medina e Pedro Nuno pedem explicações à TAP sobre indemnização a governante

2ª Feira

Uma semana para tentar esquecer a parte má do resto do ano, procurar limpar a cabeça e afastar as intromissões abusivas no merecido descanso.

Por outro lado, há quem precise muito de (re)pensar o que pretende fazer nos próximos tempos, se os orgulhos de grupo ou facção se devem sobrepor aos interesses da larga maioria. Falo, como é óbvio das três vias que existem neste momento no sindicalismo docente, com a fne a alhear-se por completo da contestação, nem sequer se dando ao trabalho de usar qualquer argumentação decente, os “8” (que parecem querer manter a designação de “plataforma sindical”) a tentar recuperar tempo perdido e que nos esqueçamos que andaram algum tempo mais interessado em desacreditar colegas do que a combater as medidas do ME de forma consequente, e o s.to.p a ter de lidar com o sucesso, o que é tantas vezes tão difícil quanto gerir o fracasso, porque de repente as vaidades crescem, crescem.

Se compreendo, sem grande dificuldade, que os antagonismos pessoais individuais são muito complicados de ultrapassar (tenho a minha conta deles), já me parecem mais estranhos os “institucionais”. Se o Zézinho não gosta do Jaquinzinho, então metam o Luisinho a falar com o Huguinho, ok? Porque me impressionam muito os “colectivos” que parecem ter uma única cabeça falante que conta. è complicado criticar modelos de gestão unipessoal, quando temos organizações sindicais que funcionam, na prática, quase do mesmo modo, apesar de tudo o que se sabe sobre as confusões de bastidores.

Janeiro vai ser um mês fundamental para se perceber se isto é novo 2008 na mobilização e no entusiasmo, mas se também se vão repetir os erros de então. O ministro já se apropriou da ideia de quem “um mau acordo é melhor do que nenhum acordo”, mas que desta vez o “mau acordo” não seja, pela enésima vez, para o lado dos professores e que exista a capacidade de resistir á tentação de clamar “o acordo é meu!” porque ele acaba por implicar-nos a todos, mesmo a quem se sente bem como as coisas estão (e também não são assim tão poucos, temos de o reconhecer).

Tenho uma ideia do que o ME estará disposto a deixar “cair”, para que os “8” clamem que conseguiram um “bom acordo”, mas no fundo será apenas o não avançar com alguma das suas propostas e não ceder absolutamente nada do que ficou por reverter. Um “bom acordo” nunca poderá ser apenas impedir um par de coisas para o futuro. Isso nem empate se poderá considerar, porque significaria que se tinha agarrado no barro todo que o ministro Costa atirou à parede, sem perceber que algum já era para cair desde o primeiro momento. Não se pode ir na conversa sonsa de que já se fez tudo o que se poderia fazer em matéria de modelo de gestão e de carreira (basta ver toda a “folga” orçamental que acumularam à custa de uma versão diferente dos cortes salariais, que é o aumento da carga fiscal), porque é mentira.

De nada adiante pedir estudos sobre o “bem estar” docente e andar a vender formações para anestesiar o descontentamento, se é para manter o que provocou o desânimo, infelicidade e crescente revolta. Se o o governo da maioria não quer ceder, porque acha que tem contas a ajustar com os professores de há 15 anos para cá e até ganha votos coma firmeza, mais vale acordo nenhum, porque se avançarem por certos caminhos, haverá forma de organizar guerrilhas a nível local ou regional, assim alguns sindicatos aprendam a rever o seu método de funcionamento e o apoio aos professores em cada comunidade educativa mais ou menos alargada.

Se o ME se sente seguro pois a sua equipa tem um passado de ligação a certos sindicatos ou afinidade afectiva com forças partidárias mais “radicais” (o que explica a longa pasmaceira vivida durante a “geringonça”) é indispensável que lhes seja retirada essa sensação de conforto, de que mais tarde ou mais cedo os “parceiros preferenciais” se sentarão e assinarão o tal acordo de conveniência.

Por tudo isto, esta deveria ser uma semana de reflexão a sério para todos os que têm mesmo interesse em “escolas felizes”, onde os alunos gostem de estar e os professores de trabalhar. Em vez de encenarem umas parvoeiras, em troca de uns tostões mal contados. Em vez de alguns estarem a pensar que, no fundo, até podem estar a lutar por um futuro longe das salas de aula, como outros conseguiram. Em vez de se sentirem algo diferente de “professor@s”, porque disso já vimos muito e depois não se queixem se forem apontados a dedo.