Dia: 15 de Março, 2023
Esta Noite, Elvas
Algumas Imagens De Ontem
Arcos (Setúbal), Aver-o-Mar, Barcelos, Fajões, Lousada, Póvoa de Lanhoso, Pombal, Portuzelo.








Dia 20: Noticiário
Marcha lenta e paragem, que pretende contar com todos os tipos de profissionais de educação, estão marcadas para as 18h23 de segunda-feira. “Queremos mobilizar todo o país”, diz organização.
Pelo Seixal
Dia 20, 2ª Feira
Guião
Missão Escola Pública é um movimento de professores completamente apartidário, que luta pelos pelos seus direitos e pela defesa da Escola Pública, sob a égide de “A Escola constrói pontes! Ajudem-nos a desbravar caminhos!”, cientes de que só em união com toda a sociedade poderão lutar pelo valor inestimável que é a Educação.
Como grupo profissional da Educação (professores, assistentes operacionais e restantes técnicos em trabalho na Escola Pública), temos sido alvo de tentativas de silenciamento por parte deste Governo, nomeadamente através da decretação de Serviços Mínimos, que nos retiraram o direito ao exercício da greve. Como tal, surgimos como grupo espontâneo de professores de escolas diversas da região da Grande Lisboa e usamos os meios de que dispomos para continuar a luta, fora dos nossos horários de trabalho. Percebemos que chegámos a uma embocadura em que a necessidade fundamental é dignificar, antes de mais, os profissionais da Educação, restituindo-lhes valores essenciais como o Respeito e a Autoridade próprias de profissionais de inegável valor moral, motores da economia, na medida em que neles assenta a qualidade de todas as outras profissões.
Que EDUCAÇÃO queremos para Portugal?
É fundamental que todos os cidadãos percebam que a resposta a esta questão é da responsabilidade de TODOS e que TODOS têm uma palavra a dizer sobre este assunto. Já todos percebemos que a EDUCAÇÃO não é uma prioridade deste Governo e que não o é, não por não existir dinheiro para investir nela (porque também já todos entendemos que o dinheiro existe e circula), mas apenas por opção. Por isso, é uma questão que a TODOS diz respeito pronunciar-se sobre onde queremos ver os nossos impostos e o nosso dinheiro aplicados: Escolher a EDUCAÇÃO, porque dela depende o futuro do nosso país, é a decisão mais acertada.
A iniciativa do dia 20 de março, em que literalmente se unirão profissionais da Educação da margem Sul e da margem Norte do rio Tejo, apelando à participação de todos os cidadãos, terá o seu final no Santuário do Cristo-Rei, revestindo-se de uma enorme simbólica, na medida em que sendo um espaço de uma das margens com vista privilegiada sobre a outra que se pretende abraçar e ligar, ilustra a necessidade de todos se unirem em prol da Escola Pública; mostrando a este Governo que estes profissionais não estão sozinhos na sua luta e que as dificuldades que a Escola atravessa poderão ser resolvidas com a união de todos.
A Escola Pública constrói pontes e está em busca de todas as margens para a ajudar a encontrar, de novo, a serenidade necessária para prosseguir a sua missão.
Duas margens do Tejo, um só sentido: a Missão Escola Pública!
Guião da Ação:
*O Guião deve ser aplicado, em Todo País, nas Pontes que as organizações locais assim o decidirem.
18h Ponte do Pragal (Almada)
Veículos de apoio vindos das margens Norte e Sul da Grande Lisboa, em caravana de marcha lenta e Buzinão.
6:23pm Freeze (tudo parado)
Pára! Apita! Buzina! Regista!
19:30 manifestação desloca-se até ao Cristo Rei.
20h Declarações de convidados:
Paulo Guinote; Raquel Varela; Ricardo Silva; Alberto Veronesi; Carlos Ceia; António Carlos Cortez
Canal de comunicação da organização Missão Escola: https://www.instagram.com/missaoescolapublica/?igshid=YmMyMTA2M2Y%3D&fbclid=IwAR2DrBXL1WSxD_PDewx1rrqj2qSAiMhNfx6At8GErJEb-jBJQ5Y8yBgUfhQ
#missaoescola
#escolaconstroipontes
A Escola constrói Pontes, ajudem-nos a desbravar caminhos.
Daqui A Pouco…
Da Ilegalidade Dos Serviços Mínimos Do Pessoal Não Docente
E não é que a Câmara de Setúbal se lembrou que agora é a entidade empregadora do pessoal não docente, logo, não pode ser o ME ou o governo central a convocar ou a argumentar em Colégio Arbitral relativamente a serviços mínimos? Ou seja, não há serviços mínimos vagamente legais, para a greve de dia 17 ou outra, se o pessoal não docente depende dos municípios. Terão de ser definidos, caso a caso, município a município.
A municipalização haveria de ter alguma coisa boa, certo?
O Esvaziamento De Uma Profissão
Já muito se falou ou escreveu sobre isto. Os teorizados de uma pseudo-modernidade do novo século á imagem das teorias da segunda metade do século passado apresentam a coisa como inevitável “Ser professor@” no século XXI não é o mesmo de “ser professor@” no século XX ou XIX. MAs uma coisa é mudar a forma de o ser, outra atraiçoar a sua essência, abandonando o que a define: a transmissão geracional de um corpo de conhecimentos acumulados pela Humanidade, na possível diversidade e profundidade de uma educação básica ou mesmo secundária. A outras profissões não fizeram tal: ser médico, advogado, juiz, polícia, bombeiro, arquitecto, engenheiro, pode ter mudado nos últimos 200 anos nas ferramentas usadas, no modo de tratar a saúde, segurança, justiça, etc, mas não se entrou por “desnaturar” essas profissões, como tem sido colocado em prática nas últimas décadas em relação à docência e ao “ser professor” que, para algumas e alguns, é quase uma espécie de ofensa à sociedade, como se ser professor@ fosse como que uma inaceitável pretensão de sabedoria superior em relação ao vulgo. Embora tod@s que assim clamam tenham tido quem lhes ensinasse e, curiosamente, se apresentam como professor@s, nem que seja em opção secundária, quase sempre “superior”.
A actual elite no poder na Educação, que muito para isso se esforço nos últimos 35 anos, parece ter assumido como sua missão não a transformação da docência de acordo com os tempos, mas o assassinato da alma de uma profissão e da relação entre professor@s e alun@s. A ideologia simplória de um pseudo-igualitarismo tem-se entretido em demonstrar que alun@s e professor@s estão no mesmo plano na escolas, na Educação, no processo de “ensinagem”, no acto pedagógico. E ufanam-se nisso mesmo, como se fossem eles os defensores da “justiça” e de uma “equidade” de fancaria. Não é apanágio de um único sector do espectro político, mas tem especial incidência numa espécie de esquerda beata e dogmática do tal “igualitarismo” a quem horroriza a individualidade e a diferença, mesmo quando afirmam defendê-las. A quem a diversidade de pensamento e a crítica incomodam, mesmo quando “perfilam” competências nessas matérias. Hipocrisia, apenas, porque o que mais desejam é a domesticação de todos. D@s alun@s, através d@s docentes, porque ao domesticar estes e ao submetê-los a um pensamento simplista, desintelectualizado, crítico do “conhecimento” científico, que se pretende relativo e muito conjuntural, conseguem que a formação das novas gerações siga essa lógica uniformizadora, em que se multiplicam as tonalidades, anulando-se as cores.
O legado do costismo educacional, com ou sem chancelas de ocêdêés será esse, na linha do benaventismo dos anos 90. Não é por acaso que o doutor fernandes atravessa as décadas e renasce. O ministro Costa é apenas discípulo, bem como parte de quem forma a sua corte, das doutoras cosmes às directoras cohens, não esquecendo as figuras que espalham formações que replicam as vulgatas do doutor rodrigues, felizes e impantes por terem conseguido finalmente impor as suas distopias pessoais à Escola Pública. Se para esse desígnio era necessário eviscerar a profissão docente, em nome de um “sucesso” de aparências, nenhum problema. E a proletarização da docência, bem como o retorno galopante da sua precarização, são apenas ganhos colaterais, porque um@ professor@ mal pago é um@ professor@ que lê menos, que se informa menos em qualidade, que se cultiva menos, que tem menos capacidade de resposta e resistência.
As últimas duas décadas têm, com ligeiras diferenças de intensidade, sido muito coerentes neste esforço de desqualificação académica da classe docente, da menorização do seu papel social, de fragilização da sua condição material. O ministro Costa é apenas o último operacional na fila, nem especialmente original ou brilhante nesse papel. E muito menos tão perspicaz como se julga, porque tomou como boas as notícias que lhe foram sendo transmitidas pel@s suas/seus fiéis acerca da morte da alma anacrónica de quem ainda se sente professor@ e não apenas cuidador de crianças e jovens.