Dia: 29 de Janeiro, 2023
Avaliações Semestrais
Ontem, Por Lisboa
Parte da reportagem do H. Faria.












De Volta A 6ª Feira – Pela Maia
Material em atraso, que merece recuperação.


Opiniões – Maria Barros
A Propósito de Mínimos e Atentados ao Direito à Greve
Então, agora que foram impostos os serviços mínimos, os diretores não lutam também pela qualidade da escola?
Acham que isto agora está uma “bandalheira” para eles resolverem?!
Os diretores prestaram-se a ser pau para toda a obra desde o tempo de Maria de Lurdes Rodrigues.
Estiveram na linha da frente ao longo de anos a vergar professores: vergonhosamente, tantas vezes!
Não vale a desculpa de que alguém tinha de gerir… Era óbvia, desde o início, a vossa função.
Gostaram do cheiro a poder e de dominar os Zecos, não foi? Vá, sejam francos e confessem-no de uma vez!
Agora apenas se abriu os olhos e com força se está a fazer aquilo que vocês nunca tiveram coragem de fazer: mostrar o que está errado e lutar para repor a dignidade que um professor merece.
Isto não é bandalheira, os professores estão numa acção terapeutica urgente e salvadora!
Um professor tem que ter autonomia e precisa de ser um livre pensador para ensinar com esperança e fora de formatações!
Não somos esparguete demolhado, mas também tivemos algumas culpas, apesar de a máquina trituradora de professores ser demasiado pesada para quem diariamente ensina, faz grelhas e anda a toque de campainha!
Deixamos que nos colocassem a ser polícias uns dos outros, quando quebraram a cumplicidade professor aluno. Deixamos que substituíssem arte, história e filosofia por coisa nenhuma e que cortassem as asas a quem quer aprender a pensar. Deixamos que nos obrigassem a fazer de conta que os alunos sabiam (para estatístico ver). Deixamos que nos demovessem de fazer conselhos disciplinares sempre que necessários. Deixamo-nos entrar na farsa inclusiva. Deixamos que o autarca, o talhante e o amigo mandassem na escola. Deixamos diretores à rédea solta e agora como controladores de serviços mínimos, ou ainda serão professores?
Deixamos que os ideólogos Maia, flexibilização e pseudo inclusão nos fizessem lavagem cerebral e enchessem os bolsos vendendo cartilhas para totós, pagando com os nossos impostos o tempo de antena para Arianas, Domingos Fernandes e todas a Santíssimas Trindades de governos desgovernantes. Deixamos que ministras e ministros nos sujassem e que a opinião pública nos transformasse em meros guardadores de gado prontos a ser espremidos.
Deixamos que nos desconsiderassem tanto ao ponto de, com laivos totalitários, nos imporem serviços mínimos a tentar esmagar o historicamente e sofridamente conquistado Direito à Greve. Deixamo-nos enganar por linguarejar jurídico e falácias mentirosas. Felizmente ainda tivemos lucidez suficiente para afastar categoricamente os extremistas que até se foram infiltrando pontualmente nas forças de segurança!
Portanto, estamos vivos e
É tempo de dizer com orgulho e liberdade: – Eu sou professor, eu sou o futuro!
Vamos fazê-lo com persistência, organização e método, como é suposto num Professor!
Maria Barros
Venham-me Dizer Que Isto Não É Tratamento Discriminatório
A Ler – Carlos Ceia
Autopsicografia do professor português
(…) O professor português não é um fingidor e sente todas as suas dores. Mais, tem de gerir as dores de todos à sua volta diariamente, substituindo tantas vezes aqueles que tinham a responsabilidade de cuidar dos afectos dos seus alunos. Hoje, tudo se pede a um professor, pede-se-lhe a responsabilidade total de educação de um jovem, embora seja pago apenas para ensinar, por isso, reconhecer que os professores estejam cansados, supremissimamente cansados, devia ser suficiente para reconhecer que o seu protesto de classe é justo. Os professores portugueses mereciam outro país.
Cartaz Para Dia 2
Ontem, Pela CNN Portugal
Agora a versão sem tutorial e apenas com o cursor a passear ali por cima e mais esta ou aquela anomalia.
O “Super-Mário” Já Não Dá Duas Seguidas De Jeito
Depois de uma intervenção concisa e resistindo a reagir a provocações na RTP, durante a semana, espraiou-se na entrevista à TSF e JN e, já se sabe, em modelo longo, é quase impossível que não entre pelos disparates. Claro que se quer mostrar “responsável” e retribuir a simpatia do ministro Costa e do governo em respeitar as suas greves previsíveis e típicas, aquilo que levou ao seu descrédito em grande parte da classe docente que o vê como mais uma peça do “sistema” do que num verdadeiro representante dos anseios daqueles com quem não partilha o quotidiano há tanto tempo quanto aquele que levo de docência.
Estas são daquelas declarações perfeitamente evitáveis neste momento. A “responsabilidade” exibida no contexto de um sindicalismo burguês acomodado não tem correspondência na evidente irresponsabilidade exibida de forma a agravar clivagens pré-existentes.
Parafraseando alguém do passado, há que ajudar o Mário Nogueira a terminar o seu mandato com alguma dignidade, acrescentando eu que é aquela que o próprio coloca em causa ao não saber elevar-se acima das circunstâncias.
André Pestana, do S.TO.P., sublinha nos seus discursos que faz um novo sindicalismo, independente de ideologias ou de agendas de partidos, também com muito peso nas redes sociais. A Fenprof e os seus associados devem adaptar-se a uma nova realidade?
O sindicalismo dos professores é feito pelos professores. Se me disser que o novo sindicalismo passa por marcar uma greve por tempo indeterminado, mas, afinal, ela é apenas uma hora hoje ou duas amanhã, essa não é a nossa forma de luta. Se me disser que o novo sindicalismo passa por levar assistentes operacionais a fazer a greve para serem eles a fechar as escolas, apesar de a luta ser dos professores, não fazemos isso.
Admite que isso aconteceu, que houve alguma instrumentalização dos assistentes operacionais?
Eu não admito nem deixo de admitir, eu só digo e não uso as redes sociais, isso é o que me fazem chegar das redes sociais. De resto, não tenho de fazer julgamento da forma como os outros atuam. Há uma coisa que eu sei: nós não atuamos assim.
Não vale tudo para atingir os fins.
Exatamente. E quando nos chamam sindicato do sistema, até costumo dizer que somos, sim. Somos um sindicato do sistema democrático. E este sistema democrático e esta sociedade democrática levaram muitos sindicalistas à prisão antes do 25 de Abril, para que nós, hoje em democracia, possamos ser corretos e agir no quadro da ordem democrática. E é assim que os professores querem agir.