Mais um dia de regresso às aulas, mais uma semana que se quer com alguma normalidade nas escolas, a normalidade que desagrada ao ministro Costa e ao governo, que parecem apostados em sabotar, pois ainda acham que conseguirão “virar” a opinião pública, talvez com o recurso à equipa que o Expresso revelou trabalhar para espalhar “boas notícias” e propaganda nas redes sociais. Redes sociais que demonizam nos dias pares, para as tentar instrumentalizar nos ímpares. Qual o problema? Os protestos generalizaram-se com a governação e o que foi abafado com a “geringonça” (versões I e II) veio ao de cima, com juros acumulados. Consta que o ministro se passeava pelo Chiado, enquanto milhares de professores se manifestavam. Estava na sua vidinha, o que está no seu direito. Assim como passear-se entre director@s em Braga, ignorando que as “escolas” não são umas centenas de seus subordinados hierárquicos, mesmo se em alguns casos tiveram a coragem de o confrontar com algumas “realidades desafiantes”, como o real custo da reposição do tempo de serviço prestado pelos professores. Entretanto, na sua passeata pelo Algarve fez aparato de 29 casas disponíveis para alojamento de professores, Perante as centenas ou milhares de deslocados, só se pode pensar que será em “modo Mouraria”, ou seja, um apartamento para 20 ou 30 por dia e noite.
Um pin da última semana dizia que “tresanda a 1973”. Tomara que assim fosse, porque depois de 1973, veio 1974 e o 25 de Abril. E já se adivinhava que o regime estava a dar as últimas, que havia mudanças inevitáveis no horizonte. Neste caso, não quero mudança de regime, apenas de forma de governação, em que a generalidade dos governantes parece mais preocupado em alimentar-se e às suas clientelas do que em governar para os cidadãos. Que estão em protesto, não apenas na Educação. Que compreendem que, afinal, os críticos da obsessão com o défice entre 2011 e 2015, são os obcecados com o défice desde 2015. Que a coerência é escassa e o sentido de serviço público tendencialmente nulo. Que são os cidadãos a ter de defender a democracia dos “democratas” e a ética republicana dos republicanos que fazem lembrar os últimos tempos da Monarquia.
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