Amanhã – 2

Professores e funcionários das escolas fazem marcha lenta em cinco cidades

Lisboa, Porto, Viana, Almeirim e Portimão serão palco dos protestos de professores esta segunda-feira, a partir das 18h23. Duas horas antes, ministro reúne-se com directores das escolas.

Agora a parte divertida, até porque há directr@s que merecem mesmo ser levados perante uma justiça mínima, que a do ME não passa de um simulacro. Mesmo se, ao que parece, @s director@s querem colinho da tutela para se imporem aos corpos docentes das suas escolas. E o Filinto sabem que nós sabemos o que tem andado a ser feito em matéria de intimidação de professores e funcionários, a começar por Gaia.

Este protesto, numa altura em que o pré-aviso da greve do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (Stop) em vigor nas escolas até ao final de Março foi prolongado até ao dia 16 de Abril, coincide com o dia em que o ministro da Educação, João Costa, vai reunir-se em Lisboa com os representantes dos 811 directores das escolas públicas.

Em cima da mesa estarão “a falta de apoio do ministério aos directores” a propósito da marcação dos serviços mínimos decretados à greve do Stop, adiantou ao PÚBLICO o presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas, e o “momento dramático que a escola pública atravessa”.

Com dificuldades em “impor os serviços mínimos aos colegas”, Filinto Lima lembra que “os directores têm de responder, civil e criminalmente, e não têm, por exemplo, qualquer apoio jurídico por parte da tutela”. A ANDAEP quer ainda alertar João Costa de que “cada dia em que se adie o problema e o impasse nas negociações é um mau dia para as escolas públicas”.

Lendo e sorrindo perante tanta “fragilidade. Mas não querem ter poder de mando? Aguentem-se!

“Muitas vezes atuamos sem rede. A parte jurídica, por exemplo, é fundamental e não temos ninguém que nos [aos diretores] proteja”, lamentou o presidente da ANDAEP, lembrando que exercem funções de muita responsabilidade e são civil e criminalmente responsabilizáveis mas por conta própria.

Domingo

O S.TO.P. optou por continuar no mesmo rumo, incapaz de o inflectir e adaptar às circunstâncias. Por vezes, a coerência confunde-se com a teimosia e a “novidade” única com rigidez. Ok… continuam com uma greve “por tempo indeterminado” porque consideram que nada foi resolvido e não têm razões para a suspender. Mas então, espero pelas prometidas formas “imaginativas” para ultrapassar os serviços mínimos, porque tardam muito. Penso que se acomodaram a esta forma de estar, um pouco como outros se acomodaram a outras. Devem é lembrar-se sempre que ao dizerem que estarão sempre ao lado dos professores, chegará um momento em que terão de explicar ao pessoal não docente que não há existem quaisquer negociações em seu nome.

O calendário dos sindicatos “tradicionais” é muito arriscado no tempo, pois coloca a parte crítica no final do ano lectivo? Concordo. Mas então seria necessário pensar numa alternativa que não fosse mais do mesmo desde Dezembro. Em Maio temos as provas de aferição. Há aí um momento “intermédio” para fazer alguma coisa, com “imaginação” e com capacidade de convencer a classe docente que vale a pena arriscar. Sem parecer que se quer entrar no guiness das greves mais longas, pelo menos no papel.

Pode ser de uma espécie de virose que me faz doer o corpo, a meias com as dores de cabeça da sinóóósite primaveril, mas tendo a ficar com pouca paciência para redundâncias, sejam elas quais forem, ministeriais ou sindicais. Tradicionais ou “novas”. A pior coisa é uma greve “imprevisível” e “atípica” tornar-se previsível e típica. Pior… tornar-se inconsequente.