Dia: 12 de Março, 2023
Agenda (Com Actualizações)













Isto Lembra-vos Alguma Coisa?
Não inclui a parte em que Peter Oborne explica porque, do lado da “esquerda”, há quem ache que, por ter objectivos alegadamente virtuosos, a mentira e os truques se justificam, em termos “morais”.
Hoje, Pela Ponte 25 De Abril
Fotos enviadas pela Cristina Mota.



A Ler
Nas contas apresentadas não são consideradas as saídas para a reforma dos professores que estejam nos escalões mais altos. Na realidade, a despesa diminui a partir do ano letivo 2025/2026.
Domingo
A preparação da transição para as provas de aferição realizadas em suporte digital é um processo que está a decorrer de forma acidentada, em especial no que se refere ao 2º e 5º ano. As reuniões preparatórias, ao que sei, têm sido realizadas na lógia de sentido único porque, mesmo que se abra a possibilidade para apresentar reservas e problemas concretos, o que predomina é a inculcação da mensagem centralizada do ME/IAVE. A descrição do que se passou, há umas duas semanas, no pavilhão de Odivelas, aqui na grande Lisboa, deixa-me a quase completa certeza de que, apesar do recente despacho n.º 3232-B/2023 de 10 de Março, há muita gente que não quer enfrentar a realidade ou se prepara para um processo de desresponsabilização em larga escala da tutela em relação às dificuldades que se adivinham sem dificuldade, tudo em papralelo a um alijar de culpas para as escolas, os secretariados e os professores.
Não adiante proclamar:
Com o presente despacho visa-se ajustar o calendário das referidas provas, de modo a contribuir para que o processo de realização das mesmas decorra de forma equilibrada, com maior capacidade de acomodação à mudança que se opera no âmbito do Projeto de Desmaterialização das Provas de Avaliação Externa, garantindo a todos e muito particularmente aos alunos as melhores condições para a realização das provas de aferição, enquanto instrumentos fundamentais de apoio ao processo de ensino e de aprendizagem.
Há que garantir condições para que estas provas não ocorram do modo menos equitativo de sempre, só servindo para demonstrar que a pressa é má conselheira e, de forma indirecta, que não chegam experiências-piloto, levadas ao colo, para garantir que a universalização da realização de provas online é algo acertado, neste momento.
Nem vou entrar pela parte pedagógica da coisa, porque provas online acarretam um empobrecimento natural da forma de responder dos alunos e, consequentemente, do próprio estudo e do tipo de aprendizagens realizadas, bem como do trabalho a desenvolver com alunos que irão ser testados na base de escolhas múltiplas, associações lineares, ordenações rígidas e métodos parecidos. Essa é uma discussão com outro horizonte e que carece de ser feita com gente que, em vez de dogmas, tenha efectivos conhecimentos práticos sobre a matéria. E precisa de mais preparação do que a que tem sido feita, pois a larga maioria dos professores e alunos que vão estar envolvidos ainda ignoram por completo o que vai efectivamente acontecer.
Se temos de avançar para os novos tempos do digital? Sim, claro, mas não deste modo que parece determinado por uma agenda política e não pelo interesse dos alunos, que dos professores é melhor nem falar. Este é um processo que ganharia muito em ser gradual e distendido no tempo, para que se possam analisar, na escala adequada, o que há a mudar. Uma turma por escola e ano de escolaridade, eu compreendia. Todas ao mesmo tempo, mesmo que por turnos? Um disparate que já sabemos que culminará no sacramental diagnóstico da “necessidade de formação dos professores”, mesmo que os problemas sejam o atraso nas condições técnicas de acesso dos alunos à banda larga e a fragilidade dos equipamentos fornecidos para este tipo de operação.
Aguardam-se as orientações do JNE, a menos de dois meses do início das provas, com a pausa pascal pelo meio. Já sei que haverá quem acuse a minha atitude de conservadorismo, mas a verdade é que eu não sinto grande dificuldade em imaginar um sistema de provas em suporte digital em condições. E já disse isso aos meus alunos. O problema são mesmo os computadores que lhes são dados com configurações inadequadas, routers em falta, banda larga muito estreitinha e meses de uma pincelada de aulas de TIC com um programa desajustado destas necessidades.
Que tudo será declarado um “sucesso” até chegar a altura de atribuir culpas em sentido único? Não tenho qualquer dúvida, porque somos governados por gente assim e não há que esperar mais do que aquilo que aprenderam a dar.
O que vale é que estas provas também não interessam a quase ninguém, tirando quem ganha, materialmente, com a sua realização.