Porfírio, O Sonso

Expresso da Meia-Noite com André Pestana e António Carlos Cortez, mas também um tipo com quem é lamentável ter de conviver nestas coisas, completamente armado em sonso e tornando muito penoso o visionamento do programa, em especial depois do AP ter feito uma intervenção pouco crispada e mesmo sorridente, perante a evidente antipatia da jornalista que o inquiriu e cuja expressão facial na sua direcção até um cego entenderia. Quanto à representante do PSD, entalada no seu próprio passado fala no modelo de colocação de professores que colocará professores de Bragança no Algarve e do Algarve em Bragança, como se isso fosse real. Há um claro desinvestimentos dos políticos na inteligência de todos nós, porque seja qual for o modelo, os lugares a preencher não estão em Bragança ou no interior, mas sim nas zonas com maior pressão demográfica. as casas serão caras, com este modelo ou outro, porque se não há professores suficientes na Grande Lisboa, eles terão sempre de vir de outro lado.

Mas, de novo, ver ali o deputado silva, porfírio de nossa desgraça, implica dar um certo nó ao estômago para evitar o refluxo gástrico e o intelecto ofende-se perante tamanha agressão, em especial quando se vê a atitude de completa hipocrisia mansa que agora exibe, quando em outras oportunidades não teve qualquer pejo em ser soez sobre estas matérias.

Mas… afinal, com o avançar do debate surgiu o verdadeiro artista, o que chama mentirosos aos outros quando é ele a mentir, que acusa os outros de não perceberem, quando é ele que retorce as coisas, interrompendo tudo e todos com aquele ar de trauliteiro e ninguém lhe chamou à atenção que ele foi o sem vergonha que assumiu uma resolução a recomendar a recuperação integral do tempo de serviço e depois votou a proposta de lei nesse sentido. senti no ACC um certo incómodo ou acanhamento em colocar o deputado silva no seu insignificante lugar de medíocre aparelhista.

E depois ninguém consegue dizer que a questão das “aprendizagens” é menor, perante o descalabro das reformas curriculares e da avaliação externa. E os “pais” para aqui e ali, numa demagogia que não se suporta mais, como se os professores fossem uma espécie infértil e não tivessem filh@s e net@s.

O Novo Acórdão Dos Serviços “Mínimos”

Que, entre outras coisas, exige a prestação de três tempos lectivos de aulas por dia, por turma, a partir do 2º ciclo, o que é bem acima de qualquer razoabilidade.

Por outro lado, será que isto dá a entender – por muito que possam dizer que tudo isto é distinto e separado – que o parecer da PGR não é bem de acordo com os desejos do ME? Porque se a greve fosse considerada “ilegal”, então não seriam necessários serviços mínimos-máximos.

Volto a dizer… e se isto fosse decretado durante os tempos da troika? Por um governo de “Direita”? O que fariam aqueles que apoiaram o buzinão na ponte?

Opiniões – Mário Rodrigues

Aos Pais e Avós

Imaginem um país onde os alunos só fazem exames no 12.º ano, apenas a duas ou a três disciplinas!

Imaginem um país onde acabaram quase todas as provas globais; as que se fazem são facílimas, a pouquíssimas disciplinas, e não contam para a avaliação!

Imaginem um país onde todos os programas foram revogados e substituídos por um resuminho da matéria a que dão o nome de “aprendizagens essenciais”!

Imaginem um país onde o ministro da educação defende o fim da avaliação e o fim do currículo, pondo a circular nas escolas a ideia de que até os testes devem ser substituídos por algo eufemisticamente chamado “instrumentos de recolha de informação”!

Imaginem um país onde a passagem de ano é materialmente obrigatória, onde a avaliação é uma mera formalidade imposta aos professores, que são perseguidos se não passarem todos os alunos!

Num Mundo de feroz competição internacional, imaginem que sucesso real terão os alunos que frequentam este tipo de escola!

Este tipo de escola existe! O nome desse país é Portugal! O seu filho ou o seu neto podem estar a frequentar esta espécie de escola: A Escolinha de Mínimos dos Costas: A escola pública portuguesa actual!

Agora que já sabe isto, pense qual será o futuro do seu filho ou do seu neto!

E faça alguma coisa!

Mário Rui Simões Rodrigues

(Professor com três licenciaturas não bolonhesas, de licença sem vencimento por recusar colaborar na destruição de Portugal, através da Escolinha de Mínimos)

Uma Manifestação Regionalizada

Eu sou um cidadão do mundo, eu cá não me dou bem com regionalismos, excepto no vernáculo. Mesmo se, por mero acaso, até estou a pensar fazer um trajecto até ao spot 9 (foi o Prudêncio que o criou), que é aquele que é dos agora jurássicos desde que eram novinhos, sendo que esse caminho passa por boa parte do pessoal com quem combinei uns encontros e uns cafézezes.

Falta é o horário detalhado para as palavras de ordem, assobios, arrepios, bombalhadas, bimbalhadas e truca-trucas, que isto da espontaneidade pode complicar a previsibilidade da insurreição desarmada.

Mas, Mas, Mas…

… não era para fazermos uma análise holística dos alunos, enquanto indivíduos, na sua integralidade, e seguir o humanista PASEO e não nos preocuparmos com avaliações externas, sejam exames ou outras interferências? Mas agora temos de nos orientar pelo desempenho dos alunos em provas de aferição em que o dito desempenho é catalogado com letrinhas e sínteses descritivas que são tão úteis como um congelador na Antártida?

Mas então e aquilo de andar a “treinar” os alunos? Não era para os deixar construir o seu saber, com pitadas de ubuntu e granizado de ioga para petizes?

Mas então, o que faço com os meus petizes do 5º ano? Que provas é que eu posso usar como “referencial”, se a última RIPAda deles foi no 2º ano, ou pensando bem, por causa da pandemia nem isso? Co o vou eu conseguir trabalhar, sem ter as maravilhosas instruções do santo IAVÉ? Como poderei eu saber o que o alunos sabem? Não me digam que ainda vão recomendar que eu faça fichas de avaliação e testes?

Que démodé, chérisssss….

A plataforma, explicou o presidente do IAVE, tem fichas com 211 itens diagnosticados a partir dos dados recolhidos com base nos resultados da avaliação externa, em 36 disciplinas de todos os ciclos de ensino. O objetivo é que os professores passem a adequar a sua estratégia aos resultados na avaliação externa. Ou seja, que passem a usar o desempenho de cada aluno (através dos relatórios individuais RIPA) na sala de aula.