Uma Forma De Envenenar Isto Mais…

… seria estar a preparar muito em privado uma espécie de estatuto especial de carreira para @s dirigentes escolares. Pode parecer o contrário, mas estou longe de @s demonizar por atacado, mas esse passo seria a consolidação de uma rotura definitiva em relação ao resto dos professores. Que isso não seja a contrapartida da aceitação do Conselho Local de Directores e respectivas atribuições. Se é verdade que poderia aumentar o controle local dos corpos docentes, garanto que acabaria em guerrilha em muitas zonas do país. E sabemos o quanto isso é absolutamente desnecessário. Se há queixas, façam-nas abertamente e se têm algo a reclamar, como no caso das quotas que também se aplicam aos directores, aliem a vossa ao resto das vozes. Não se coloquem na posição de “corpo especial”. Porque… enfim… fiquemos por aqui.

Errado, Andreia!

Vamos lá colocar as coisas nos seus pontos. O ministro Costa negou ter feito qualquer proposta, apenas tendo apresentado “opiniões”, pelo que não haverá, na realidade, qualquer “cedência”.

Quanto à “autonomia”, ela já existe, não adianta escondê-lo. O senhor do tal teip voltou a contratar a sua cara-metade, apenas com a mudança de assinatura no papelito do concurso. E há tantos meios para fixar quem se quer ao abrigo de “projectos”, que ainda me consegue espantar a repetição de chavões em quem eu sei que sabe mais do que isso.

Mas o mais complicado é continuar a não ver o óbvio: não são os sindicatos que estão contra, são os professores, a partir da base.

Ao fim de todos estes anos, insistir neste mesmo erro, é capaz de ser razão para medidas adicionais, quiçá selectivas, ao abrigo do 54. Ou é um teimoso “erro de percepção”.

Uma cedência já foi feita. O executivo abdicou de uma medida que existe em vários países, mas que nenhum ministro da Educação em Portugal ousara debater: dar às escolas alguma autonomia para escolher uma parte dos professores. Os sindicatos são contra e o ministro João Costa acabou a dizer que “não se pode impor reformas às pessoas”, e que “não se está em processos negociais de boa-fé sem atender às posições quase unanimemente manifestadas”.

O parágrafo abaixo também enferma de demasiadas concepções baralhadas… mas eu já estou cansado de tentar explicar o óbvio e, ao contrário de certas teses, torna-se muito difícil fazê-lo a quem entranhou uma crença contrária. Não foi por falta de falar directamente com a Andreia sobre isto. Até a questão das quotas ela esqueceu e carece de explicação que o André Pestana, contratado há tanto tempo, tenha alegadamente esquecido a questão da “precariedade”. Para informar, a comunicação social deve informar-se devidamente. Como podemos pedir verificação de factos, se quem tem, em primeira instância, essa obrigação, parte para um assunto de modo enviesado?

Hoje, é essa a exigência [recuperação do tempo de serviço congelado] que une todos os sindicatos. A força dos protestos ressuscitou-a. O tema da precariedade tenderá a perder força com as 10.500 entradas no quadro; a proposta de reduzir a dimensão dos quadros de zona pedagógica apresentada esta semana é do mais elementar bom senso e ninguém a contesta; o concurso já não é assunto. É a recuperação integral do tempo de serviço. Que, recorde-se, chegou a ser aprovada por uma coligação negativa em 2019, mas caiu quando António Costa ameaçou demitir-se.