(c) Antero Valério
Dia: 15 de Janeiro, 2023
Mas O Ministro Costa Não Disse 6ª Feira Que Respeitava Muito Os Sindicatos E Que Só Apresentaria As Suas Propostas Em Primeiro Lugar Aos Ditos Cujos?
Ou mentiu na 6ª feira ou está a mentir agora. Ou perdeu o respeito pelos sindicatos no fim de semana, mesmo pelos que não se aliaram aos professores e foram “responsáveis” e “previsíveis”..
E não é isto uma das consequências da norma-travão? Mais ou menos, coisa e tal? Seja como for… a verdade foi pelo cano, em busca de obter efeito sobre a greve que continua amanhã. Palavras para quê? É um pinóquio português. Só falta virem os directores do JN e Público, aplaudir, em reboliço e genuflexão.
Governo quer vincular professores ao fim de três anos a contrato
Diminuir o tamanho das áreas em que os professores se têm de deslocar para dar aulas é outra ideia que o Ministério da Educação levará esta semana para negociações com sindicatos.
Ontem Vi
Onde se lê “professores”, pode e até se deve ler “professores e… pessoal não docente, encarregad@s de educação, etc”, claro.
Ontem vi o Sol.
Vi um vale cheio de neblina.
Vi professores esperando um autocarro e a resistirem ao frio, eram 8 horas e 30 minutos.
Vi professores a montarem mesas e a colocarem toalhas.
Vi grupos de professores a partilharem merendas.
Vi professores a custear o preço do autocarro.
Vi professores a comprarem camisolas.
Vi professores a sentirem-se doentes na viagem.
Vi polícias a revistarem mochilas e a fazerem lembrar outras polícias da defesa do estado.
Vi filas para tomar um café.
Vi filas para ir a casas de banho.
Vi um mar de gente a olhar o leão.
Vi um marquês metálico arrependido por ter destruído a escola no século XVIII.
Vi professores.
Vi professores.
Vi professores.
Vi Santana Castilho ser aplaudido e ser mais solicitado para selfies do que marcelo.
Vi poucos professores com menos de 30.
Vi poucos professores com menos de 40.
Vi professores aposentados.
Vi professores do 10º escalão.
Vi professores com 65 anos.
Vi nonagenários que se orgulham de terem sido alunos.
Vi professores em cadeiras de rodas.
Vi professores a empurrar carrinhos de bebé.
Vi estrangeiros em varandas de hotéis a desfraldar lençóis e toalhas brancas.
Vi milhares de professores de preto.
Vi um inválido a praguejar por ganhar apenas 300 euros de pensão.
Vi carros a fazerem inversão de marcha.
Vi transeuntes a aplaudirem.
Não vi os deputados comunistas em frente ao Hotel Vitória.
Vi jovens embriagados nos passeios, outros drogados, outros com olhar de admiração.
Vi a noite cair.
Vi a Rua do Ouro ainda cheia e muitos professores já a subirem a Rua Augusta.
Vi a Praça do Comércio cheia.
Vi milhares de professores a correrem na Avenida Infante Dom Henrique para chegarem a tempo aos autocarros.
Vi milhares de professores que não conseguiram ouvir os discursos devido aos horários dos transportes.
Vi o problema atual do país: a falta de perceção.
Vi que o povo português não tem a perceção de ser governado por uma casta política medíocre, incompetente e corrupta.
Vi a casta política medíocre, incompetente e corrupta que governa a não ter a perceção de estar a destruir a escola pública.
Vi o orgulho pela jornada.
Vi autocarros onde se cantava.
Vi mais filas.
Vi professores que sentiam o dever cumprido e prontos para mais manifestações e greves.
Vi à saída do autocarro os veículos cheios de geada, eram 23 horas.
Vi a conjugação verbal do momento: HABITUEM-SE.
Vi muitos professores que podem dizer
Ontem não vi os meus filhos acordados.
CF
(foto sacada do mural da Lourdes P. Costa)
A Marcha Dos “300” Do “Jornalista” Rafael Barbosa – 2
Desculpem não colocar a autoria de todas as fotos. Vou ressalvar as do Carlos Saraiva (que ficou ali bem à vista) e a da Anabela Magalhães, que é aquela tirada atrás do púlpito.










Deviam Ter Informado O “Jornalista” Rafael Barbosa Que Eram 454
A vir só do Porto em 10 autocarros. Lá do cadeirão, no gabinete, não deve ver a janela.
E depois, houve mais umas quantas almas pedidas, a virem por aí abaixo (Águas Santas, Aveiro, Famalicão, Felgueiras, nas fotos abaixo), mas não devem ter chegado a 500, até porque estou a repetir algumas fotos de ontem.






Actualizado
O post do pessoal da Mouzinho, com fotos do pessoal do 1º ciclo, ficando outras em arquivo.
O Último Truque
Circula de forma apócrifa, a “ameaça” de que quem fizer greve na 2ª feira, terá direito a 3 dias de perda de salário. Para além de ser perfeitamente disparatado, em especial se a pessoa deu aulas no último dia lectivo da semana passada, era capaz de terminar muito mal para quem mandasse marcar tal falta. Embora eu também saiba de escolas onde se mandou uma única funcionária ir controlar vários blocos e marcar falta se não visse lá professores, existissem alunos ou não para dar aulas.
Mas há gente mais papista que o Papa Costa, o segundo dos que estão em exercício, pelo que já pouco me espanta, em especial se pedirem parecer àquele antigo chefe de gabinete do engenheiro dominical. Embora aposte em manobra de desinformação, para tentarem dizer que, afinal, na 2ª feira, tudo estará pacificado.
Testemunhos – Sílvia Marques
Reflexão sobre o dia de ontem
Estive ontem, na marcha pela educação, em Lisboa. Também estive em 2008. Tal como estive, em 2013, no Porto (contra a TROIKA).
Foi uma manifestação bonita, emocionante. Um mar de gente, de todo o país.
Enquanto íamos percorrendo a A1 percebíamos que os autocarros cheios de professores eram às centenas. Vimos também muitos automóveis com cartazes (provavelmente professores que já não conseguiram lugar nos autocarros.
Mas esta manifestação foi, efetivamente, diferente de todas as outras. Os professores não foram agentes passivos. Fomos nós que, em cada escola, organizamos a ida a Lisboa. Contratamos os autocarros e pagamos a viagem. E foi assim em todas as escolas, em todo o país. Esta manifestação foi organizada pela base da pirâmide. Os sindicatos tiveram de vir atrás dos professores.
Vi também vários diretores de agrupamentos na manifestação, acompanhados pelas suas equipas. Sim, porque os diretores também são professores.
Na manifestação, não se viam bandeiras de sindicatos, viam-se cartazes feitos em casa, onde se expressavam os sentimentos dos professores. Muitos bem originais: Um que dizia “sou escuteiro a sério”, outro com “Não vamos parar, habituem-se”, são só dois exemplos.
A manifestação de ontem foi o culminar da expressão do sentimento que se vive nas salas de professores das escolas. Um sentimento de indignação em relação ao que se vai passando no país, de revolta pelo desprezo com que somos tratados pela tutela. Mas, desta vez, os professores não se conformam, não se resignam. E quanto mais o ministro riposta, mais fortes e unidos estamos.
Tinha uma enorme consideração pelo Doutor João Costa. Estive em muitas reuniões com ele enquanto secretário de estado (enquanto fui diretora de um agrupamento). Achava que ele é que devia ser o Ministro. Fiquei feliz quando passou a sê-lo. Mandei-lhe, inclusivamente, uma mensagem a congratulá-lo.
Mas, tem sido uma deceção. Foi preciso os professores estarem em greve há quase um mês para ele marcar uma reunião. Onde está a proximidade e a compreensão com os docentes? No tempo da pandemia eram só agradecimentos aos professores, que revolucionaram a escola (e as suas vidas) para chegar a casa de todos os alunos e não deixar ninguém para trás. Onde está esse reconhecimento?
Será que a tutela acha que acalma os ânimos e a revolta dos professores quando manda parar os autocarros para lhes revistar as mochilas? Somos professores, não somos arruaceiros. Na bagagem levávamos o desânimo e desalento pela forma como temos sido tratados, bem como alguma esperança pela mudança… e umas sandes.
Será que a tutela acha que acalma os ânimos e a revolta dos professores quando questiona a legalidade da greve? O 25 de abril deu-nos esse direito inquestionável. Só se fala nesse assunto agora, porque a greve dos professores está a fazer mossa.
Será que a tutela acha que acalma os ânimos e a revolta dos professores quando na Madeira e nos Açores o tempo de serviço foi integralmente contabilizado para efeitos de progressão na carreira e no continente não foi? Será que a tutela acha que acalma os ânimos e a revolta dos professores não eliminando as vagas de acesso ao 5º e 7º escalões?
Será que a tutela acha que acalma os ânimos e a revolta dos professores enquanto os concursos de professores não forem feitos apenas pela graduação profissional, eliminando de vez as prioridades?
Será que a tutela acha que acalma os ânimos e a revolta dos professores enquanto a Mobilidade por Doença for feita nos moldes em que foi este ano letivo? A redução da dimensão dos QZP é apenas a ponta do icebergue. Estamos a lutar por muito mais do que isso. No entanto, parece que a tutela não quer ver isso. Parece estar em negação.
Deve ser assim que se sentem os condutores que vão em contramão nas autoestradas. Pela sua perceção só eles é que estão certos e todos os outros estão errados. É isto. É um erro de perceção.
A democracia começa na escola. Não há escola sem professores. Vamos lutar pela democracia.
Escrevi mais do que o que tencionava, mas o texto foi fluindo. Há dias assim.
Sílvia Marques
Professora de Matemática
Como 300 Criaturas Sem Ética Andam A Enganar Toda A Gente, Menos Umas Pessoas Cheias De Ética Bissexta
Sondagem: Maioria dos portugueses concorda e apoia greve dos professores
(…) Numa sondagem da Intercampus para o jornal Correio da Manhã, 60% dos inquiridos dizem concordar com os protestos e apoiar a “luta” dos professores.
No dia em que os professores voltam a manifestar-se nas ruas de Lisboa, uma sondagem da Intercampus para o Correio da Manhã revela que a maioria dos portugueses (60%) está ao lado da classe docente e concorda com as greves em curso. Já 31,4 % dos inquiridos afirmam não concordar com as paralisações que duram desde o início de dezembro. A sondagem revela ainda que metade dos docentes (49,1%) acha que o ministro da Educação tem piorado a situação da Educação em Portugal. Apenas 12,6% dos inquiridos consideram que João Costa melhorou a situação, e 10,6% dizem que a manteve igual. Mais de um quarto das pessoas (27,8%) opta por não responder.
Já sei… o CM é tablóide. Populista, no dizer de algumas iluminações como uma tal doutora Flauzina Pimentel que fica muito desagrada quando me vê na sua televisão de estimação. Talvez porque eu diga que o que andam a querer espalhar, a partir de um nicho parental muito específico, não corresponde à realidade. E por isso serei de “extrema direita”, logo que eu que sei bem de que extremidades certas figurinhas passaram para o “centro-esquerda” com aroma chanel radical.
Nada como o JN ou outros. Jornalismo equilibrado, nada descompensado, como se viu pelo seu director no outro dia, ao entrar da noite.
Já agora, como spreadsheet só tenho muitas saudades da velha A Bola.
Reencontros
Como éramos só 300, era fácil encontrar gente que não se via há muitos anos. Gente de vários momentos da vida… desde a Faculdade à blogosfera (sendo que na foto com o Prudêncio e o Veronesi, a minha postura à torre de Pisa se explica pelo facto do meu pé esquerdo estar a dar sinal de uma fadiga “desproporcional”). Entretanto, acrescentei ainda a foto com o João Esteves que me chegou (!!) da Alemanha.
E foi ainda o momento, aqui não revelado, para que “alimentadores” de há 15 anos do Umbigo ou mais, se conhecerem para além dos “nomes de guerra”. Foi o caso do “Calimero” e do “Livresco” que me forneceram milhares de documentos, entre notícias, imagens e vídeos, ao longo de quase uma década (e mais além).





