A Inclusão (Ou Não), Com Os Serviços Mínimos

As declarações do secretário de estado da educação deixaram-me baralhada ou talvez não!!!

Qualquer coisa como: “… o que nós consideramos ser os Serviços Mínimos e que realmente era dar resposta aos mais frágeis das nossas escolas e o sindicato não foi sensível (e ainda bem!) não é a nós é aos alunos mais frágeis” e eu acrescentaria que, coitadinhos têm sido tão mal tratadinhos pelos professores!

A mensagem que ele passou contraria não só o direito à greve, como o conceito de inclusão. 

Pensa comigo pf.

SE:

– os alunos, a partir do dec lei 3/2008 deixaram de poder ser encaminhados para instituições de educação especial para passarem a estar na escola todo o período de ensino básico.

E SE:

– com a aprovação do dec lei 54/2018, passou a haver a intenção/obrigação de TODOS os alunos (mesmo os mais graves) frequentarem a turma.

ENTÃO:

Com os SM, voltamos ao dec lei 319/2019!

Será melhor abrirem de novo as instituições de EE.

Ah, desculpa, lembrei-me… fica mais caro!

ESTES ROMANOS ESTÃO LOUCOS!!!

FR

Pistas

Do pouco que ontem saiu da reunião negocial, uma coisa ficou clara: o ME não abdica do seu Conselho Local de Directores, com poderes de alocação dos professores de todas as condições e vínculos, de contratado em substituição a jurássico professor de carreira, mais ou menos perto do mítico “topo”. Esta insistência, mais do que descentralização, autonomia ou seja o que for, significa um acréscimo de funções para @s senhor@s director@s que já há algum tempo – em muitos caso de forma justa, em outros, nem tanto assim, bastando optarem por equipas com delegação de funções bem repartidas -,se queixam de muito trabalho para escassa remuneração. Até dada altura, há uns bons meses quando as informações começaram a rarear e algumas fontes ficaram subitamente secas ou com muitos problemas em abrir a torneira, o que eu ouvia era “pensas que vou aceitar mais trabalho, sem nada em troca?” Mas depois, quase todas se calaram, apenas ficando o rasto do que seria o quid pro quo. Três possibilidades, não estando fora de cogitação e desejo que fossem algumas em acumulação: uma carreira própria para “dirigentes escolares”; uma revisão do sistema de avaliação de desempenho desses mesmos dirigentes, para que não fiquem encravados como qualquer professorzeco em listas ou que os subs não tenham de vir sacar vagas de “mérito” ao regime geral; um aumento dos suplementos remuneratórios.

Medidas dirigidas, muito em especial, para a “nova vaga” de lideranças, agora que muitas das antigas foram embora ou estão quase, por limite de idade. Para o pessoal que fez cursos online à pressa ou outros mais presenciais, mas que andam nos quarentas, cinquentas, e querem outra coisa que não a carreira normal de professor e aulas de hora em hora, que o amor pela petizada tem limites e há quem ache que presta melhor “serviço público” a “gerir” a coisa, fruto de competências, quantas vezes, só do conhecimento d@s própri@s. E eu acredito que nada disto tenha sido vagamente formalizado, porque não desconheço como isto se faz com maior eficácia, porque não melhor sedução do que aquela que apresenta a tentação como algo exclusivo, fora dos olhares públicos, antes de ser possível apresentar a consumação, de acto consumado.

Sim, podem dizer-me que de nada sabem. Podem garantir que a si, gente mais pura que a pureza, tal proposta nunca chegou. E eu acredito. Como acredito tanto na ingenuidade, como na hipocrisia, para além da sincera ignorância.