Sim, parafraseando um colega, isto é gozar com quem trabalha efectivamente nas escolas.
Será que o ministro encomenda novo cordão policial? Ou fica pelo gabinete?
O que faz aqui um baldaia? E o adjunto barbosa do JN não estava disponível? Neste ramalhete, nota-se a falta de um deputado porfírio, quiçá de um avô albino.
Professores do AE Pinheiro e Rosa vão manifestar-se amanhã, dia de greve da região sul, à porta da ES Pinheiro e Rosa.
A manifestação iniciar-se-á às 8h15, para que os docentes convocados para os serviços mínimos decretados possam participar.
Depois da visita de ontem de João Costa, Ministro da Educação que reconheceu o excelente trabalho realizado, não só pelos professores do Agrupamento, mas de toda a Escola Pública, os professores do AEPROSA apelam ao Ministério da Educação e ao Governo de Portugal para avanços rápidos e reais na resolução dos problemas já identificados.
Com o devido agradecimento ao João Francisco Silva.
Vigília pela Escola Pública uniu as duas margens do Tejo, ontem. Cerca de 500 professores realizaram uma vigília na ponte de Vila Franca de Xira. Parabéns à organização de fantásticos colegas. Foi um orgulho ter participado na vigília, num local tão emblemático, unindo duas margens , juntando colegas de norte a sul do Tejo. Apesar de tantas razões, desculpas e justificações que existiam para não irmos… e de um frio gélido… nós fomos, pois lutamos por um bem maior do que nós individualmente. Um abraço do tamanho do mundo para todos vós, que foram fazer história.
Estive a ouvir a descrição, por quem esteve lá dentro, do que foi uma espécie de reunião entre o ministro Costa e três representantes sindicais (Fenprof, FNE e S.TO.P.) na Escola Pinheiro e Rosa em Faro. O que ouvi não me espantou absolutamente nada, a começar pela aparente grosseria dos modos de quem, em público ou em entrevistas coreografadas previamente, se apresenta como muito dialogante, estilo português-suave. A continuar pela fúria que parece ter neste momento contra a Fenprof, que deve ter considerado durante muito tempo que poderia ser o seu parceiro sindical preferencial para algum acordo e pelo modo como parece incapaz de referir pelo nome o S.TO.P., assim revelando que não tem qualquer sentido de Estado ou capacidade para lidar com as contrariedades. Talvez uma semaninha com as minhas cinco turmas lhe fizesse bem, pois certamente aprenderia a necessidade de praticar algumas técnicas de gestão emocional, em vez de apenas as enunciar.
Percebe-se que, embora ache que vai “continuar a fazer o seu trabalho”, está em condições muito precárias para o conseguir, fazendo cada vez mais lembrar a “reitora” que só se manteve no cargo por pura teimosia do “engenheiro” e do seu núcleo mais duro e impenitente. E a analogia começa a ser preocupante, porque transparece a que ponto as coisas andam extremadas e intransigentes… do lado do ME, por muito que diga (ou mande dizer) o contrário.
Por isso, é mesmo muito importante que do lado “de cá” se mantenha a postura de civismo irrepreensível e não se ceda aos apelos, que surgem sempre e por vezes por agentes provocadores, para assumir atitudes de maior agressividade que possam fazer ricochete. Basta lembrar o episódio da Marinha Grande que levou Soares à Presidência ou a maior “proeza” da carreira política de Assis, ali por Felgueiras.
Não vale a pena andarmos com ilusões: o esticar do tempo, sem ceder em nada de relevante, a forma como o discurso público se mostra conciliador para consumo da opinião pública e o fomentar de cisões na união dos professores (que, na base, ultrapassa as quezílias organizacionais dos “representantes”), destinam-se a causar o descontrolo emocional e o recurso a medidas de “luta” que possam deslizar, escorregar, para formas que consigam a tão desejada (e falhada até ao momento) “mudança da simpatia da opinião pública”. Não me admira que o governo costista esteja a apostar em alongar tudo, não abrindo qualquer via negocial adicional, até final do período, para quem uma possível greve às avaliações venha a agravar o conflito e possa “legitimar” o argumento do “prejuízo dos alunos”.
Há semanas que isso se percebe. Porque tanto o ministro Costa como a sua corte comunicacional não é assim tão perspicaz que não se consiga perceber o que pretendem. Provocar a erosão da contestação, alegando “esmorecimentos”. Tentar demonizar publicamente algumas organizações, no que têm tido o apoio de algumas figuras-prodígio (não acrescento a outra parte da designação “técnica”), para as afastar das bases. Tentar levar a reacções “desproporcionais”, através de acusações descabidas. Na falta disso, recorrer a truques jurídicos, com a chancela do Estado, apresentando de forma distorcida um parecer desfavorável da PGR ou limitando, fora dos tribunais comuns, o direito à greve de forma selectiva. Manipulando os números dos encargos com as reivindicações dos professores.
Contra tudo isso é preciso manter alguma frieza, algum distanciamento, que permita desmontar as mentiras, desmascarar as tácticas, sem perder o controlo emocional ou enveredar por uma contestação que perca – e acreditem que é fácil ceder a essa tentação – o foco no que é relevante. E é preciso perceber que algumas propostas mais “musculadas” (não falo da que surgiu recentemente através do colega Luís Costa, para que fique claro, por muito que ele ache que eu sou demasiado “racional”), muitas vezes são apenas truques de uma tosca 5ª coluna que quem anda nisto há muito tempo consegue ver à distância.